sexta-feira, 1 de abril de 2016

3ª edição do Curso de Pastagens Permanentes de Sequeiro


O Núcleo de Formação Contínua do IPP irá realizar nos próximos dias 13,14 e 15 de abril a 3ª edição do curso "Pastagens Permanentes de Sequeiro".

Esta iniciativa conta com a colaboração do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, Sociedade Portuguesa de Pastagens e Forragens, Centro de Investigação de Montanha, Fertiprado e Albicerca.

Em discussão estarão temas como "História do desenvolvimento das Pastagens e forragens no mundo em Portugal/Importância das leguminosas no desenvolvimento sustentável da pecuária", "As pastagens no contexto agrícola e a multifuncionalidade das pastagens", "Infraestruturas fundiárias", "Flora e vegetação pratense", "Instalação de pastagens", "Seleção de espécies para diferentes condicionalismos edafoclimáticos" e "Valor nutritivo da erva".

As inscrições terminam no próximo dia 8 de abril e devem ser enviadas para o email nucleoformacao@esaelvas.pt

quinta-feira, 31 de março de 2016

Morte de Castro e Brito é "perda irreparável"


O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou à família de Manuel Castro e Brito, o organizador da Ovibeja falecido na terça-feira, vontade de estar presente nas cerimónias fúnebres, o que levou a que a cerimónia fosse atrasada cerca de duas horas para que o presidente se pudesse despedir do amigo e seu mandatário distrital nas últimas eleições.

Sem grandes medidas de segurança e de forma discreta, como vem sendo seu apanágio, o presidente da República chegou à Igreja do Carmo às 11.10 horas, minutos antes do início da missa de corpo presente.

À chegada, Marcelo Rebelo de Sousa beijou e abraçou os filhos de Castro e Brito, Manuel e Luísa, e com eles partilhou a dor da perda do pai e do amigo.

Tratava-se de uma personalidade invulgar na luta pela agricultura e pelos agricultores
Após a missa, Marcelo deixou o local e, sem avisar, dirigiu-se ao Cemitério de Beja, onde, como um cidadão comum, aguardou a chegada do cortejo fúnebre de Castro e Brito.

Numa curta declaração à porta do cemitério, o presidente da República afirmou que o desaparecimento do agricultor e organizador da Ovibeja "é uma perda largamente irreparável. Tratava-se de uma personalidade invulgar na luta pela agricultura e pelos agricultores", disse.

Marcelo Rebelo de Sousa lembrou Castro e Brito "pela sua maneira, a sua generosidade, o seu dinamismo, a sua capacidade de abraçar tudo e todos, o que justifica esta presença impressionante de pessoas, tão variadas, que ultrapassam Beja e o Alentejo", afirmando o presidente tratar-se do maior elogio que se poderia prestar.

Quando questionado pelo JN se iria marcar presença na Ovibeja, que se realiza entre 21 e 25 de abril, o presidente da República revelou que iria estar presente para homenagear Castro e Brito.

"Já tencionava vir e agora ainda mais", garantiu Marcelo, afirmando esperar que aquele seja "um momento para uma grande homenagem a quem fez a Ovibeja e a colocou como uma realidade de prestígio nacional e internacional", rematou.

Manuel Castro e Brito, 65 anos, agricultor, presidente da direção da ACOS - Agricultores do Sul e mentor da Ovibeja, morreu na madrugada de terça-feira na sua casa em Baleizão, concelho de Beja, vítima de doença súbita.

Ministro: morte de responsável da Ovibeja é "grande perda" para o Alentejo



Ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos  |  JOÃO RELVAS/LUSA


"Deixa como legado principal a Ovibeja, um certame que é hoje uma referência nacional e a melhor montra de tudo o que o Alentejo tem de bom e positivo."

O ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, considerou hoje que a morte de Manuel Castro e Brito, presidente da associação promotora da Ovibeja, constitui "uma grande perda para o Alentejo e para a agricultura da região".

Numa declaração à agência Lusa, o ministro escreve que Manuel Castro e Brito, que hoje morreu aos 65 anos, "deixa como legado principal a Ovibeja, um certame que é hoje uma referência nacional e a melhor montra de tudo o que o Alentejo tem de bom e positivo."

"Foi uma notícia que me comoveu bastante, dado tratar-se de uma pessoa com quem tinha um relacionamento de mais de 30 anos, sempre pautado por um grande respeito mútuo", disse o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural.

Presidente da ACOS - Agricultores do Sul, a promotora da Ovibeja, e da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo, Castro e Brito morreu hoje de madrugada, em casa, na aldeia de Baleizão, no concelho de Beja, vítima de doença súbita.

Morreu Castro e Brito, o "senhor Ovibeja"

Natural de Baleizão, onde nasceu, a 25 de setembro de 1950, Manuel Castro e Brito era agricultor e presidente da ACOS e da comissão organizadora da Ovibeja desde 1989 e da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo desde 2004.

Em 2005, durante a sessão de inauguração da Ovibeja, Manuel Castro e Brito foi condecorado pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, com o grau de comendador da Ordem de Mérito Agrícola, Comercial e Industrial na Classe de Mérito Agrícola. Em 2003, Manuel Castro e Brito foi condecorado pela Assembleia Municipal de Beja com a Medalha de Mérito Municipal (Grau Prata).

quarta-feira, 30 de março de 2016

É preciso “reformar modelo agrícola dominante” para cumprir objetivos de sustentabilidade


por Ana Rita Costa- 29 Março, 2016

Realizou-se no passado dia 22 de março, em Bruxelas, o 9º Fórum para o Futuro da Agricultura (FFA), onde a fileira agroalimentar, decisores políticos e ONG estiveram reunidas para discutir os desafios da segurança alimentar e ambiental elencados pela ONU, no âmbito da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

O FFA é uma iniciativa da ELO (European Landowners' Organization) e da Syngenta que reúne anualmente entidades de vários quadrantes da sociedade para discutir o rumo que a agricultura europeia deve seguir. Este ano, segundo a Syngenta, cerca de 1500 pessoas debateram a necessidade de reformar o modelo agrícola dominante; de mudar comportamentos sociais, caminhando para um consumo mais responsável e de repensar e transformar o modelo de inovação, com vista a cumprir os 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável fixados pela ONU em setembro de 2015.

"Esta agenda é fruto do trabalho conjunto de governos e cidadãos de todo o mundo para criar um novo modelo global para acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar de todos, proteger o ambiente e combater as alterações climáticas", refere a empresa.

O evento abriu com um vídeo do secretário-geral da ONU, que defendeu que "só poderemos acabar com a fome no mundo se mudarmos a forma como produzimos, transformamos, distribuímos e consumimos os alimentos". Ban Ki-moon apelou a uma "gestão mais cuidadosa dos recursos naturais – solo e água – e à preservação da biodiversidade" e sublinhou que "os novos sistemas agroalimentares devem estar focados na saúde, na proteção do ambiente, na promoção da justiça social, no empoderamento das mulheres e devem dar mais oportunidades aos jovens e mais apoio aos pequenos agricultores."

O secretário-geral da ONU explicou também que "repensar a agricultura é fulcral num mundo de 9 biliões de consumidores, onde as alterações climáticas e a escassez de recursos são uma ameaça. A Agricultura deve ser uma parte integral das soluções para a Agenda 2030."

Já Phil Hogan, Comissário Europeu da Agricultura, sublinhou o papel de liderança da União Europeia no que respeita ao desenvolvimento sustentável e disse que este é transversal a toda a PAC e está presente no esforço de investigação e inovação agrícola da UE e na política comunitária de comércio agroalimentar.

"A PAC assume a liderança no que respeita à implementação da Agenda 2030 e esta liderança deverá evoluir e ser aprofundada nos próximos anos, tanto internamente como em colaboração como outras políticas internacionais", referiu.

Jeffrey Sachs, diretor do The Earth Institute, da Universidade de Colombia, nos EUA, deu algumas sugestões do que deve ser feito para concretizar os objetivos da Agenda 2030 e sublinhou que "os objetivos da Agenda 2030 são difíceis, mas tecnicamente exequíveis, o desafio consiste na ligação entre os técnicos e os decisores políticos. É preciso uma visão holística do problema, os Governos não podem atuar de forma estanque."

De acordo com o investigador, "a educação de qualidade generalizada a nível mundial é a base para a resolução dos problemas" e é sobretudo através da educação das mulheres africanas, com vista à diminuição da taxa de fertilidade, que poderemos evitar o aumento exponencial da população: "não podemos deixar que a população mundial atinja os 11,2 biliões em 2100", referiu.

