sábado, 11 de junho de 2016

Comissário europeu da Agricultura quer ajudar a encontrar novos mercados

09-06-2016 
 

 
O comissário europeu da Agricultura disse que quer ajudar os agricultores a encontrar novos mercados, identificando os preços e a volatilidade como os maiores desafios para o sector.

Phil Hogan, que falava numa conferência após uma visita à Feira Nacional da Agricultura, em Santarém, destacou que a sua principal preocupação é conseguir que os produtores obtenham «um preço justo» pelos seus produtos, e acrescentou que é preciso «olhar para o exterior».

Hogan já liderou, este ano, delegações comerciais, que incluíram produtores de vinho e carne de porco portuguesa à Colômbia, México, China e Japão, e pretende promover iniciativas idênticas em mercados como o Vietname e a Indonésia até ao fim de 2016.

«As exportações agro-alimentares europeias já valem mais de 120 mil milhões de euros por ano e tiveram um aumento anual de 33 por cento para a China», salientou, sublinhando que o foco nas exportações pode ajudar a melhorar os preços pagos aos produtores.

O comissário europeu abordou também a crise nos mercados agrícolas, em particular no sector da carne de porco e do leite que enfrenta uma «tempestade perfeita», devido ao embargo russo, redução da procura a nível mundial e aumento da oferta, na sequência do fim das quotas leiteiras.

A comissão adoptou 23 medidas para mitigar os efeitos da crise no sector leiteiro, mas o preço médio na Europa mantém-se pouco acima dos 27 cêntimos por quilo, 13 por cento abaixo do valor pago em abril de 2015 e 19 por c ento inferior à média dos últimos cinco anos.

No sector da carne de porco, o ajustamento da oferta, associado à melhoria do desempenho das exportações permitiu uma subida média dos preços de 20 por cento nas últimas quatro semanas, acrescentou o responsável europeu.

Fonte: Lusa

Quercus oferece flores a Capoulas Santos pela posição quanto ao glifosato

Junho 02
11:28
2016

A organização ambientalista Quercus oferece hoje flores ao ministro da Agricultura, em reconhecimento pela posição quanto ao uso do glifosato, uma substância que a associação diz ser potencialmente cancerígena.

Porque está presente na maioria dos herbicidas usados em espaços públicos, o glifosato tem sido alvo de discussão, quer a nível nacional quer da União Europeia, tendo Capoulas Santos proibido um composto daquele produto e anunciado que legislaria no sentido de o limitar, em áreas urbanas.

Hoje, no âmbito da Semana Verde Europeia (GreenWee, de 30 de maio a 03 de Junho), a Quercus oferece flores ao Ministro com um cartão no qual se lê, "Obrigada, em nome da Biodiversidade e da Saúde Humana".

Capoulas Santos entendeu que o objectivo de proteger a saúde humana e animal e o ambiente devem ter prioridade sobre o objectivo de melhorar a produção de plantas, diz a Quercus, concluindo que a posição do Ministro é relevante para a saúde e o ambiente em toda a Europa.

Na quarta-feira a Comissão Europeia decidiu propor a renovação temporária da licença para a utilização do glifosato na União Europeia, até ser conhecido o parecer científico da agência europeia de produtos químicos (ECHA), tendo agendado uma votação para segunda-feira.

O comissário europeu da Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis, explicou que, durante a reunião do colégio de comissários, fez um ponto da situação sobre o processo com vista à renovação da licença para o uso em território europeu de glifosato, substância utilizada sobretudo como herbicida e pesticida, mas que segundo alguns pareceres científicos é potencialmente cancerígena.

As negociações entre a Comissão, o Parlamento Europeu e os Estados-membros arrancaram no outono de 2015, mas ainda não conheceram um desfecho, dado não se ter verificado até ao momento uma maioria qualificada entre os 28 Estados Membros representados no Comité de peritos, responsável por adoptar uma posição.

LUSA


sexta-feira, 10 de junho de 2016

China aumentou as importações de vinhos do Douro e Porto em 2015

Junho 02
11:27
2016

A China continental, Macau e Hong Kong compraram quatro milhões de euros de vinhos do Douro e Porto em 2015, um mercado emergente que está a ser palco para acções promocionais, dirigidas a profissionais e escolas de hotelaria.

Organizadas pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), com sede no Peso da Régua, as acções de promoção prolongam-se até sexta-feira e visam dar a conhecer os vinhos da Região Demarcada do Douro (RDD) a um mercado emergente.

Segundo Manuel de Novaes Cabral, Presidente do IVDP, a diversificação dos momentos de consumo e o crescente interesse e sofisticação dos consumidores são factores que tornam este mercado interessante para os vinhos da RDD.

Acrescentou que, por isso mesmo, torna-se assim fulcral trabalhar cada vez mais na promoção dos vinhos do Porto e do Douro junto de profissionais que, por sua vez, os comunicarão ao consumidor final.

Entre as acções realizadas na Ásia, o IVDP destacou as semanas do vinho do Porto em Macau e Hong Kong, com acções de formação para sommeliers e escolas de hotelaria, e ainda jantares vínicos com harmonizações preparadas por chefes com estrelas Michelin.

Os vinhos da RDD marcaram ainda presença na Vinexpo Hong Kong e decorreram, no final de Maio, cerimónias de entronização da Confraria de Vinho do Porto em Xangai e Macau.

Em 2015, o valor das exportações de vinhos do Porto e do Douro para a 'Grande China' foi de quatro milhões de euros, incluindo os três mercados: China continental, Hong Kong e Macau.

As exportações destes vinhos representaram 18% do valor das exportações portuguesas de vinho para esse mercado, com especial destaque para as quotas do Vinho do Porto nas exportações para Hong Kong (30%) e dos vinhos do Douro para Macau (19%).

O IVDP é um instituto público, integrado na administração indirecta do Estado, com jurisdição sobre todo o território nacional.

A missão fundamental do IVDP é promover os vinhos do Porto e do Douro em Portugal e no mundo, garantir o controlo da qualidade e quantidade dos vinhos do Douro e Porto, regulamentando o processo produtivo, bem como a protecção e defesa das denominações de origem Douro e Porto e da indicação geográfica duriense à escala global.

LUSA

Mais de 270 mil pessoas legalmente habilitadas para comprar e aplicar pesticidas

Junho 01
11:35
2016

O Governo estimou que 273 mil pessoas, incluindo agricultores, estejam legalmente habilitadas para comprar e aplicar pesticidas, depois de terem concluído a formação exigida para o fazerem.

A estimativa foi avançada, em comunicado, pelo Ministério da Agricultura, no dia em que termina o prazo adicional para se aceder, mediante a conclusão de uma formação prévia, ao Cartão de Aplicador Profissional dos produtos fitofarmacêuticos (produtos químicos contra pragas e doenças em plantas e culturas agrícolas).

De acordo com dados provisórios, 273.075 pessoas estão habilitadas, por lei, para comprar e aplicar os produtos, de uso profissional.

Com certificado de formação, atribuído entre Janeiro e Abril, incluem-se 103.152 pessoas, das quais 53.044 têm emitido o Cartão de Aplicador Profissional, documento obrigatório, para o qual é necessário o cumprimento de pelo menos um primeiro módulo de formação.

Ainda sem certificado, mas com formação efectuada em Maio, estão 71.273 candidatos.

A nota do Ministério da Agricultura adianta que, até 31 de Dezembro do ano passado, 98.650 pessoas tinham formação certificada.