Pequenos produtores vão vender no Dolce Vita Tejo


por Ana Rita Costa- 29 Março, 2016

A partir do próximo dia 3 de abril, a Praça Central do centro comercial Dolce Vita Tejo vai passar a receber, no primeiro e terceiro domingos de cada mês, um mercado onde os produtores locais de frutas, legumes e outros bens artesanais poderão vender os seus produtos. Batizada de 'Na Praça – Street Market', a iniciativa pretende ajudar os produtores da região a escoar os excedentes de produção junto dos consumidores finais.

De acordo com o centro comercial da região de Lisboa, a iniciativa é de livre acesso e quer gerar uma maior proximidade e envolvimento entre a comunidade e os produtores locais e regionais, levando os produtos da terra e artesanais aos consumidores sem intermediários.

O projeto, de cariz social e comunitário, resulta da reformulação da "Feira das Hortas", iniciada em 2011 em parceria com a Câmara Municipal da Amadora.

"O novo mercado apresenta uma imagem trendy e moderna, mas em simultâneo muito funcional, permitindo a exposição de qualquer tipo de produto bem como um contato mais direto do cliente com o vendedor. A versatilidade do 'Na Praça – Street Market' é um dos pontos a destacar, uma vez que a sua estrutura tanto pode ser montra de produtos hortícolas, como também albergar, por exemplo, uma exposição de artesanato", explicam os responsáveis pelo Dolce Vita Tejo.

Artur Narciso, pequeno agricultor que acompanhou a Feira das Hortas desde o seu lançamento, explica que "tomei conhecimento da mesma através do Boletim Municipal da Câmara Municipal da Amadora, na qual anunciavam a parceria com o Dolce Vita Tejo e convidavam os pequenos agricultores a inscreverem-se para poderem vender os seus produtos. Uma vez que estou reformado tenho mais tempo para me dedicar a cuidar das minhas árvores de fruto e da pequena horta que tenho para consumo familiar". "Ao longo do ano, produzo de tudo um pouco, mas sempre com qualidade garantida. A parceria com a Feira das Hortas ajuda-me a escoar o excesso de produção, em particular os citrinos. Por outro lado, permite-me conhecer outros pequenos agricultores e trocar ideias, transmitir e receber conhecimentos que me ajudam a melhorar. O convívio é ótimo e as vendas também ajudam no orçamento familiar que com a crise tem vindo a ressentir-se."

António Sérgio, também assíduo desde 2011, refere que a sua "atividade principal é a apicultura, com colmeias na zona Oeste onde produzo o mel de Eucalipto. Foi com o mel e outros derivados da colmeia, como o Pólen de Flores, Propólis, favos de mel, ou hidromel que iniciei a minha participação no Feira das Hortas no Dolce Vita Tejo, e felizmente desde o princípio sempre com muito boa adesão do público aos produtos da colmeia. Nos últimos dois anos, em conjunto com o meu irmão, tenho produzido batata-doce nos terrenos arenosos junto de casa, sem qualquer uso de adubos ou sulfates/pesticidas. A pouco e pouco fui levando a nossa batata-doce para a Feira das Hortas e desde logo tivemos muito boa aceitação por parte das pessoas, que valorizam a boa relação qualidade/preço, mas principalmente a qualidade e a confiança de consumir produção nacional."

Setor agroalimentar desafiado a apostar na sustentabilidade alimentar



 29 Março 2016, terça-feira  IndústriaIndústria alimentar
Estão abertas até ao próximo dia 31 de maio de 2016 as candidaturas à 7ª Edição do Food & Nutrition Awards.
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A iniciativa deste ano tem como principais objetivos reconhecer e premiar as boas práticas de sustentabilidade ambiental das empresas do setor agroalimentar português, não esquecendo a promoção de estilos de vida e hábitos alimentares saudáveis e a educação do consumidor.
Produto Inovação, Iniciativa de Mobilização, Investigação e Desenvolvimento e Sustentabilidade Alimentar são as quatro categorias para a Food & Nutrition Awards 2016 às quais é possível apresentar candidaturas.
Os interessados poderão submeter as suas inscrições na plataforma online disponível em http://candidaturas.foodandnutritionawards.pt/fna.
Os vencedores da 7ª edição passarão a dispor de um selo de reconhecimento de qualidade e distinção, que poderão utilizar como reforço na credibilização dos seus produtos, serviços e projetos e como ferramenta de marketing e comunicação.
O selo Food & Nutrition Awards vem destacar o reconhecimento e a notoriedade do concurso e permite atestar o caráter inovador e diferenciador dos produtos e iniciativas disponíveis a todos os portugueses. Este selo é sinónimo de reconhecimento em toda a cadeia de valor, desde a produção, à transformação passando pela distribuição, sem negligenciar os serviços associados e a investigação e desenvolvimento.
O Food & Nutrition Awards é uma iniciativa da Associação Portuguesa dos Nutricionistas (APN) e da consultora GCI, e conta com o apoio de vários parceiros institucionais, de que são exemplos a APED, FIPA, CAP, Portugal Foods, DGS, DGC e Fundação Calouste de Gulbenkian, entre outros.
Ao longo das suas seis edições a iniciativa já recebeu 400 candidaturas, tendo distinguido mais de 80 projetos, atuando como agente mobilizador para a inovação no setor agroalimentar, produção nacional e promoção de estilos de vida saudáveis.
Tendo como novidade o tema da sustentabilidade alimentar, Célia Craveiro, Presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas explica o mote da 7ª edição do Food & Nutrition Awards referindo que «uma das exigências atuais da sociedade é a disponibilidade de alimentos seguros e simultaneamente saudáveis por parte das empresas e organizações».
«A existência de procedimentos e boas práticas que promovam a sustentabilidade no setor agroalimentar é por isso um dos imperativos dos dias de hoje, sem esquecer a aposta em novos recursos quer humanos quer técnicos e tecnológicos. A criação desta nova categoria tem ainda mais impacto por estarmos no Ano Nacional do Combate ao Desperdício Alimentar», refere.
Célia Craveiro, Presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas reforçou a solidez da iniciativa afirmando que "o Food & Nutrition Awards tem vindo a registar uma notoriedade cada vez maior que só é possível através do empenho e do forte apoio de todos os parceiros envolvidos mas também pelo facto de ser um projeto desenvolvido em paralelo com a comunidade". A responsável da APN destacou ainda a importância deste tipo de iniciativas «na alimentação e nutrição em Portugal mas também na promoção do que de melhor se faz nestas áreas no nosso País».
De acordo com José Manuel Costa, Presidente do grupo GCI «o Food & Nutrition Awards resulta da evolução que o Nutrition Awards tem vindo a trilhar durante os últimos anos e reposiciona a iniciativa com o enfoque na inovação e na indústria agroalimentar, em estreita parceria com a comunidade científica, empresas e entidades governamentais, com responsabilidades nas áreas da Inovação, Indústria, Agricultura, Saúde e Educação», explica. 

Hortofrutícolas: do produtor diretamente para o consumidor em Abrantes



 29 Março 2016, terça-feira  

Alfaces, cebolas, agriões, couves, grelos, nabos, abóboras, nabiças, tangerinas, limões, laranjas, rúculas, coentros, salsa e alecrim. Estes são alguns dos produtos à venda no edifício Millenium, em Abrantes, na manhã de dia 9 de abril de 2016.
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Dinamizar um Mercado da Primavera com a comercialização de hortofrutícolas e um workshop de flores comestíveis são os objetivos da ação, refere a Tagus - Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior em comunicado.
«A TAGUS e os dois Núcleos de Produtores PROVE do Ribatejo Interior estão a preparar um mercado com os produtos hortícolas, frutícolas e as ervas aromáticas que marcam esta época do ano. A iniciativa será dinamizada entre as 9h30 e as 13h00, no segundo sábado de abril», acrescenta a nota.
O programa contempla ainda uma oficina de flores comestíveis que possibilitará aos participantes conhecer quais as existentes na região e alguns dos pratos que podem ser confecionados.
A ação «permitirá saber colher e utilizar corretamente as flores comestíveis, a sua importância na alimentação, conhecer as mais comuns no Ribatejo Interior, identificar as suas características organoléticas e, ainda, degustá-las».
A atividade é limitada a 15 inscrições, que devem ser efetuadas através do email comunicacao@tagus-ri.pt ou pelo telemóvel 91 490 98 72.
Com o Mercado da Primavera, a organização pretende «promover a comercialização de hortofrutícolas do produtor diretamente para o consumidor e sensibilizar a população para o consumo dos produtos de época e da região».
A iniciativa está inserida no projeto social de inserção Bairro Convida, liderado pelo Município de Abrantes e que envolve um conjunto de parceiros em que se inserem a TAGUS e os núcleos PROVE do Ribatejo Interior. 

As principais novidades do setor agrícola chegam à AGRO 2016



 29 Março 2016, terça-feira  AgropecuáriaAgricultura

O Parque de Exposições de Braga volta a acolher mais uma edição da AGRO – Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação, de 31 de março a 3 de abril.
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Naquela que é a 49ª edição da feira, a AGRO reúne um total de 250 expositores e reforça o programa de seminários e conferências a pensar nos profissionais do setor.
A inauguração oficial do evento está agendada para as 16h00 de dia 31, com a presença do ministro da Agricultura, das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos.
Considerada a melhor e maior feira do setor na região Norte de Portugal, a AGRO «volta a investir numa programação com seminários e conferências, fruto de protocolos de cooperação entre a InvestBraga e várias entidades, orientados para a formação dos profissionais agrícolas e pecuários», salienta a organização em comunicado. 
O programa conta com sete seminários que vão abordar áreas como a sustentabilidade florestal, o futuro da produção pecuária, o setor da produção de carne em Portugal, o empreendedorismo para a agricultura e as atividades agrícolas com potencialidades para a região. Os profissionais do setor, assim como potenciais empresários, podem ainda assistir ao seminário "Como criar um negócio de sucesso".
Além de marcar presença no momento de inauguração da AGRO, Capoulas Santos, vai estar presente para fazer o encerramento de dois seminários: "Produção Pecuária – Que Futuro?" organizado pela CNA - Confederação Nacional de Agricultura, e pela APPLC - Associação Portuguesa de Produtores de Leite e Carne, agendado para dia 31 de março, e "Produção de Leite no Entre-Douro e Minho: Questões da atualidade", organizado pela Cofagri, no dia 1 de abril.
Com a presença de expositores dos vários setores orientados para os profissionais da agricultura e pecuária, a AGRO regista um crescimento da componente florestal, que se traduz na ocupação de 20% da área exterior do certame, verificando-se também um crescimento de 15% na vertente do equipamento agrícola. A edição de 2016 regista ainda um incremento na área financeira, com seis instituições presentes, quatro das quais pela primeira vez.
Grande atração do evento são também os concursos pecuários, fazendo parte do programa desta edição seis competições, nomeadamente: Concursos pecuários das Raças Arouquesa, Maronesa e Minhota, assim como o VI Concurso Pecuário da Raça Cachena, o 4º Concurso Regional da Raça Holstein Frísia e o 28º Concurso Nacional da Raça Barrosã.
Com um programa complementar, orientado para os públicos urbanos, o certame dá ainda destaque à gastronomia, com um salão gourmet, tasquinhas e vários restaurantes de carnes DOP, e aos espetáculos musicais dos Átoa, Diabo na Cruz e Sons do Minho.
A pensar nos mais pequenos a exposição integra ainda um novo espaço: "Escola da Terra" uma área pedagógica para que as crianças tenham um primeiro contacto com setor primário, através de experiências interativas.
De 31 de março a 3 de abril, a AGRO «volta mais uma vez a contribuir para o desenvolvimento do setor e reforçar a qualidade e presença dos profissionais na mais importante e maior Feira de Agricultura, Pecuária e Alimentação do Norte de Portugal, a única do país a integrar a Eurasco – European Federation of Agricultural Exhibitions and Show Organizers», considera a organização.

Bruxelas reduz ajudas diretas



 29 Março 2016, terça-feira 

Devido ao cumprimento da disciplina financeira, a Comissão Europeia adotou, a 24 de março de 2016, uma disposição que implica o corte de 1,6% das ajudas diretas pagas aos agricultores para o ano de 2016. 
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Com este corte, é possível a constituição de um fundo de crise no montante de 450,5 milhões de euros. 
Se esta reserva de crise não vier a ser utilizada, o dinheiro reverte novamente para os agricultores, o que é muito possível que venha a acontecer, uma vez que uma grande maioria de países tem vindo a pronunciar-se contra a utilização deste dinheiro, mesmo em situação de crises graves, como acontece atualmente nos setores da carne de porco e do leite. 
Esta redução de 1,6% foi calculada a partir do montante global das ajudas, sendo que os pagamentos inferiores a 2.000 euros não serão afetados. 
Nos últimos dois anos, o procedimento tem sido similar, mas a não utilização do fundo de crise agrícola tem permitido aos agricultores reaverem estas verbas. 
Fonte: Agroinfo

Coruche: Encontro apícola no Observatório do Sobreiro e da Cortiça

29-03-2016 

 
O Observatório do Sobreiro e da Cortiça, em Coruche, acolhe, sexta-feira e sábado, o I Encontro Apícola, evento com uma vertente técnica e outra aberta ao público, de sensibilização para a importância da apicultura para a sustentabilidade do mundo rural.
 
O primeiro dia do encontro será dedicado a acções de formação sobre o Plano de Acção para a vigilância e controlo da vespa velutina em Portugal, dirigidas a técnicos, realizando-se no sábado um seminário sobre a importância da apicultura para a sustentabilidade do mundo rural.
 
Em destaque estarão «todas as potencialidades dos produtos apícolas, aspectos legais desta área, apoios no âmbito do PDR2020», entre outras matérias, realizando-se à tarde uma visita ao apiário "A Apicultora", na Escusa, freguesia do Couço, e inserido em montado de sobro, com provas de mel e experiência "Momentos como Apicultor", informa uma nota do município.
 
Fonte: Lusa

Odemira cria marca para valorizar medronho do sudoeste de Portugal

 29-03-2016 
  
A Câmara de Odemira, no Alentejo, criou uma marca para valorizar o medronho produzido no sudoeste de Portugal e aumentar a penetração do produto no mercado e a margem de comercialização de produtores e comerciantes.

A marca "Medronho SW", que pode ser usada pelos produtores interessados e tem o "slogan" "Medronho que é medronho é do SW!", visa valorizar o produto e «todas as suas potencialidades», explica a Câmara de Odemira, no distrito de Beja, num comunicado enviado à agência Lusa.

Por outro lado, refere, o "slogan" pretende «afirmar a marca, aumentado a penetração no mercado e elevando, consequentemente, a margem de comercialização de produtores e comerciantes».

Segundo a autarquia, a génese de criação da marca «entronca na estratégia de consolidação» do medronho como um produto do sudoeste de Portugal, que «extravasa» as fronteiras do concelho de Odemira e pretende «atrair a produção de qualidade» de outros concelhos, como os de Almodôvar, Ourique e Portel, no Alentejo, e Aljezur e Monchique, no Algarve.

A ideia «passa por não limitar» a marca «a um só território» e "Medronho SW" não deve ser encarada como uma marca do concelho de Odemira, mas «de um território com grande tradição na produção de medronho, como é todo o sudoeste de Portugal», sublinha o município.

De acordo com o vereador da Câmara de Odemira, Ricardo Cardoso, «a marca é suficientemente ampla e, ao mesmo tempo, confinada, para que possa ser absorvida por um conjunto de produtores interessados, que se identifiquem com o projecto e queiram acrescentar valor ao trabalho que está a ser criado, desenvolvido e promovido».

O medronho e a aguardente à base do produto têm «grande produção e qualidade» em Odemira e são considerados «produtos estratégicos para o desenvolvimento e dinamismo económico do interior do concelho» e «daí a vontade municipal em criar um programa de valorização» para o medronho, explica a autarquia.

Segundo o município, o «expoente máximo» do medronho é a aguardente, mas as potencialidades do fruto «vão mais além», já que também é usado para produção de outros produtos, como geleia, licor, melosa e bombons, «entre outras formas mais inovadoras de utilização actualmente em desenvolvimento».

Fonte: Lusa

Eurodeputados pedem revisão independente antes de renovar autorização de glifosato

 29-03-2016 
 
 
Os eurodeputados da Comissão de Ambiente solicitaram à Comissão Europeia que não renove a aprovação do herbicida glifosato no mercado comunitário sem nenhuma restrição.

Os eurodeputados aprovaram uma resolução com 38 votos a favor, seis contra e 18 abstenções, a qual será votada na Câmara no mês de Abril.

Pedem uma revisão independente e a divulgação da prova científica utilizada pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (AESA) para avaliar.