Perante o elevado número de pessoas habilitadas a requererem o Cartão de Aplicador Profissional, e a falta de resposta atempada dos serviços, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária emitiu hoje um despacho a autorizar os agricultores e outras pessoas a acederem aos produtos fitofarmacêuticos, nos pontos de venda, mediante a apresentação de cópia do certificado de formação, ou da declaração de realização de prova de conhecimentos emitida pelas direcções regionais de Agricultura e Pescas e do comprovativo do pagamento do cartão.

A autorização é válida até 31 de Março de 2017.

Desde 26 de Novembro, segundo a legislação nacional e comunitária, que qualquer agricultor ou cidadão sem um curso de formação sobre aplicação de pesticidas ficava impedido de o fazer, por motivos de segurança.

Contudo, em Dezembro, face ao ainda escasso número de pessoas com formação, um decreto-lei permitiu que os agricultores pudessem continuar a comprar e a aplicar produtos fitofarmacêuticos até Maio, desde que estivessem inscritos numa acção de formação no Ministério da Agricultura, nas organizações de agricultores ou em entidades privadas que organizam esta formação.

O sistema de controlo para atribuição de apoios comunitários começa na quarta-feira, sendo por esta razão que foi fixada a data de 31 de Maio para a conclusão do primeiro módulo de formação.

LUSA

Funcionário de autarquia morre em acidente de trator


Sandra Ferreira
09 Junho 2016 às 23:00
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Um homem de 32 anos, engenheiro informático na Câmara de Vila Nova de Paiva, morreu ao início desta noite de quinta-feira, vítima de um acidente de trator.

O acidente ocorreu em Vila Nova de Paiva, à entrada da vila, na estrada nacional 323, junto à rotunda do hotel Mira Paiva.

Segundo o comandante dos bombeiros de Vila Nova de Paiva, Pedro Rochinha, o trator transportava depósitos de água.

A GNR está a investigar o acidente, mas segundo o JN conseguiu apurar, no trator seguiam três pessoas. Renato Andrade, que faleceu, seguia no atrelado que transportava os depósitos de água, que terão caído juntamente com a vítima. Um rapaz, com cerca de vinte anos, também ia sentado no atrelado, tendo sido transportado para o hospital de Viseu com ferimentos ligeiros. O condutor do trator, familiar da vítima mortal, saiu ileso do acidente.

Quando os bombeiros chegaram ao local, Renato Andrade "estava deitado na estrada, em paragem cardiorrespiratória, acabando por falecer apesar de terem sido feitas manobras de reanimação ", explicou o comandante dos bombeiros de Vila Nova de Paiva.

A vítima, genro do proprietário do hotel Mira Paiva, deixa um filho de um ano de idade."A vila está em choque porque era uma pessoa muito conhecida e muito querida", afirmou Pedro Rochinha.

No local estiveram nove elementos com três viaturas dos Bombeiros locais e a Viatura Médica de Emergência e Reanimação.


Coimbra debate desafios e oportunidades no mercado de cereais e oleaginosas



 06 Junho 2016, segunda-feira  Cerealicultura

A ACICO – Associação Nacional de Armazenistas, Comerciantes e Importadores de Cereais e Oleaginosas organiza a 17 de junho o seu Seminário 2016, que terá lugar em Coimbra, na Pousada de Condeixa, subordinado ao tema "O mercado de cereais e oleaginosas na campanha 2016/2017" e "Sustentabilidade: Desafios e Oportunidades".
cereais
O seminário terá duas partes distintas: uma pretende assegurar por membros das mesas de "trading" das principais empresas do setor associadas da ACICO, que abordará o mercado das mais importantes matérias-primas alimentares destinadas à indústria de rações e das massas e farinhas.
A sgunda parte incide sobre a "Sustentabilidade: Desafios e Oportunidades" e conta com a intervenção de Norbert Schmitz do ISCC.
Segue-se uma mesa redonda sobre sustentabilidade como um dos aspetos de competitividade.
Para mais informações/inscrições, contactar acico@acico.pt.
Fonte: Revista AGROTEC 

Comissário Europeu e Presidente do COPA marcam o dia da programação da Feira Nacional de Agricultura



Phil Hogan, Comissário da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Pekka Pesonen, Presidente do COPA - Comité de Organizações Profissionais Agrícolas, Eric Dereudre, membro do comité executivo da ECPA - Associação Europeia da Indústria Fitofarmacêutica, Capoulas Santos, Ministro da Agricultura, e João Machado, Presidente da CAP, sentaram-se, esta manhã, no Auditório do CNEMA, à mesma mesa para debater "Os Grandes Desafios para a Inovação na Agricultura", uma conferência internacional integrada no ciclo "Conversas de Agricultura" da 53ª Feira Nacional de Agricultura / 63ª Feira do Ribatejo.

Durante a conferência, que encheu o auditório do CNEMA, o Presidente da CAP recordou que falar de Agricultura e nos novos desafios é complexo, sendo certo que precisamos de produzir mais, mas com total segurança alimentar. Durante a sua intervenção, João Machado alertou ainda para o fato de ser necessário que os desafios sejam sustentados por decisões políticas, pois os agricultores não são burocratas.

Pekka Pesonen lembrou que o primeiro ano de implementação da reforma da PAC (que está a ser feita ao mesmo tempo em 28 países da UE) aumentou a burocracia e teve um impacto diminuto na vida dos agricultores. Sobre esta reforma, o Presidente do COPA pediu uma PAC com uma abordagem mais prática e fácil de implementar e uma política agrícola mais sólida e robusta. No final da sua intervenção, Pekka Pesonen afirmou que os agricultores precisam de um quadro jurídico com normas mais coerentes, para que possam começar a ter margem de lucro.

Eric Dereudre recordou que é necessário produzir mais com menos, tendo em conta que 40% da produção se perde devido a pragas. Para a Europa produzir em maior quantidade e de forma sustentável, temos de defender que todos os agricultores devem ter acesso a produtos para erradicar as pragas. A terminar, o membro do comité executivo da ECPA afirmou que uma Agricultura moderna e sustentável não é possível sem os produtos de proteção das culturas e que estes não são um luxo mas uma necessidade.

Por último, Phil Hogan afirmou estar disponível para se colocar ao lado de Portugal no projeto Alqueva e afirmou acreditar que a candidatura de Portugal será um sucesso. Em relação às dificuldades do setor leiteiro, o Comissário da Agricultura e Desenvolvimento Rural esclareceu ser necessário que os agricultores encontrem novos mercados, reduzam a produção de leite e introduzam um equilíbrio entre a oferta e a procura. Contudo, Phil Hogan afirmou saber que há agricultores estrangulados pelos retalhistas e que a simplificação da PAC é muito importante para os agricultores europeus.

José Graziano da Silva, Diretor geral da FAO - Food and Agriculture Organization, que não conseguiu marcar presença nesta conferência (em sua representação esteve Hélder Muteia), enviou uma mensagem de vídeo, na qual fez questão de lembrar que tendo em conta que comunidade internacional estabeleceu o ano de 2030 para erradicar a fome no mundo, este será o maior desafio dos próximos 15 anos. Neste âmbito, o Diretor geral da FAO, fez questão de recordar que o problema do acesso aos alimentos é uma realidade por serem mal distribuídos.

Ainda inserido no ciclo "Conversas de Agricultura", o dia contou também com IV Jornadas Técnicas da APE - Associação Portuguesa de Enologia, que promoveu um debate sobre a formação de técnicos de viticultura e enologia, a fertilização e nutrição da vinha, a aplicação de energia elétrica e sobre a problemática dos vedantes nos vinhos.

A agricultura biológica, vista como uma oportunidade de negócio, a análise ao mercado e as suas tendências e os apoios ao setor estiveram em foco na sessão dedicada à "Agricultura Biológica". Organizada pela Agrobio, a sessão, que contou com a participação de empresários agrícolas que trabalham com o mercado interno e externo, concluiu que o grande desafio é produzir mais e melhor, já que a produção não é suficiente para as necessidades atuais.