O glifosato é uma substancia activa muito utilizada em herbicidas, patenteado nos anos 70, a qual terminou em 2000. Deste então, várias empresas comercializam e é usado em centenas de produtos.

Fonte: Agrodigital

CNA: CONCENTRAÇÃO DE AGRICULTORES -- QUINTA-FEIRA - 31 MARÇO

CONCENTRAÇÃO  DE  AGRICULTORES  
-- QUINTA-FEIRA -  31   MARÇO  -  2016  -  
A partir das  11H 30  -     Na  ARCADA  -  Praça da República      -            BRAGA                                                                               

A  C N A  -   Confederação Nacional da Agricultura, e a APPLC – Associação Portuguesa de Produtores de Leite e Carne, vão promover uma Manifestação de Agricultores (especialmente de Produtores de Leite e Carne), na próxima Quinta-Feira, 31 de Março – 2016, na cidade de Braga, por ocasião da abertura da Feira AGRO.

-- A primeira Concentração vai ser a partir das 11h 30 na ARCADA – Praça da República
-- A seguir, os Participantes vão concentrar-se no Largo S. João do Souto.
-- A finalizar, nova Concentração à entrada da Feira  AGRO (lado da Ponte de S. João).

A CNA e a APPLC pretendem voltar a chamar a atenção do Ministério da Agricultura, do Governo e demais Órgãos de Soberania, bem como da Opinião Pública, para os graves problemas da Lavoura Nacional, com especial destaque para o Leite e a Carne, e para as medidas necessárias a tomar.
A CNA e a APPLC reafirmam que a grave crise do Sector Pecuário não se resolve com mezinhas como aquelas que a União Europeia e o Ministério da Agricultura repetem.
Para acudir a uma crise de excepcional gravidade, como aquela que arruína o subsector do Leite e da Carne, são necessárias medidas excepcionais como, por exemplo, a retoma de um sistema público de controlo da Produção ( e do mercado), como foram as "Quotas Leiteiras", e a regulamentação, pela via legislativa, da actividade especulativa dos Hipermercados. E, isto, enquanto é desde já necessário restringir as Importações.

Coimbra, 29 de Março de 2016       
A Direcção da C N A                               //                             A Direcção da  APPLC
Contactos expeditos:
João Dinis ( CNA ) – 91 998 52 52             ---               José Lobato ( APPLC ) – 96 170 45 55

terça-feira, 29 de março de 2016

Proteção Civil alerta para vento forte e neve

29 DE MARÇO DE 2016

Regiões mais afetadas na quarta-feira (30 de março) serão Minho, Norte e Centro.

Bruno Café, meteorologista do IPMA, detalha os locais onde deve cair neve
A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) alertou hoje a população para as previsões de queda de neve e de vento forte a partir de quarta-feira nas regiões do Norte e Centro.

O aviso à população da ANPC surge após o contacto com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que prevê, a partir de quarta-feira, queda de neve para as regiões do Minho, Norte e Centro, podendo atingir repentinamente cotas de 400 a 600 metros.

Segundo o IPMA, o vento vai soprar forte de norte com rajadas da ordem dos 80 quilómetros por hora no litoral Oeste e nas terras altas durante a tarde de quarta-feira.

Tendo em conta as condições meteorológicas, a ANPC alerta para o condicionamento ou encerramento de vias de circulação devido à queda de neve, piso rodoviário escorregadio e eventual formação de lençóis de água e gelo e danos em estruturas montadas ou suspensas, além da possibilidade de queda de ramos ou árvores em virtude de vento mais forte.

No aviso à população sobre as medidas preventivas, a ANPC refere que devem ser adotados os comportamentos adequados, sobretudo nas zonas historicamente mais vulneráveis.

Nesse sentido, a Proteção Civil recomenda a adoção de uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível formação de lençóis de água e gelo nas vias, e ao transporte e colocação das correntes de neve nas viaturas, sempre que se circular nas áreas atingidas pela queda de neve.

A ANPC aconselha ainda a população a garantir uma adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas suspensas, e ter especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, estando atento para a possibilidade de queda de ramos ou árvores devido ao vento mais forte.

Morreu Castro e Brito, presidente da ACOS e organizador da Ovibeja



Morreu esta madrugada o organizador da Ovibeja. Manuel Castro e Brito tinha 65 anos.

O presidente da ACOS – Associação de Agricultores do Sul teve morte súbita na sua casa, em Baleizão, Beja.

O corpo será transportado para a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Beja. O funeral realizar-se-á previsivelmente amanhã.

Castro e Brito era também presidente da FAABA - Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo e foi dirigente da Associação Industrial Portuguesa (AIP) e da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).

https://www.noticiasaominuto.com/pais/562471/morreu-castro-e-brito-presidente-da-acos-e-organizador-da-ovibeja

Xana. Um homem do vinho que sonha com cerveja Cerveja artesanal Xana


na Marcela 28.03.2016 / 11:46 

Luís Vieira, dono da Quinta do Gradil, lançou a cerveja artesanal Xana. Um sonho antigo de um homem dos vinhos. 

Aos cinco anos Luís Vieira caiu num depósito de vinho e quase que morreu afogado. Salvou-o a rápida intervenção de um colaborador do avô. Não surpreende portanto que o vinho lhe esteja no sangue. É desde 2000 dono da Quinta do Gradil. "Mas se o meu mundo é o vinho a minha paixão é a cerveja", diz Luís Vieira, administrador da Quinta do Gradil, ao Dinheiro Vivo. 

E assim nasce a cerveja artesanal Xana. A ideia começou a fermentar há um ano."O nome surgiu de um brainstorming com os colaboradores, aliás como quase todos os nomes de vinhos que surgem na empresa", conta Luís Vieira."Sendo a Quinta do Gradil o projeto mais acarinhado da Parras Vinhos, fez todo o sentido ligar a Xana à Quinta. Contam-se histórias sobre a origem desta propriedade e uma delas é que em tempos seria uma casa de fim-de-semana do Marquês para onde vinha com as suas amigas especiais", conta. "A Xana é isso mesmo, uma homenagem às lendas que se contam da Quinta do Gradil", refere. Saiba mais aqui sobre a Quinta do Gradil Para produzir a cerveja Luís Vieira chamou o mestre cervejeiro Fernando Gonçalves, brew master da cerveja 8ª Colina. A cerveja, com 7,5% de teor alcoólico, inspira-se nas cervejas belgas de abadia tipo Belgian Dubbel. De cor acobreada, "tem aromas complexos onde se destacam os do malte e caramelo complementado com notas de frutos secos (alperce, ameixas)", descrevem.

 Deve ser bebida a uma temperatura de 7º. Trata-se de uma pequena produção. "Inicialmente enchemos 2 mil unidades e já estão previstas mais 2 mil. O prazo de validade nestes produtos é reduzido pelo que para manter as boas características do produto optamos por pequenos enchimentos regulares. É um produto mais seletivo – não é para massificar", refere o produtor. A Xana está à venda num formato de 500 ml. "Na escolha da garrafa procurámos encontrar algo diferenciado do que se encontrava disponível no Mercado. Uma capacidade que achamos que permite a experimentação por exemplo por duas pessoas ou para quem já conhece possa saborear um pouco mais", justifica. A cerveja está a ser comercializada de duas formas. 

Ou em pack de três cervejas ou de duas com oferta de um copo, ambos por 18,90 euros. "Sendo uma cerveja que posicionámos como premium dentro do segmento das cervejas artesanais, o nosso enfoque de distribuição passa pelo canal HORECA e por locais selecionados, nomeadamente locais que apelidamos como cultos de cerveja", adianta Luís Vieira. "Sendo uma Produção limitada nunca teríamos capacidade para chegar a uma grande distribuição e não foi esse o intuito deste lançamento. É no canal tradicional que queremos estar mais próximo do apreciador deste tipo de produtos", justifica. Xana está à venda online no site Mercearia em Casa, mas também em lojas de vinhos e gourmet, neste momento em cinco pontos de distribuição físicos. "A aceitação está a ser excelente e estamos a conquistar novos pontos de venda para a marca. Até porque a venda só é feita em formato de pack e com oferta de um copo personalizado", adianta Luís Vieira. Há novas Xanas previstas para o futuro? "Para já esta cerveja surge de um sonho, de um gosto pessoal que se torna realidade. Por isso hoje é apenas isso. Nem a produção é muita, será mais para consume nesta estação, para amigos, para as visitas que vão à Quinta do Gradil. Para os amigos da casa. De resto está em mais alguns sítios e nas lojas do Grupo", diz Luís Vieira. - 

segunda-feira, 28 de março de 2016

Redução das ajudas directas de 1,6% em 2016

Março 28
12:56
2016

Devido ao cumprimento da disciplina financeira, a Comissão adoptou, em 24 de Março, uma disposição que implica o corte de 1,6% das ajudas directas pagas aos agricultores, para o ano de 2016.