O licenciamento da política florestal de arborização foi o tema central de uma sessão promovida pela CAP. Em debate estiveram os resultados  do regime jurídico aplicável a esta temática e a sua fiscalização. A sessão contou com elementos do ICNF - Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e da GNR.

A FNA, que decorre no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, em Santarém, recebe, de 4 e 12 de junho, a maior e mais antiga feira do setor Agrícola, este ano associada à temática da "Fruta Portuguesa".

Extensão do Alqueva "vai criar 17 mil novos postos de trabalho", diz Capoulas Santos



09.06.2016 às 22h1233

 
Capoulas Santos, ministro da Agricultura e Phil Hogan, comissário europeu da Agricultura
TIAGO MIRANDA
Através do financiamento do Plano Juncker, Portugal quer ampliar a rede de regadios nacional. Comissário Europeu da Agricultura apoia candidatura portuguesa

Capoulas Santos pode contar com o apoio do comissário europeu da Agricultura, Phil Hogan, à candidatura que Portugal vai apresentar ao Plano Juncker e que prevê a ampliação do regadio a quase mais 100 mil hectares do terrirório nacional até 2020. A garantia foi dada pelo representante da União Europeia, esta quinta-feira à tarde, após a visita que fez ao Alqueva, a convite do ministro da agricultura português.

Se o Alqueva conseguir aumentar 47 mil hectares de regadio para lá dos 120 mil hectares atuais, 17 mil novos postos de trabalho "podem ser criados até 2020" naquela região, de acordo com Capoulas Santos.

Hogan não tem dúvidas, diz, que a candidatura terá resposta positiva: afinal, foi apresentada de forma profissional e com o "conhecimento técnico" de quem sabe "exatamente quais são os requisitos necessários" para garantir o financiamento do Banco Europeu de Investimento (BEI). As declarações foram feitas depois de o comissário europeu ter marcado presença na ligação simbólica do Alqueva ao perímetro de rega do Roxo.

Antes, Hogan sobrevoou a barragem e o território do Alqueva e conheceu em mais detalhe aquele que é o maior lago artificial da Europa e que alimenta de água cerca de 120 mil hectares. Esta foi a forma que Capoulas Santos encontrou para sensibilizar o responsável pela pasta da Agricultura a nível europeu para o financiamento do Plano Nacional de Regadio que o governo português está a preparar.

Mais de 200 milhões de euros para o Alqueva

Este plano prevê a expansão do perímetro de rega do Alqueva para mais 45 mil a 47 mil hectares. Para tal, é preciso apostar em tecnologia e criar as infraestruturas, um investimento que rondará os 213 milhões de euros. Um valor que terá de ser financiado através de mecanismos europeus, já que, segundo o Capoulas Santos, "o anterior governo não soube acautelar o financiamento necessário".

Assim, através do Plano Juncker - nome pelo qual é mais conhecido o Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos, que pretende mobilizar um investimento adicional de 315 mil milhões de euros para os Estados-membros da UE - o Governo está a negociar o empréstimo dos 213 milhões de euros. Esta candidatura ao Plano Juncker vai ser apresentada ao BEI através da EDIA, a empresa que gere o Alqueva, uma vez que apenas empresas podem concorrer a este fundo.

Capoulas Santos espera que este empréstimo tenha "um longo período de carência" e que a amortização se possa estender até 2042, de forma a não sobrecarregar do Orçamento do Estado. "Estes 47 mil hectares vão criar 17 mil novos postos de trabalho, desde logo três mil na fase inicial", adiantou. O projeto deve estar concluído até 2020.

Phil Hogan, o comissário europeu, sublinhou que os fundos do Plano Juncker preveem especificamente o apoio a projetos de investimento, em infraestruturas e inovação, que promovam a criação de emprego nas áreas rurais e mostrou-se favorável aos investimentos em regadio pois não "se consegue desenvolver a agricultura sem investir em água e energia".

Se for aprovado, este será o primeiro grande projeto de infraestruturas e inovação português a garantir o apoio do Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos, mais conhecido por Plano Juncker.

Para lá do Alqueva

Além da expansão do perímetro de rega do Alqueva, o Plano Nacional de Regadios prevê ainda a requalificação da rede de regadios espalhada pelo território nacional, incluindo a construção de novos regadios. Este investimento necessitará de cerca de 350 milhões de euros, mas que estão garantidos pelo Programa de Desenvolvimento Rural em curso, o PDR 2020, e, segundo Capoulas. "já foi aprovado pela Comissão Europeia".


Criado supermercado com produtos perto do fim do prazo


 
09 Junho 2016 às 19:04
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Têm "todas as condições de segurança" e descontos até 70%.

Os consumidores portugueses (e espanhóis) têm a partir desta quinta-feira um supermercado com produtos perto ou fora da data preferencial de consumo.

A iniciativa, no ano em que se assinala o combate ao desperdício alimentar, surgiu de uma empresa portuguesa e é destinada a portugueses e espanhóis. Tem também como objetivo sensibilizar os consumidores para a questão dos prazos de validade dos produtos, porque "consumir até" não é o mesmo que "consumir de preferência antes de", dizem os responsáveis.

O supermercado, em www.goodafter.com, vende os produtos através da sua página na internet e garante a entrega (via correios) em menos de 24 horas. E os produtos são fornecidos pelos próprios fabricantes, como explicou à Lusa uma das fundadoras responsáveis pelo supermercado online, a gestora Chantal de Gispert.

O supermercado está repleto de "marcas conhecidas", porque "precisamos que o consumidor acredite na ideia", e não vendemos frescos e pretendemos ter tudo, mas sim "oportunidades que vão surgindo", produtos alimentares ou não, em fim de linha, obsoletos ou descontinuados, acrescentou.

O objetivo é facultar uma nova vida a todos os produtos que já não têm lugar nos seus canais habituais e cujo destino seria muito possivelmente o lixo, explica a empresa, que tem a plataforma logística em Vila do Conde, norte de Portugal, e tem a aprovação da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e é do conhecimento da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

"Nascemos com três ideias, a pensar numa nova vida de produtos moribundos: poupança das famílias, combate ao desperdício, alimentar e não só, e educar sobre os prazos. Porque deitar fora comida é pecado", diz Chantal de Gispert.

A responsável garante que o supermercado online terá cada vez mais produtos e admite que no futuro possam existir mesmo espaços físicos, explicando que a ideia já há muito tempo foi posta em prática em países do norte da Europa e com sucesso.

Uma coisa é certa, assegura, nenhum produto à venda estará impróprio para consumir, ainda que possa ter passado o prazo "de preferência", e os preços são muito mais baixos. Porque, diz, não se comercializarão produtos fora de prazo, mas sim produtos que podem estar fora da data de consumo preferencial.

Numa volta pelo supermercado encontram-se por exemplo gel de limpeza com 40% de desconto, bolachas e sumos ou champôs a metade do preço, frutos secos ou alimentos para animais 70% mais baratos.

"Fala-se muito de economia circular e faz todo o sentido. O que não faz sentido é deitar fora produtos que podem ter um ciclo económico", refere a responsável.


Produtos Tradionais Portugueses têm plataforma de divulgação e marca própria


O Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural presidiu à cerimónia de instituição do Dia Nacional da Gastronomia, celebrado hoje, pela primeira vez, em Aveiro. Amândio Torres referiu que "a Gastronomia é um excelente cartão de visita de Portugal e é sem dúvida uma da nossas referências identitárias mais importantes, faz parte do nosso DNA".