Com este corte, é possível a constituição de um fundo de crise no montante de 450,5 milhões de euros.

Se esta reserva de crise não vier a ser utilizada, o dinheiro reverte novamente para os agricultores, o que é muito possível que venha a acontecer, uma vez que uma grande maioria de países tem vindo a pronunciar-se contra a utilização deste dinheiro, mesmo em situação de crises graves, como acontece actualmente nos sectores da carne de porco e do leite.

Esta redução de 1,6% foi calculada a partir do montante global das ajudas, sendo que os pagamentos inferiores a 2.000 euros não serão afectados.

Nos últimos dois anos, o procedimento tem sido similar, mas a não utilização do fundo de crise agrícola tem permitido aos agricultores reaverem estas verbas.

Bolsa de Terras rende menos de €1 milhão ao Estado



 28 Março 2016, segunda-feira  AgroflorestalAgricultura
O segundo concurso das terras do Estado, dinamizado e gerido pela Bolsa Nacional de Terras (BNT), aberto em 2015, chegou ao fim neste mês de março.
bolsa de terras
As listas com as propostas candidatas ao arrendamento das propriedades já foram publicadas e, nos próximos meses, serão contratualizadas estas operações.
Foram a concurso 18 prédios rústicos, num total de 220 hectares. De acordo com o levantamento que o Expresso fez às propostas publicadas na página online da BNT, o Estado português deverá encaixar cerca de €81.250 com estas cedências de terra (maioritariamente a 7, 15 e 30 anos) a empresários agrícolas — um valor que representa um ganho de praticamente 40% face aos valores base de licitação das terras (€58.275, no total).
Estes números ficam, todavia, muito longe dos alcançados no primeiro concurso das terras do Estado, lançado em 2014: nessa ocasião foram cedidos 25 terrenos, num total de 730 hectares, o que permitiu uma receita bruta de €1 milhão para o Estado.
Em termos líquidos, esse valor fixou-se em €888 mil, já que os jovens agricultores estão isentos do pagamento das rendas nos primeiros dois anos do contrato, um incentivo à utilização da BNT.
«Claro que se trata um ganho a 30 anos, mas estamos a falar apenas de 25 prédios rústicos, que não estavam a ser utilizados, não davam receitas, apenas custos de manutenção ao Estado», sublinha Nuno Russo, coordenador da Bolsa.
«O objetivo da Bolsa não é gerar lucros para o Estado, mas facilitar o acesso a terra a jovens e novos agricultores, assim como a novos investidores», diz.
Somando as terras disponibilizadas por privados na Bolsa (das quais o Estado não arrecada receitas), o último balanço da BNT, feito no final de fevereiro, indica que esta entidade gestora disponibilizou, desde maio de 2013, quando ficou operacional, 15.882 hectares — correspondentes a 520 propriedades — para arrendamento e venda. Desses, foram transacionados 3910 hectares (105 terras). «Representa uma taxa de cedência de 25% em termos de área», especifica o gestor, que a considera, apesar de tudo, «interessante».
O Ministério da Agricultura, que tutela a BNT, considera os resultados «muito modestos», tendo em conta que têm sido transacionados apenas três prédios rústicos por mês, em média, desde o lançamento da Bolsa. Segundo fonte oficial do gabinete do ministro da Agricultura, Capoulas Santos está a preparar outros instrumentos para disponibilizar terras a jovens e novos agricultores «e até para instalar refugiados».
Em «adiantado estado de preparação» está a legislação que criará o novo modelo de gestão para o acesso à terra: a BNT irá manter-se em funcionamento, mas apenas para o património privado, e será criado um Banco de Terras, que disponibilizará só património público. Será também lançado um fundo de mobilização de terras para, com as receitas provenientes do arrendamento e venda do Banco, voltar a angariar novas propriedades.
Nuno Russo considera estas «propostas positivas». Dessa forma, acredita, será mais fácil conseguir concentrar e promover a gestão do património fundiário do Estado: é que, até agora, as terras públicas que foram a concurso pertencem apenas ao Ministério da Agricultura e estavam sob a alçada das diferentes direções regionais de agricultura.
«O nosso património é limitado, daí que a área que foi ao segundo concurso tenha sido muito mais baixa que o da primeira», explica.

O objetivo, agora, é trazer para o Banco de Terras o património fundiário que existe «em quase todos os outros ministérios», como o das Finanças, Segurança Social, Justiça ou Defesa. Para alimentar a BNT, contudo, será preciso «ultrapassar as dificuldades culturais que existem relativas à cedência de propriedades e lançar uma grande campanha de divulgação deste instrumento junto dos proprietários particulares e dos privados. 90% da terra, em Portugal, é privada», aponta Russo.
Por enquanto, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, existem 100 mil hectares de superfície agrícola não utilizada — que já foi cultivada, mas deixou de o ser.
Até fevereiro de 2016, 73% das 520 propriedades disponibilizadas na BNT são de privados (e podem ser arrendadas ou vendidas), as restantes do Estado.
Contudo, em termos de área, 78% dos quase 16 mil hectares disponíveis são públicos, ou seja, as propriedades do Estado são de maior dimensão do que as privadas. Em termos de aptidão agrícola, 64% da superfície destina-se a aproveitamento florestal, os restantes 36% têm aptidão agrícola.
«Como só interferimos nas terras do Estado, das quais é rendeiro, e de acordo com o que verificámos no primeiro concurso de terras do Estado, só podemos falar dessas. O que vemos é que as culturas privilegiadas são o pinheiro, os cereais, as hortícolas e frutícolas. E há projetos mais pequenos de apicultura ou produção de sementes», indica o coordenador da BNT.
Os distritos de Évora e Beja lideram em termos de propriedades disponibilizadas (7710 hectares, no total), seguidos do Centro (Castelo Branco, com mais de 5 mil hectares). No extremo, surgem as regiões Norte, «onde o minifúndio e o grande afeto à terra ditam uma menor concentração da oferta", e Sul, "com a pressão urbanística que dita menos área rústica. Os proprietários pensam que, mais cedo ou mais tarde, as terras vão passar a ser urbanas e vão valorizar». 77% dos candidatos à Bolsa são jovens agricultores.
Fonte: Expresso

GPP: Cultivar N.º 3

Cultivar N.º 3 - Cadernos de Análise e ProspetivaGPP publicou nova edição com o tema "Alimentação sustentável e saudável":

MozAgro reúne agronegócio de Moçambique em junho



 24 Março 2016, quinta-feira  

 A MozAgro, feira do agronegócio, vai realizar-se de 3 a 5 de junho de 2016, na Estação Agrária de Umbeluzi, Boane, na província de Maputo.
Maquinaria e tratores, irrigação e tubagem, serviços pré e pós-colheita, nutrição animal e vegetal, financiamento agropecuário, armazenamento e agroprocessamento, pecuária e serviços veterinários, distribuição e logística são alguns dos temas-chave do evento.
O certame, adianta a organização, assume-se como «uma oportunidade de encontrar soluções e inovações» na área agropecuária e do agronegócio, bem como a oportunidade do setor de estabelecer «contacto direto com entidades financiadoras e investidores».
Formações técnicas, aconselhamento e palestras práticas, áreas de demonstração de equipamento, veículos e culturas são outras áreas que os visitantes podem encontrar na MozAgro.
Trata-se de um evento específico para a produção agrícola e de gado e para as práticas de processamento para pequenos, médios e grandes sistemas comerciais, acrescentam os organizadores.
As inscrições decorrem até 30 de abril de 2016.
A Feira é organizada pela Associação dos Fruticultores do Sul de Moçambique (Frutisul) em parceria com o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM).

Governo prepara linha de crédito para produtores de leite e carne

LUSA 26/03/2016 - 21:59
 
Capoulas Santos, ministro da Agricultura MIGUEL MANSO

O ministro da Agricultura disse neste sábado que o Governo vai criar uma linha de crédito, para acudir a situações de tesouraria dos produtores de leite e suinicultores, e que encara a manifestação de Braga "com a maior das naturalidades".