Na sua intervenção, o Secretário de Estado responsável pela área do Desenvolvimento Rural referiu que "o Dia Nacional da Gastronomia é uma manifestação coletiva que releva o potencial produtivo do nosso território, que enaltece a biodiversidade, os nichos sociais e económicos que, independentemente da sua dimensão, todos somados são relevantes para a manutenção da coesão do nosso território, e em particular dos espaços rurais".
Amândio Torres informou que Portugal recebeu a Presidência da Dieta Mediterrânica no início do mês, em Nápoles, durante a 6ª reunião intergovernamental das comunidades representativas da Dieta Mediterrânica como Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO. A Presidência terá início já em junho.

O Secretário de Estado apresentou também a plataforma interativa dos "Produtos Tradicionais Portugueses", uma plataforma digital que resulta de uma parceria entre a Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas e a Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural e que está associada à marca coletiva "Tradiocional.pt", cujo logotipo foi desenvolvido pelos alunos da Universidade de Aveiro.

O Secretário de Estado explicou que esta plataforma abre "uma porta de entrada para o registo e promoção de muitos outros produtos da gastronomia tradicional por vezes esquecidos nas localidades e regiões de Portugal".

Amândio Torres foi distinguido pela Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas com o título de Optimus Conviva.

Lisboa, 02 de maio de 2016

Comissário da Agricultura admite medidas adicionais para apoiar leite dos Açores


9/6/2016, 12:35
O comissário europeu da Agricultura admitiu que Bruxelas pode aprovar medidas adicionais para apoiar o setor do leite nos Açores, mas terão de ser avaliadas no âmbito dos recursos e da legislação existentes.

O comissário europeu da Agricultura admitiu hoje que Bruxelas pode aprovar medidas adicionais para apoiar o setor do leite nos Açores, mas terão de ser avaliadas no âmbito dos recursos e da legislação existentes.

Phil Hogan, que falava aos jornalistas após brindar ao leite dos Açores no 'stand' regional da Feira Nacional da Agricultura, em Santarém, salientou que já foram implementadas, desde setembro, 23 medidas para apoiar o setor dos laticínios e outros setores e que quaisquer apoios suplementares só serão decididos após o Conselho dos Ministros europeus da Agricultura, que vai acontecer ainda durante este mês.


"Não pomos nada de parte, vou tentar ajudar dentro dos recursos que tenho e da legislação que tenho", afirmou.

O presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, que esteve reunido esta manhã com o comissário europeu, considerou que as matérias abordadas são "boas pistas de trabalho", mas assinalou que "há necessidade de continuar a trabalhar".

"Há um conjunto de medidas relativamente às quais não estamos inteiramente de acordo, quer em termos de diagnóstico, quer em termos de necessidade", disse Vasco Cordeiro, indicando que vai continuar a insistir em medidas "fundamentais", como um apoio suplementar no âmbito do POSEI (regime que estabelece medidas específicas relativas à agricultura nas regiões ultraperiféricas da União Europeia), sem quantificar valores.

"O que é necessário estabelecer é uma questão de princípio: os Açores precisam de um apoio suplementar para fazer face à crise do setor leiteiro", vincou o governante açoriano.

Vasco Cordeiro acrescentou que convidou Phil Hogan a visitar a região para conhecer a realidade local, que é "muito particular e muito específica desde logo pela insularidade e pelo distanciamento".

O comissário europeu visitou esta manhã a Feira Nacional da Agricultura acompanhado pelo ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Regional (MAFDR), Luís Capoulas Santos, e parte esta tarde para Beja onde vai fazer a ligação simbólica da chegada de água do Alqueva à barragem do Roxo.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

PE quer que a UE actue contra prácticas desleais comerciais

08-06-2016 
 

 
O Parlamento Europeu quer que a Comissão crie medidas contra as prácticas comerciais desleais na cadeia de distribuição de alimentos de forma a garantir rendimentos justos aos produtores e variedade de escolha aos consumidores, segundo uma resolução aprovada na terça-feira.
 
O objectivo deve ser aumentar a transparência e a equidade nas relações entre produtores, fornecedores e distribuidores e combater, de passagem, a superprodução e resíduos. «As iniciativas adoptadas até agora não foram efectivas. Acreditamos que há mais a fazer par melhorar o equilíbrio entre os fornecedores e os supermercados e, em especial, os hipermercados, sobretudo para fazer frente ao denominado "factor medo", afirmou o relator da Polónia, Edward Czesak, acrescentando que todos os actores da cadeia de fornecimento devem ter os mesmos direitos.
 
Os desequilíbrios na cadeia de distribuição devem ser resolvidos com urgência para aumentar a capacidade de negociação dos produtores, segundo a resolução aprovada. Os eurodeputados insistem que a venda abaixo do custo e o uso de alimentos básicos, como os lacticínios e a fruta e hortícolas como produtos de reivindicação por parte das grandes cadeias, é uma séria ameaça para os produtos europeus.
 
Os agricultores e as pequenas e médias empresas são especialmente vulneráveis às práticas desleais, refere o texto. Por vezes são forçados a vender com prejuízos, como por exemplo, quando os supermercados os obrigam a assumir descontos e promoções. Os consumidores também se vêm lesados, já que a oferta reduz e também a sua possibilidade de aceder a produtos novos e inovadores.
 
A resolução destaca que os sistemas de auto-regulação voluntários têm, até à data, «resultados limitados» por não serem aplicados de forma efectiva, pela representação insuficiente dos agricultores, os conflitos de interesse entre as partes implicadas, uns mecanismos de resolução litigiosa incapazes de reflectir o «factor medo" entre os fornecedores e não são aplicados a toda a cadeia de fornecimento. Fazem falta medidas a nível comunitário contra as prácticas comerciais e para assegurar aos agricultores e consumidores condições justas de venda e compra.
 
O Parlamento Europeu considera que a Iniciativa da cadeia de fornecimento e outros sistemas voluntários a nível nacional e comunitário devem ser promovidas, como complemento a mecanismos de aplicação eficazes e sólidos nos Estados-membros, garantindo o anonimato das denúncias e a imposição de sanções dissuasivas, unido a um procedimento de coordenação europeu. Os eurodeputados encorajam os produtores e comerciantes, incluindo as organizações de agricultores, a participar neste tipo de iniciativas
 
Fonte: Agrodigital

Albufeira do Roxo recebe pela primeira vez água do Alqueva para abastecimento e rega

08-06-2016 
 

 
A albufeira do Roxo, que está a 21 por cento da capacidade útil, vai receber pela primeira vez, a partir de quinta-feira, água do Alqueva para garantir rega e abastecimento público aos concelhos de Beja e Aljustrel.

Segundo a Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA), num comunicado enviado à agência Lusa, a barragem vai começar a transferir 15 milhões de metros cúbicos (m3) de água para a albufeira do Roxo, através da central mini-hídrica ali instalada, para "alimentar" os perímetros de rega e garantir o abastecimento público a Beja e Aljustrel.

O início da transferência de água vai ser assinalado na quinta-feira à tarde, num acto junto à central mini-hídrica do Roxo, no concelho de Aljustrel, distrito de Beja, e que conta com a presença do comissário europeu para a Agricultura, Phil Hogan, e do ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos.

Em declarações à Lusa, o presidente da Associação de Beneficiários do Roxo, António Parreira, classificou o início da transferência de água do Alqueva para a albufeira do Roxo como «um momento histórico», porque é «ansiada há 50 anos» pelos agricultores.

Segundo António Parreira, a transferência vai «resolver os problemas de falta de água para rega» ao «reforçar» o volume útil da albufeira do Roxo, que, actualmente, é de 18.300.000 m3, ou seja, está a 21 por cento da capacidade útil, que é de 85.500.000 m3.