Os produtores de leite e carne voltam à rua no dia 31, com uma concentração em Braga, frente à Feira Internacional de Agricultura AGRO, e asseguram que "a luta vai continuar", até que sejam tomadas medidas para a viabilidade do sector.

Confrontado hoje com o assunto, à margem de uma visita à aldeia de Bendada, concelho do Sabugal, distrito da Guarda, onde participou num debate sobre um debate sobre Que fazer com o país das aldeias?, o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, disse aos jornalistas que encara o protesto, "com a maior das naturalidades".

"Eu aceito perfeitamente que, quando as pessoas estão em dificuldades, sentem que devem protestar e esses protestos têm sido dirigidos contra o Governo, contra as grandes superfícies, que entendem que adquirem produtos em excesso no estrangeiro", disse.

Capoulas Santos admite que, "quando as pessoas estão insatisfeitas, têm o direito constitucional de manifestar essa insatisfação".

"Mas tenho a certeza de que essas mesmas pessoas - aliás já mo transmitiram, ainda no último Gabinete de Crise - reconhecem e apreciam o esforço que o Governo está a fazer para as ajudar", rematou.

O ministro da Agricultura disse que o Governo "está a procurar encontrar soluções" para ajudar os sectores do leite e da suinicultura", no plano Europeu e no plano nacional.

"Infelizmente, no plano europeu, decisões importantes foram adiadas para Junho. Outras foram já tomadas. A Europa decidiu atribuir financiamento para retirar alguns milhões de litros de leite do mercado, financiando essa recolha de leite e de manteiga, e também manifestou disponibilidade para ajudar os produtores de suínos a retiraram do mercado carne através da armazenagem privada", disse.

Lembrou que, por parte do Governo, "já foi decidido, até ao final do ano, reduzir a comparticipação da Segurança Social em 50%, e foi também decidido criar uma linha de crédito, que irá a Conselho de Ministros, que não será de valor inferior a 20 milhões de euros, para acudir a situações de tesouraria".

"Este é um esforço muito grande dos portugueses para ajudar sectores que estão em dificuldade, e gostaria de lembrar que outros sectores da economia vivem e viveram dificuldades e não tiveram apoio dos contribuintes", afirmou Capoulas Santos.

Disse que alguém classificou as ajudas como "uma mão cheia de nada", o que lhe custa ouvir, porque "são a mão cheia possível que o Governo pode neste momento atribuir a estes dois sectores, para tentar aliviar uma situação que é muito difícil, mas que depende de uma conjuntura externa, de uma conjuntura europeia".

"Nós estamos a ir mais longe do que alguns Estados-membros estão a fazer". "Irei, por isso, continuar a fazer tudo o que estiver ao meu alcance, para ajudar estes dois sectores que vivem momentos, como digo, muito difíceis", assegurou.

Coimbra: Encontro Agroecológico debate Leguminosas



 25 Março 2016, sexta-feira  Agricultura BiológicaHortofruticultura & Floricultura
A 22 de abril de 2016, a Escola Superior Agrária de Coimbra recebe o III Encontro Agroecológico. A iniciativa realiza-se no âmbito das comemorações do Ano Internacional das Leguminosas 2016 decretado pela ONU.
leguminosas
A terceira edição do encontro Agro Ecológico visa abordar questões relativas à horticultura biológica.
O primeiro painel será dedicado ao tema das leguminosas e contará com a presença do representante da FAO em Portugal e Junto dos PALOP, Hélder Muteia.
O segundo painel será dedicado às estratégias para o incremento da Agricultura Biológica com a participação da ESAC e da direção da Agrobio.
Na terceira etapa do evento estará sobre a mesa o tema da Agropecuária em modo de Produção Biológico, seguindo-se um quarto painel sobre a Política Agrícola Comum e as inovações de Mercado onde desfilarão ideias sobre os canais comerciais para produtos biológicos e as experiências inovadoras em comércio bio.
A terminar o dia, o habitual tema sobre empreendedorismo em Agricultura Biológica em que além de uma mesa redonda sobre o tema, um ex-aluno da Universidade transmitirá a experiência de inserção no mercado de trabalho.
 O Encontro Agro Ecológico tem como objetivo «aprofundar os saberes técnicos em Agricultura Biológica, assim como trazer ao público as novas tendências e direções do modo de produção biológico, tratando-se de um marco para a aquisição de novos saberes com as melhores referências nacionais», realça a Agrobio - Associação Portuguesa de Agricultura Biológica que organiza a iniciativa.

Alqueva organiza conjunto de seminários “Criar Valor na Mudança”



 28 Março 2016, segunda-feira  AgroflorestalIndústria alimentar
A EDIA, em conjunto com a Consulai e o Trevo, empresas de consultoria especializada nos setores agroalimentar, agrícola e florestal, juntaram-se para a organização de um conjunto de seis seminários e um colóquio sobre 6 culturas, a ter lugar de abril a outubro em diversas localizações dentro da área de influência do projeto de Alqueva.
alqueva
Esta iniciativa, que conta com o patrocínio do Banco Santander Totta, pretende divulgar o potencial de cultivo que existe na zona de influência do projeto de Alqueva bem como todas as questões ligadas a cada cultura.
Serão abordadas culturas como a Amêndoa; Pastagens e Forragens; Proteaginosas; Pomóideas; Tremoço e Fruta de Caroço, terminando em outubro com um colóquio final que integra um road-show temático. Quatro destes seminários serão teóricos e a realizar em Beja, Évora, Serpa e Ferreira do Alentejo, e dois serão seminários práticos com visitas de campo.
Nos seminários serão debatidos temas ligados com mercados, investimentos, contas de exploração ou sistemas de produção, procurando encontrar respostas que apoiem os produtores a criarem valor com culturas que representam uma oportunidade e uma mudança de modelo de produção na realidade agrícola da zona de influência do Alqueva.
Mais informações e inscrições em www.alqueva-criarvalor.com

Azeite: o fio dourado com sotaque cada vez mais estrangeiro



 28 Março 2016, segunda-feira  AgroflorestalIndústria alimentar

Vieram de outros países, apaixonaram-se por Portugal, pela comida, pela paisagem, pelo vinho e... pelo azeite. E azeite acabaram por fazer também. O investimento estrangeiro neste setor português não para de crescer.
azeite
Já em 2009 se falava do facto de os investidores espanhóis estarem a comprar hectares de terras no Alentejo e a plantar novos olivais – um investimento que continua a existir e tem vindo a ser reforçado de ano para ano.
No ano passado foi anunciada a plantação, no concelho da Azambuja, do maior olival da península Ibérica, com cerca de 700 hectares.
Mas além dos espanhóis, que se estima tenham cerca de 50 mil hectares de olival no Alentejo [dos cerca de 177 mil], os angolanos também são dos que mais investem.
Em Elvas está, desde 2008, a laborar a Olega, que tem mais de 90% do capital a pertencer a angolanos.
Mas estas não são as únicas nacionalidades de investidores que encontram em Portugal um bom negócio. De acordo com Henrique Herculano, do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL), «os investidores em Portugal são sobretudo espanhóis, mas há também alguns suíços e franceses, entre outros. A aposta tem a ver com a expressão que o azeite tem nestes mercados. Pode falar--se em crescimento do negócio. Tem sido uma aposta a nível global».
Já em 2009, os avultados investimentos feitos em Portugal eram fáceis de explicar. Por esta altura, na Andaluzia, o preço do hectare rondava os 75 mil euros, enquanto no Alentejo não ultrapassava os 30 mil.
Produção em níveis históricos A produção de azeite nacional deverá ter chegado às 100 mil toneladas na campanha de 2015-16. A estimativa é do Sistema de Informação sobre o Azeite e a Azeitona de Mesa (SIAZ), que indica que esta poderá ser a produção «mais elevada dos últimos 30 anos» no nosso país.
De acordo com o Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP), a produção de 100 mil toneladas de azeite representa um aumento de 64% face à campanha de 2014-15. Já em relação às últimas cinco campanhas, a produção cresceu em média 42,5%.
Também o Instituto Nacional de Estatística (INE) sublinha o crescimento do setor. A produção de azeitona para azeite deverá ter atingido, durante o ano passado, o terceiro maior registo dos últimos 75 anos, aproximando-se das 765 mil toneladas.
De acordo com o INE, este aumento deve-se sobretudo aos novos olivais intensivos de regadio, instalados no sul de Portugal. Só o Alentejo, nos últimos dez anos, aumentou em mais de 13 mil hectares a área de olival.
Os dados mostram que desde a década de 1960 que Portugal não produzia tanta azeitona para azeite. Mas afinal o que tem o Alentejo que tem despertado tanto interesse nacional e estrangeiro? A resposta é fácil: tem a Barragem do Alqueva, por exemplo.
Esta barragem, no rio Guadiana, permitiu a criação do maior reservatório artificial de água da Europa. O objetivo? Servir de regadio para o Alentejo. Resultado: um aumento do investimento.
Há precisamente um ano, o Alqueva mobilizava já quatro mil milhões de euros: 2,5 mil milhões em infraestruturas, mil milhões em projetos agrícolas, por via do Programa de Desenvolvimento Rural (Proder). Por esta altura, José Pedro Salema, presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), estimava que em 2020 viessem parar ao regadio pelo menos mais mil milhões de euros de financiamento a novos investimentos.
A venda de azeite embalado a outros países atingiu, em 2015, um volume de 30,7 mil toneladas, o que representa um aumento de 11,6% face aos números de 2007. O maior importador do azeite produzido em Portugal é o Brasil, país que tem aumentado, de ano para ano, o peso como principal destino deste produto nacional. As marcas nacionais representam, aliás, 52,2% das importações brasileiras em volume.
Só durante o ano de 2008, Portugal exportou para o Brasil 22 mil toneladas de azeite embalado no país. Mas outros mercados ganham importância para Portugal, nomeadamente Angola, Venezuela e EUA.
O país de Dilma Rousseff é, aliás, o maior comprador dos produtos das duas maiores empresas portuguesas de azeite. A Gallo, que obtém 75% da faturação fora de Portugal, tem 30% do negócio no Brasil, que é também o principal cliente do azeite da Sovena – com a marca Andorinha.
Henrique Herculano explica a expressão de Portugal neste mercado: «Portugal é o sétimo maior produtor de azeite do mundo e o quarto maior exportador. Muitos consomem azeite português e não sabem. Estão a abrir-se novos caminhos na China».
Chineses reforçam aposta Nos últimos anos, Espanha "roubou" a Portugal a exportação de azeite para a China. Dados divulgados em 2014 mostravam que as importações chinesas de azeite quase triplicaram em cinco anos e que o maior fornecedor era Espanha.
Na sequência deste aumento do interesse da classe média chinesa por este produto, a secretária-geral adjunta do Fórum Macau, Rita Santos, disse em 2013 que vários empresários chineses estavam interessados em comprar terrenos em Portugal para produzir vinho e azeite, dois produtos que aumentaram significativamente as exportações para a China.
Em 2015, os preços acabaram por sofrer uma grande subida, depois de uma campanha menos produtiva. As empresas não só tiveram de aumentar o volume de importações como acabaram por ter de pagar mais aos fornecedores internacionais. Falamos das consequências da queda da produção (20%) em 2014, por causa das más condições climatéricas, que afetaram os olivais em alturas cruciais.
Em fevereiro de 2015, Mariana Matos, secretária-geral da Casa do Azeite, explicava que «o preço do azeite na origem, pago pelo preço da azeitona, teve um aumento na ordem dos 60%, fator que, aliado à quebra de 20% na produção nacional, vai ter de refletir--se no preço ao consumidor final».
Este ano, os preços até podem não continuar a subir, mas estima-se que a produção e a exportação, sim. De acordo com António Simões, presidente da Sovena – grupo que detém a marca Oliveira da Serra –, «existem ainda novos mercados a abordar e novas oportunidades para explorar no sentido de cumprir o objetivo de levar o azeite aos quatro cantos do mundo». 
Fonte: jornal i

Capoulas Santos considera a agricultura "fundamental" para desenvolver interior



JOÃO RELVAS/LUSA
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Ministro salienta que "existe um conjunto de atividades tão conexas com a agricultura que se ela desaparece, elas desaparecem com ela"

O ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, disse hoje que "é fundamental" o país continuar a apostar no setor agrícola, considerando que, sem competitividade nesta área, "não há desenvolvimento" dos territórios do interior.

"Continuo a pensar que não há desenvolvimento do interior, não há desenvolvimento das zonas rurais, se não tivermos uma agricultura competitiva, uma agricultura pujante", afirmou hoje Capoulas Santos na aldeia de Bendada, concelho do Sabugal, distrito da Guarda, na abertura de um debate sobre "Que fazer com o país das aldeias?".

Segundo o ministro, com uma agricultura "pujante" existem as oficinas que reparam as máquinas, as lojas que vendem fatores de produção e os gabinetes que têm que fazer as contabilidades.

"Existe um conjunto de atividades tão conexas com a agricultura que se ela desaparece, elas desaparecem com ela. Por isso, é fundamental continuar a apostar na agricultura", assumiu.

Capoulas Santos referiu na sua intervenção que Portugal deu o exemplo, nas três décadas de integração europeia, em que "os agricultores conseguiram fazer um milagre gigantesco".

"Entrámos há 30 anos na União Europeia numa agricultura em que nós íamos num pequeno carro utilitário, daqueles que se podem conduzir sem carta de condução e fomos competir com os nossos outros parceiros europeus que já andavam de Ferrari", referiu.

Acrescentou que, ao fim de 30 anos, no "pequeno utilitário", os agricultores nacionais não ganharam "ao Ferrari", mas encurtaram "muito" a distância.

"Se nós conseguimos fazer nos últimos 30 anos aquilo que conseguimos, que foi passar de uma agricultura muito atrasada, para uma agricultura que compete com as superpotências mundiais, hoje em muitos aspetos, se conseguimos fazer este trajeto, conseguiremos progressivamente prossegui-lo nos próximos anos", afirmou.

O governante referiu ainda na sua intervenção que "a área da agricultura, das florestas e do desenvolvimento rural, quer dar o máximo contributo que puder dar para combater a desertificação" do país, "estimulando a fixação de jovens, de jovens qualificados, de jovens empreendedores, ajudando a combater o êxodo, garantindo alguns rendimentos suplementares aos agricultores" e criando empregos na floresta.

Capoulas Santos anunciou ainda que o Governo está a preparar criação de um banco de terras com o património do Estado, para arrendamento, "dando prioridade a jovens agricultores", admitindo a posterior venda.

Disse que será mantida a bolsa de terras do anterior Governo, que disponibiliza terras de privados.

"A intenção é manter essa bolsa de terras, mas só para o património privado, porque o do Estado vai passar para o novo banco de terras", explicou.

Na abertura do debate organizado pela Câmara Municipal do Sabugal, o autarca António Robalo, disse que o município está disponível para criar no território um fórum permanente das aldeias "com a especialização para criar redes colaborativas de aldeias".

"Estamos a fazer história. Ser agricultor em Portugal já dá prestígio"


Alfredo Cunhal Sendim vende os seus produtos biológicos no Mercado da Ribeira  |  REINALDO RODRIGUES/GLOBAL IMAGENS
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A chegada de jovens formados está a revolucionar a agricultura - novas técnicas, novos produtos. E exportações a crescer

"Nos próximos dez anos vai haver uma grande mudança. Vai haver uma revolução na agricultura portuguesa", garante Jaime Ferreira, presidente da Agrobio. Hoje, mais de metade dos agricultores portugueses (132 mil) têm mais de 65 anos e apenas 70% concluíram o ensino básico; mas está a aparecer toda uma nova geração que está a criar startups e a aventurar-se em novos produtos agrícolas, apostando na exportação, numa escala nunca imaginada.

Os novos agricultores têm mais formação, estão mais informados, são mais dinâmicos. E conseguem tirar maior vantagem das novas tecnologias e da abertura dos mercados, reconhece Jaime Ferreira. E as mudanças já são visíveis. "Hoje, com menos pessoas, produz-se mais", refere Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP). "Quando o país aderiu à CEE [1986], a população ativa na agricultura era 25%, agora são 5%", lembra. E a produção agrícola atingiu, no ano passado, 6,84 mil milhões de euros, o valor mais alto de sempre.

Capoulas Santos, o novo ministro da Agricultura, já traçou uma meta ambiciosa: "Manter o setor agrícola a crescer a um ritmo duas vezes superior ao resto da economia."

E como se chegou aqui? Capoulas Santos atribui a mudança na agricultura ao "processo de integração europeia que ocorreu há 30 anos", que levou à criação de infraestruturas, outras plantações e novos equipamentos. Mas a pedra de toque desta transformação foi a formação, defende o ministro. "Um simples trator tornou-se um computador com rodas, que exige muito mais qualificações", assinala Luís Mira. "Hoje, há mais respeito pelo ambiente, menos mobilização do solo e o uso sofisticado da rega." Neste último ponto, destaque para os israelitas, os inventores do sistema gota a gota, que já estão a aplicar em Portugal uma versão enterrada no solo, com ganhos superiores.