A albufeira do Roxo «não tinha água suficiente para alimentar todos os anos a zona regada e houve anos em que os agricultores não puderam regar ou regaram com limitações», lembrou, referindo que este ano, devido ao baixo armazenamento de água na albufeira, «os agricultores não poderiam regar e a pouca água teria de ser rateada».

No entanto, frisou, com a transferência de água do Alqueva para a albufeira da barragem do Roxo, «vai ser um ano completamente diferente e os agricultores beneficiários vão poder regar, porque não vai haver limitações de água».

António Parreira adiantou que também está «resolvido» o problema do preço da água a pagar pelos agricultores, que, «este ano, não subiu muito», graças a um acordo com o Ministério da Agricultura e a empresa gestora do Alqueva.

Segundo a EDIA, o projecto Alqueva, a "mãe d'água" que garante o reforço às principais albufeiras do Alentejo, cumprindo a sua «primeira função» de garantir o abastecimento público, agrícola e industrial na área de influência, está a assegurar a distribuição de cerca de 60 milhões de metros cúbicos de água para reforçar cinco albufeiras.

Além do Roxo, que vai começar a receber água na quinta-feira, a albufeira de Odivelas, no concelho de Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja, está a receber 21 milhões de m3 para garantir os regadios da Infra-estrutura 12 e de Odivelas e a albufeira de Vale do Gaio, no concelho de Alcácer do Sal, no distrito de Setúbal, está a receber 10 milhões de m3 para o respectivo perímetro de rega.

No distrito de Évora, a albufeira da Vigia já recebeu, desde o ano passado, dois milhões de m3 de água do Alqueva para regar culturas locais e assegurar o abastecimento público ao concelho do Redondo e a albufeira do Monte Novo já recebeu, desde o passado mês de Dezembro, cinco milhões de m3, o que permitiu «melhorar a qualidade da água que abastece os concelhos de Évora, Reguengos de Monsaraz e Mourão».

Segundo a EDIA, a «reserva estratégica de água» criada pelo Alqueva é «capaz de suprir todas as necessidades de água» para a área de 120 mil hectares servida pelo regadio e o abastecimento público de 13 concelhos alentejanos, incluindo os de Beja e Évora, com uma população superior a 200 mil pessoas, «durante quatro anos consecutivos de seca extrema e sem restrições».

Na valência agrícola, na actual campanha de rega, o Alqueva chegará aos 120 mil hectares de regadio, o total previsto no sistema de rega do projecto.

Actualmente, a albufeira do Alqueva está a 80 por cento da capacidade total de armazenamento, garantindo «água para mais quatro anos de seca, se for esse o caso», frisa a empresa.

Alqueva assume-se assim como «a reserva estratégica de água», que, em caso de necessidade, permitirá «enfrentar os períodos de seca» que deixam as albufeiras «à beira do colapso» no Alentejo, «possibilitando que o sector agrícola encontre na garantia de fornecimento contínuo de água o factor diferenciador que serve de base às suas opções de investimento», sublinha a EDIA.

Fonte: Lusa

Agricultura mostra que "uma coisa são as previsões e outra a realidade"

Declarações de António Costa. 

O primeiro-ministro disse esta quarta-feira, numa visita à Feira da Agricultura, em Santarém, que "uma coisa são as previsões e outra a realidade", dando como exemplo a agricultura, setor que se mostra "pujante" e "cheio de confiança no futuro". 

António Costa, que hoje visitou a Feira Nacional da Agricultura/Feira do Ribatejo, a decorrer até domingo no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, respondia a uma pergunta sobre as previsões do Banco de Portugal, que, no Boletim Económico de junho, identifica uma série de "fatores de risco" e alerta para a possibilidade de serem necessárias "medidas adicionais" para cumprir os objetivos orçamentais. 

"Há pessoas que gostam de previsões. Eu cá por mim gosto mais de factos e os factos é aquilo que eu vejo aqui, é a realidade que vejo aqui, como há três semanas vi na 'Startup' em Braga, quando vi ainda há duas semanas contratos de investimento estrangeiro a serem assinados e a surgirem", uma realidade que mostra vontade de investimento em vários setores da economia, declarou.

Cristas critica governação “à la socialista” que vê a agricultura como o “parente pobre”


8/6/2016, 13:44

Cristas criticou a governação "à la socialista" que olha para o setor da agricultura como "o parente pobre". A líder do CDS destacou a importância da agricultura numa Feira da Agricultura em Santarém.

Assunção Cristas afirmou que há setores, como o da fruta, que "continuam animados" e com as exportações a crescer
PAULO CUNHA/LUSA

A líder do CDS criticou esta quarta-feira, numa visita à Feira da Agricultura, em Santarém, a governação "à la socialista" que olha para o setor como "o parente pobre", apontando atrasos nos pagamentos e recurso à dívida para investimento no regadio.

Destacando a importância da agricultura, Assunção Cristas lamentou que, em seis meses de Governo, o setor continue à espera, "na expectativa do que vai acontecer", com projetos atrasados e sem saber quanto nem quando serão feitos pagamentos que no anterior executivo (em que foi detentora da pasta da Agricultura) eram feitos regularmente no final do mês.

"Até a boa notícia do regadio vai ser feita com dívida. Ou seja, governação 'à la socialista', como nós já conhecemos tão bem e era bom que rapidamente invertesse o rumo", declarou a anterior ministra da Agricultura no final de uma visita em que fez questão de seguir o seu antecessor, Paulo Portas, e falar apenas sobre o setor.

Assunção Cristas afirmou que, apesar de ter encontrado pessoas "entre o desanimado e o expectante", há setores, como o da fruta (tema em destaque no certame), que "continuam animados" e com as exportações a crescer.

"Da atuação do Governo só posso fazer uma análise muitíssimo negativa, de destruição de um caminho de confiança, de motivação, de investimento, de vontade de puxar pelo setor", disse, lamentando nem sequer poder "dizer bem" do anúncio feito pelo primeiro-ministro no fim de semana de projetos para aumento do regadio.

"Quando vamos ver como é que vai ser financiado esse novo regadio, só pode merecer a minha maior crítica, porque é um modelo que também já conhecemos do passado. Vai ser feito com recurso à dívida, com uma engenharia financeira, com os fundos do BEI [Banco Europeu de Investimento], o que é positivo, mas depois dinheiro do Orçamento do Estado, dinheiro vivo, zero. Vai ser tudo dívida ou fundos comunitários, o que mostra que é um modelo que já conhecemos do passado", declarou.

Assunção Cristas apelou aos empresários para que "não desistam e reclamem por aquilo a que têm direito" e ao Governo para que "ponha a casa em ordem, pague a tempo e horas, ponha o dinheiro que falta no Programa de Desenvolvimento Rural 2020", lamentando que não esteja previsto gastar o mesmo que no passado.

Cristas considerou ainda um ato de "grande cobardia política" a destruição de um concurso comunitário "sem assumirem que queriam levar outro rumo para os fundos, simplesmente pondo as culpas no Governo anterior".

A Feira Nacional da Agricultura/Feira do Ribatejo, inaugurada no passado sábado pelo Presidente da República, prossegue até domingo no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, recebendo hoje à tarde a visita do Primeiro-Ministro, António Costa.


Comissário europeu da Agricultura visita Alqueva e Santarém

Phil Hogan, comissário europeu com a pasta da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, visita Portugal amanhã, deslocando-se à Feira Nacional da Agricultura, em Santarém, e ao complexo de regadio do Alqueva.

Comissário europeu da Agricultura visita Alqueva e Santarém
 Francois Lenoir/Reuters
A visita oficial de Phil Hogan a Portugal tem início em Santarém, com um pequeno-almoço de trabalho que junta o Comissário europeu e o ministro Capoulas Santos.

Seguir-se-á uma reunião bilateral com Vasco Cordeiro, presidente do Governo da Região Autónoma dos Açores.

Pelas 10 horas da manhã de amanhã, Phil Hogan visita a Feira de Agricultura de Santarém, onde terá oportunidade de conhecer alguns dos expositores.

Pelas 11 horas, o comissário Phil Hogan participará na conferência "Os grandes desafios para a inovação na Agricultura", encerrando os trabalhos com uma intervenção. Esta conferência é organizada pela CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal. 

Depois de almoço, na companhia do Ministro Capoulas Santos e dos responsáveis pela Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, SA, Phil Hogan desloca-se a Ervidel, no distrito de Beja, onde estabelecerá a ligação do sistema global de irrigação do Alqueva ao perímetro de Irrigação do Roxo.

Este evento inclui o momento simbólico da ligação da infra-estrutura de irrigação, com o descerramento de uma placa comemorativa.

Ainda em Ervidel, o comissário europeu irá visitar a plataforma logística de concentração e expedição de hortícolas da Agromais, unidade que contribuirá para a promoção da produção hortícola na região do Alqueva.


Ministro da Agricultura reconhece potencial de Portugal para aumentar produção de cereais de qualidade

O Clube Português dos Cereais de Qualidade organizou, a 3 de Junho, na sede da Cersul, em Elvas, uma jornada onde apresentou o seu trabalho pioneiro para a obtenção de matérias-primas de qualidade usadas na produção de malte para cerveja, baby food e farinhas especiais para panificação. A jornada contou com a presença de cerca de 60 convidados, entre os quais o Ministro da Agricultura, Capoulas Santos, que participou na visita aos campos de demonstração de trigo duro, trigo mole e cevada dística, realizados por agricultores associados da Cersul. 


 

 

 


quarta-feira, 8 de junho de 2016

3ª Edição do EvoraWine animou centro de Évora


"Encerrámos domingo à noite a terceira edição do Evorawine e podemos fazer um balanço bastante positivo, a feira foi um verdadeiro sucesso." As palavras são de um dos organizadores, Reto Jorg, que se mostrou muito satisfeito pela consagração do evento no coração da cidade-museu. O conceito, o vinho no centro das atenções no centro da Cidade de Evora convenceu milhares de vistiantes, Eborenses amantes do vinho e turistas nacionais e internacionais que visitaram Évora no Sábado e domingo entre as 5 da tarde e as 10 da noite.
A Praça do Giraldo ganhou vida e animação com o evento Evorawine e isto tudo em prol de um dos sectores mais importantes do Alentejo, o Vinho. Foram vinhos em prova, acompanhados com degustações de enchidos, queijos e muitos outros produtos regionais num local único, tudo isto acompanhado por música jazz, cantos regionais e danças sevilhanas num ambiente muito agradável.
A organização – da responsabilidade da Nora Green e da Publicplanicie que teve a seu cargo a conceção, produção e montagem de todo o evento - investiu num conceito completamente novo e criou todas as condições na Praça de Giraldo para um Evorawine onde os 35 produtores tinham uma grande proximidade ao consumidor numa forma completamente diferente do habitual conhecido em Portugal. Os visitantes encontraram nos dois dias do evento, com noites muito agradáveis, um ambiente mediterrânico onde os produtores tinham a oportunidade de brilhar e de apresentar, numa forma descontraída, os 200 vinhos em prova e os outros expositores os seus produtos regionais. A divulgação junto ao consumidor é da extrema importância para os produtores, dar a provar novidades e  posicionar os seus produtos. O Evorawine reuniu produtores desde o alto ao baixo Alentejo e dar a oportunidade  para apresentar os seus néctares ,reforçar o seu prestigio dando a conhecer as suas marcas aos profissionais da restauração e hotelaria, e aos amantes nacionais e estrangeiros de vinho.
Os mais interessados tiveram oportunidades de participar em vários provas de vinhos, no Fórum da Eugenio da Almeida e show cooking em plena praça do Giraldo.

Primeiro-Ministro visita Feira Nacional de Agricultura

 

O Primeiro-Ministro, António Costa, considerou hoje "a agricultura um sector exemplar para o futuro na economia nacional" durante a visita à Feira Nacional de Agricultura que decorre no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, até ao próximo dia 12 de junho.
Acompanhado pelo Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, António Costa destacou a Feira Nacional de Agricultura, uma grande mostra, e um exemplo do "crescimento da agricultura portuguesa nos últimos anos. Este é um mercado com muita iniciativa, com vontade de crescer e de investir", afirmou. O Primeiro-Ministro realçou também "a relevância e o dinamismo do setor agrícola, um esforço dos agricultores portugueses e da sua capacidade iniciativa."
 
Assunção Cristas na Feira Nacional de Agricultura
 
Assunção Cristas, Presidente do CDS/PP, também esteve hoje a Feira Nacional de Agricultura, e destacou a importância do sector agrícola realçando "o esforço, a resiliência e o dinamismo dos empresários agrícolas". A líder centrista aproveitou a ocasião para visitar os vários espaços, provar produtos e cumprimentar muitos visitantes que se deslocaram ao evento esta quarta-feira.
 

Conferências e Seminários marcam Feira Nacional de Agricultura


 
O debate de temas relacionados com a actividade agrícola intensifica-se na Feira Nacional de Agricultura, evento que decorre no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, até ao próximo dia 12 de junho, cujo dia foi repleto de conferências e seminários que contaram com uma assistência assinalável.
 
Durante o dia "As Conversas Sobre a Fruta" (Org: CAP/COTHN/FNOP e ANP) tiveram como objetivo debater e esclarecer algumas temáticas do sector como a "Produção Sustentável", "A Capacidade de Gerar Emprego" ou a "Importância da Qualidade", entre outros, através de uma linguagem menos técnica e mais informal dirigida ao consumidor para que os participantes pudessem interagir sobre as várias apresentações.
 
Debater os constrangimentos do setor e apontar caminhos futuros foi o objetivo do Seminário "Turismo Rural Mais do Que Paisagem", uma iniciativa organizada pela Federação Portuguesa de Turismo Rural e a Associação dos Municípios Produtores do Vinho. Um debate que se justifica porque "o Turismo Rural não é só alojamento, mas um conjunto de produtos associados como produtos agroalimentares, visitas a monumentos ou envolvimento com as comunidades locais. Aliás, um dos grandes desafios que o sector enfrenta é combater a sazonalidade e alterar a dependência da procura interna, virando-se para o exterior."
 
Também durante a manhã, realce para o debate sobre "Aplicação Greening" - um dos objetivos da nova PAC que consiste na melhoria do desempenho ambiental e que apoia as práticas agrícolas benéficas para o clima e ambiente - em vários Estados Membros da União Europeia como Espanha, Itália, França e Inglaterra num seminário organizado pela CAP  e que contou com representantes da União Europeia.
 
A discussão continuou durante a tarde e promover os apoios financeiros ao sector agrícola foi o mote do seminário organizado pelo Fórum Agrogarante "O Financiamento e Apoio ao Investimento – análise aos projetos e boas práticas de reporte financeiro para correcta avaliação e perceção de risco". A conferência contou com a participação de diversos especialistas ligados a entidades bancárias.
 
O Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Dr. Luís Capoulas Santos, esteve uma vez mais na Feira Nacional de Agricultura e participou na entrega de Prémios Clube de Produtores Continente, uma forma de incentivar os casos de sucesso do setor agroalimentar nacional.
 