Os novos agricultores têm uma "abordagem empresarial", com benefícios em termos de redução de riscos, garante o secretário-geral da CAP. José Martino, consultor agrícola, concorda: "O agricultor quer ser cada vez mais um empreendedor agrícola." E os resultados não enganam. "Os agricultores com mais lucros são os que vendem o produto transformado, ou seja, que conseguem acrescentar valor", acrescenta Luís Mira.

Em Portugal, a Companhia das Lezírias, uma empresa controlada pela holding estatal Parpública, é a maior exploração agropecuária e florestal existente - são 18 mil hectares onde se produz arroz, milho, vinho, azeite e cortiça e se cria gado e cavalos. Mas para responder às exigências dos consumidores e conquistar novos mercados, o desafio para criar novos produtos adquiriu estatuto de emergência e a cooperação com universidades multiplicou-se. Jovens licenciados estão agora a aventurar-se no mundo da agricultura, com novas ideias e novas técnicas. Desde a agricultura biológica aos frutos exóticos. E a unir forças. "São precisas sinergias para ganharmos escala, senão seremos sempre pequenos", avisa Pedro Bragança, um engenheiro informático que se lançou, com outros parceiros, na criação de frutos vermelhos, cujas produções podem ser controladas a partir de um telemóvel, com tecnologia desenvolvida em Portugal.

A "origem Portugal, como sabor, qualidade e segurança alimentar", nas palavras de José Martino, está a impor-se nos mercados externos, com a ajuda da Portugal Foods, no agroalimentar, e da Portugal Fresh, para frutas, hortícolas e flores.

Manuel Évora, presidente da Portugal Fresh, assume que, em cinco anos, houve uma mudança enorme: "Em 2010, quando a associação foi criada, Portugal exportava 62% do valor do que importava e, em outubro de 2015, esse valor subiu para 97%." Em 2014, as exportações somaram 1100 milhões de euros. A meta é duplicar esse valor para dois mil milhões de euros em 2020.

No processo da integração europeia, Capoulas Santos reconhece ter havido um "ajustamento estrutural fortíssimo", que "provocou uma alteração do perfil da nossa agricultura". Essa mudança traduziu-se, segundo refere, "no grande crescimento de alguns setores que adquiriram vocação exportadora", apontando como exemplo "o vinho, o azeite, o leite ou as hortofrutícolas". E admite que "o futuro passa pelo reforço desta aposta".

A Sovena, presidida por António Simões, por exemplo, é já a segunda maior produtora de azeite do mundo, com dez mil hectares de olival e dez milhões de oliveiras plantadas. Exporta 80% da produção, para mais de 80 países. A Sogrape, de Salvador Guedes, é outro exemplo de sucesso: exporta 70% dos seus vinhos para mais de 120 países e foi considerada a melhor produtora vitivinícola do mundo em 2015.

O certo é que "estamos a fazer história - diz José Martino -, ser agricultor em Portugal já dá prestígio".

Reformar a Agricultura rumo ao Desenvolvimento Sustentável


O 9º Fórum para o Futuro da Agricultura (FFA), realizado em Bruxelas, a 22 de Março, apelou
à fileira agroalimentar, aos decisores políticos mundiais e às ONGs para que se unam de
forma proactiva e urgente em torno dos desafios da segurança alimentar e ambiental
elencados pela ONU, no âmbito da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

O Fórum para o Futuro da Agricultura (FFA) é uma iniciativa da ELO (European Landowners' Organization) e
da Syngenta, onde anualmente se reúnem entidades de vários quadrantes da Sociedade para discutir o rumo
que a Agricultura Europeia deve seguir para responder aos desafios da segurança alimentar e ambiental.
Nesta edição, onde participaram cerca de 1500 pessoas, os temas dominantes da Conferência foram a
necessidade de reformar o modelo agrícola dominante; de mudar comportamentos sociais, caminhando para
um consumo mais responsável e de repensar e transformar o modelo de inovação, com vista a cumprir os
17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, fixados na cimeira da ONU, em Setembro de 2015 (Agenda
2030). Esta agenda é fruto do trabalho conjunto de governos e cidadãos de todo o mundo para criar um novo
modelo global para acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar de todos, proteger o
ambiente e combater as alterações climáticas.

O FFA foi inaugurado com um vídeo do secretário-geral da ONU, onde este afirmou que «só
poderemos acabar com a fome no mundo se mudarmos a forma como produzimos, transformamos,
distribuímos e consumimos os alimentos». Ban Ki-moon apelou à «gestão mais cuidadosa dos
recursos naturais – solo e água – e à preservação da biodiversidade» e disse que «os novos sistemas
agroalimentares, devem estar focados na saúde, na proteção do ambiente, na promoção da justiça
social, no empoderamento das mulheres e devem dar mais oportunidades aos jovens e mais apoio aos
pequenos agricultores».

O sub-secretário geral da ONU reforçou a ideia de Ban Ki-moon, dizendo que «repensar a agricultura
é fulcral num mundo de 9 biliões de consumidores, onde as alterações climáticas e a escassez de
recursos são uma ameaça. A Agricultura deve ser uma parte integral das soluções para a Agenda
2030». Achim Steiner lembrou que 1/3 da terra arável a nível mundial está perdida ou comprometida, o
que condiciona a nossa capacidade de alimentar a população mundial. Por outro lado, 1/3 dos
alimentos que produzimos no mundo Ocidental acabam no lixo, o que não é aceitável, atendendo a
que milhões de pessoas ainda morrem de fome. «Todo o sistema está orientado para aumentar a
produtividade, no entanto, o futuro da agricultura terá de ser radicalmente diferente (…) é necessário
redefinir o caminho da Agricultura pela via da sustentabilidade e a Europa tem um papel fundamental,
o que ocorrer na Europa influenciará o resto do Mundo», concluiu.
Nota imprensa
O Comissário Europeu da Agricultura, Phil Hogan, sublinhou o papel de liderança da União Europeia
no que respeita ao desenvolvimento sustentável e disse que este é transversal a toda a PAC e está
presente no esforço de investigação e inovação agrícola da UE e na política comunitária de comércio
agroalimentar: «A PAC assume a liderança no que respeita à implementação da Agenda 2030 e esta
liderança deverá evoluir e ser aprofundada nos próximos anos, tanto internamente como em
colaboração como outras políticas internacionais».

Na opinião do diretor-geral da Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO), José
Graziano da Silva, «a Agenda 2030 apresenta uma visão global e reformadora do Desenvolvimento
que reflete as mais profundas aspirações da Humanidade para um mundo mais justo, mais seguro,
mais inclusivo e mais pacífico».

Jeffrey Sachs, diretor do The Earth Institute, da Universidade de Colombia, nos EUA, deu algumas
sugestões do que deve ser feito para concretizar os objetivos da Agenda 2030: «os objetivos da
Agenda 2030 são difíceis, mas tecnicamente exequíveis, o desafio consiste na ligação entre os
técnicos e os decisores políticos. É preciso uma visão holística do problema, os Governos não podem
atuar de forma estanque». Na perspetiva deste investigador, «educação de qualidade generalizada a
nível mundial é a base para a resolução dos problemas» e é sobretudo através da educação das
mulheres africanas, com vista à diminuição da taxa de fertilidade, que poderemos evitar o aumento
exponencial da população: «não podemos deixar que a população mundial atinja os 11,2 biliões em
2100», exortou.

Os oradores da Conferência concordaram que é necessária uma colaboração mais estreita e efetiva
entre todas as partes – governos, investigação, empresas e ONGs – por forma a pôr em prática a
Agenda 2030, traduzindo-a em políticas e práticas ajustadas às diferentes realidades regionais.
A este propósito John Parr, Chief Operation Officer da Syngenta e co-fundador do FFA, disse que
«ninguém tem todas as respostas. Se os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são para ser de
facto atingidos, então o modelo atual não serve. Isto aplica-se à Syngenta e a toda a Fileira
agroalimentar, aos governos e às ONGs. Significa que temos de pôr de lado os preconceitos e as
velhas formas de trabalhar e de inovar – não só no que respeita à tecnologia, mas também às práticas
agrícolas e à partilha de conhecimento -, colaborando de forma intensa para atingir os objetivos».

fonte: Syngenta