O "Uso sustentável da água de rega e as boas práticas agroambientais no olival", a "Pegada de carbono no Azeite" ou a "qualidade das análises ao azeite" foram temas em discussão no Workshop "Transferência do Conhecimento e Novas Tendências Tecnológicas no Sector da Olivicultura e do Azeite", dinamizado pelo Nersant.
 
A Feira Nacional de Agricultura foi também palco da Entrega de Prémios do projecto "EmpreEscola - Empreender no Ensino Secundário, uma iniciativa para fomentar o empreendedorismo na comunidade escolar do ensino secundário e organizada pelo Nersant.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Comissário europeu da agricultura visita a plataforma logística de concentração e expedição de hortícolas da agromais, em Ervidel


No âmbito do Programa Oficial da Visita do Comissário Europeu da Agricultura - Phil Hogan – à região do Alqueva, será realizada uma visita à Plataforma Logística de Concentração e Expedição de Hortícolas da AGROMAIS, em Ervidel, no próximo dia 9 de junho (5.ª feira) pelas 17h.

Esta unidade, em fase de conclusão, irá estar operacional para a presente campanha agrícola e permitirá obter melhorias significativas da qualidade dos produtos hortícolas da região e uma importante redução dos custos logísticos. Esta unidade contribuirá para a promoção da produção hortícola na região do Alqueva, aumentando o interesse por parte dos produtores e potenciando o aumento de área e de produção.

Este investimento insere-se numa lógica de expansão da AGROMAIS para a região do Alqueva. Desde 2011 a AGROMAIS percebeu que o futuro da produção agrícola nacional passaria pelo desenvolvimento agrícola associado ao projeto do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva. Numa primeira fase, a AGROMAIS quis produzir, para conhecer o potencial produtivo da zona, e dar apoio técnico a produtores locais que viram na AGROMAIS a oportunidade de se adaptarem às técnicas de regadio. Em 2013, a AGROMAIS foi parceira do maior investimento na fileira dos cereais na região, com a instalação de uma unidade de secagem e armazenagem de milho no Parque Agroindustrial de Penique. A Plataforma Logística de Concentração e Expedição de Hortícolas, que será visitada, é, por isso, mais um sinal da consistência da nossa abordagem à região.


segunda-feira, 6 de junho de 2016

José Martino quer movimento cívico a defender mais apoios à agricultura


Por Gazeta Rural -  3 Junho, 2016 0 90
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Petição Pública apela a Marcelo Rebelo de Sousa

O consultor e empresário agrícola José Martino quer criar um movimento cívico que defenda um aumento de 300 milhões de euros de fundos comunitários a canalizar para a agricultura, no âmbito do Portugal 2020, o novo quadro comunitário de apoio.

Para atingir este objetivo, este especialista agrícola, que assina colunas de opinião em alguns dos mais respeitados jornais portugueses, criou uma Petição Pública, dirigida ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, intitulada "Mais Portugal 2020 para a Agricultura" (http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT81393).

Neste petição, José Martino apelava ao Presidente da República para que junto do Governo e das instâncias europeias possa liderar esta causa de mais investimento comunitário na agricultura portuguesa, sem que tal seja considerado para o procedimento por défice excessivo.
Martino, cujo blog (josemartino.blogspot.pt) é o mais consultado na área agrícola, com cerca de mil visitas diárias em média, já escreveu a todos os eurodeputados portugueses a sensibilizá-los para esta causa.

E pede também uma audiência a Marcelo Rebelo de Sousa para lhe dizer que a agricultura portuguesa foi a almofada social e económica que nestes últimos anos da crise permitiu que milhares de famílias pudessem sobreviver e começar um novo projeto de vida.

Além disso, o setor agrícola foi aquele que nestes últimos 4 anos mais incorporou inovação e novas tecnologias, e onde foi evidente a criação de riqueza e de emprego.

José Martino criou uma Petição Pública no início deste ano, denominada "Agricultura e PDR 2020" (http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT79677) que teve cerca de 1.200 assinaturas.

Governo espanhol autoriza o maior transvase do Tejo desde 2014



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O governo regional de Castela-Mancha prometeu recorrer para impedir o transvase

O Governo espanhol autorizou hoje o maior transvase de água das bacias do Tejo em Castela-Mancha para as províncias de Múrcia, Alicante e Almería desde dezembro de 2014, num total de 38 hectómetros cúbicos em junho.

Um comunicado do Ministério da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente (Magrama) indica que a autorização da Comissão Central de Exploração do Aqueduto Tejo-Segura garante o fornecimento não só às populações da bacia que cede a água como o abastecimento de 2,5 milhões de pessoas nas províncias de Múrcia, Alicante e Almería.

A água a ceder será mantida, preferencialmente, nas albufeiras de Entrepeñas e Buendía e movimentada em função da procura.

Trata-se da maior cedência de água das bacias cedentes desde que a Comissão do Aqueduto Tejo-Segura considerou, em dezembro de 2014, que existiam "situações hidrológicas excepcionais" (nível 3), o que permite autorizar transvases mensais do Tejo para a bacia do Segura.

Desde dezembro de 2014, as maiores quantidades de água transvasadas foram de 20 hectómetros cúbicos em vários meses, entre eles de março a maio deste ano.

Em finais de maio, o governo regional de Castela-Mancha (PSOE) - muito crítico para com este tipo de medidas - manifestou as suas suspeitas de que em início de junho, o Governo nacional em funções (PP, direita no poder desde 2011) iria autorizar um novo transvase e ligava esta autorização às eleições legislativas de 26 de junho.

No entanto, o medo do governo regional de Castela-Mancha era o de que este transvase pudesse chegar aos 30 hectómetros cúbicos, uma estimativa que acabou por ficar abaixo do autorizado.

A conselheira de Fomento do governo regional, Elena de la Cruz, alertava, então, que esta medida poderia forçar os habitantes das bacias do Tejo a abastecer as cisternas com água, para suprir eventuais falhas.

"Os planos hidrológicos têm vindo a cortar os direitos de Castela-Mancha em matéria de água", salientou.

O rio Tejo, sublinhou Elena de la Cruz, "não tem neste momento um caudal ecológico em boas condições e não o tem porque de cada vez que se faz albufeira nos pântanos das bacias considera-se que há excedente e fazem-se transvases para o Levante (Alicante, Múrcia e partes da Andaluzia) para alimentar os regadios".

Nas legislativas de dezembro, criticou a conselheira, "a ministra da Agricultura (Isabel García Tejerina) fez praticamente toda a campanha eleitoral em Múrcia", onde o PP chegou a prometer "cem milhões de euros em investimentos".

Por isso mesmo, o governo regional de Castela-Mancha prometeu recorrer - como fez em ocasiões anteriores - do transvase.

O que 130 cabras podem fazer por 19 pessoas


CATARINA GOMES (Texto) e NELSON GARRIDO (Fotos)
03/06/2016 - 08:47

Um projecto de rebanho colectivo financiado por um concurso de ideias portuguesas da Gulbenkian acabou por dar nome a um lugar minhoto onde pouco se passava. A grande dificuldade foi recrutar um pastor. Nem chamando-lhe "produtor animal em territórios de montanha". O estigma sobreviveu.

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Albertina da Cunha, 95 anos, está surda. As imagens em movimento da televisão não lhe bastam e sem som não percebe muito do que lá se passa. António, o filho que tem na Suíça, ofereceu-lhe aqueles binóculos Leica para a mãe pelo menos ter onde entreter o olhar na paisagem serrana à volta do lugar de Grijó. Para isso não precisa de ouvir.

Instala-se junto à janela num banquinho umas dez a ou 20 vezes por dia, a horas variáveis, sem critério, como se precisasse de estar sempre actualizada em relação ao que vai passando lá fora. Observa as variações que chegam com a mudança das estações e as condições do tempo, detém-se num ou outro carro que raramente passa, detecta uns trabalhadores a fazer pequenas obras ocasionais. É como se Albertina da Cunha passasse os dias a olhar para um filme mudo onde não acontece quase nada. Mas isso era dantes.

O olhar amplificado de Albertina persegue, desde Janeiro, os movimentos de um rebanho colectivo de cerca de 130 cabras que ali se instalou depois de duas pessoas da freguesia de Rio Frio e um emigrante a viver na Suíça, terem ganho, há cerca de um ano, o primeiro prémio da quarta edição do concurso anual de empreendedorismo social organizado pela Fundação Calouste Gulbenkian Faz-Ideias de Origem Portuguesa. Os vencedores deste ano serão anunciados hoje.

Albertina ganhou novas rotinas. Vê as cabras a galgarem o monte por volta das 9h, com os três cães, ainda só um tem nome, o Rafael, e o pastor que é pessoa nova em Grijó. Eles são só 19 habitantes, ou 17, dependendo do método de contabilidade. Depois, os animais voltam ao abrigo ao meio dia, tornam a sair às 14h, terminam o dia por volta das 17h. Há cabritinhos pequenos que se vêem crescer.

"É um distraimento", diz Custódia da Cunha, a mais nova das mulheres, 67 anos, filha de Albertina, que é quem descreve aquela forma que a mãe tem de passar o tempo. Custódia não usa binóculos, mas é como a mãe. "Gosto de ver os animaizinhos pular os campos, os cães, o pastor. Estava tudo isolado." Estão em Grijó, um dos 16 lugares (não aldeias) da freguesia minhota de Rio Frio (concelho de Arcos de Valdevez, distrito de Viana do Castelo).

Parece pouco, um rebanho de cabras, ainda mais sendo de cabras, numa hierarquia de animais do campo, aquele sempre foi animal desprezado. Mas é tanto.

"Era um lugar muito morto", diz Vasco Ferreira de Castro, 78 anos. Há 30 anos que não nasce ali uma pessoa, só morrem. Mas no último ano nasceram 60 cabritos. "Alegria. é uma grande alegria ver os pequeninos. Foi uma grande coisa que foi feita por esta aldeia. Dá prazer. Os animais dão vida", diz Emília Fernandes, 68 anos.

Depois, "cada vez que o pastor passa por nós acena", conta Custódia entusiasmada por ter alguém de fora, novo, que os cumprimenta.

Mas não é só isso. Desde que o projecto ali se instalou "vêm pessoas a pé, vêm pessoas da freguesia ver", conta Emília. "Era um lugar morto. Agora já se vêem algumas pessoas, que param para ver, que perguntam se é para continuar. Se valerá a pena", continua Vasco.

"Aos sábados e domingos são para aí carros. São de fora, de outras freguesias", diz Lucinda Pereira, de 77 anos. "A gente fala com eles", completa Armindo Fernandes, de 83 anos. "O meu tio oferece café a toda a gente que passa", completa a mulher, Emília.

 
Joaquim Dantas, 48 anos, pensou que o rebanho colectivo podia ajudar a prevenir incêndios NELSON GARRIDO
Também vem gente do Porto, de Lisboa, até do estrangeiro. "Quando é que estiveram cá as francesas?", pergunta Armindo à mulher. Não interessa o dia, o que é importante é que viram o rebanho e ainda ficaram. "Também foram à missa. Ficaram encantadas com a nossa capelinha."

Alguns são turistas atraídos pelo projecto Pastor por Um Dia, que ainda está em fase experimental e em que qualquer pessoa pode vir acompanhar a rotina do pastoreio deste rebanho colectivo, mediante o pagamento de uma determinada quantia (dez euros por uma manhã ou uma tarde). Na próxima vinda serão neozelandeses, explica Joaquim Dantas, o mentor do projecto.

"Não é vulgar isto. Até já cá veio a TV. Ai, antes não vinha cá a TV não. As notícias eram entre nós", diz Custódia. "Este lugar agora tem nome, não tinha. O Joaquim deu vida a este lugar. Ninguém falava em Grijó." Dos 16 lugares que constituem a freguesia de Rio Frio, o mais famoso sempre foi o lugar da Igreja, por ter mais gente e por lá ficar a igreja, ou talvez Aveleiras. Mas nunca Grijó. Quem é que queria saber de Grijó antes do rebanho colectivo financiado pela Gulbenkian?

A última época em que Grijó foi motivo de atracção dentro da freguesia já foi há 20 anos, com o Bonito, o boi que emprenhava as vacas da freguesia. "Dizia-se 'vou com a vaca ao boi a Grijó'". Cada acasalamento bem sucedido pagava-se com 18 quilos de milho ao dono do animal, recorda Custódia da Cunha.

E nesse trazer das vacas os donos também "traziam novidades dos lugares deles. Quem tinha morrido, quem estava doente, quem nasceu, morreu. Era o nosso jornalismo", acrescenta. "Há lugares da freguesia que sentem inveja."

Depois o rebanho é fonte de novidades, tema de conversas.  Emília Fernandes, de 68 anos, e o marido de 73 anos, João Fernandes, são os tais que os residentes permanentes hesitam em incluir na contabilidade dos habitantes do lugar. Porque passam o Verão em Grijó e o Inverno em França (são 17 habitantes mais eles os dois), para onde emigraram no final dos anos 1960.

São os únicos na aldeia com Facebook, cada um tem a sua conta, sublinham. Lá "postam" as novidades sobre o rebanho da terra, algo que não existia há 40 anos, para os amigos e os dois filhos em França estarem a par.

Custódia tem três filhos em França. Ana Odete foi há 22 anos, Maria Cristina há 18 anos e o mais novo, José Luís, que ainda foi o que se aguentou em Portugal mais tempo. Tentou vida no Porto, mas teve gémeos. Para conseguir pagar o empréstimo de casa ainda foi trabalhar sozinho para Andorra, mas acabou por se juntar aos irmãos, em França, há dez anos. Vieram todos na Páscoa. Para os netos mais pequenos as cabras foram um entretém. "Querem adoptar uma cabritinha."

Foi essa uma das ideias apresentadas no projecto inicial, a adopção de cabras à distância como forma de reforço dos laços afectivos da comunidade emigrante às origens. Mas estão a ter dificuldades no processo de adaptação de uma plataforma digital onde estarão fotos das cabras adoptáveis, admite Joaquim Dantas. "Temos muitas pessoas em lista de espera." Cada padrinho que adopte ganhará o direito de baptizar um bicho. Dantes as cabras nem tinham direito a nome.

As vacas sim, eram a Fidalga, a Bonita, a Linda, a Dourada. Os nomes repetiam-se mas a ideia era óbvia, o orgulho que se tinha em ser proprietário de vacas. Untavam-se-lhe os chifres com azeite para brilharem, tinha-se orgulho no pêlo luzidio que vinha da boa alimentação, conta o mentor do rebanho colectivo.

 
Albertina da Cunha, a mais velha habitante de Grijó, passa os dias à janela NELSON GARRIDO
Alegria. É uma grande alegria ver os pequeninos. Foi uma grande coisa que foi feita por esta aldeia. Dá prazer. os animais dão vida

Emília Fernandes
"Os ricos tinham vacas, ovelhas e cavalos", conta Emília Fernandes.  "Quem tinha cabras era pobre", continua. E isso era visível até "no preconceito" em relação ao leite. E lembra o episódio sobre uma pessoa que se recusava a comer arroz-doce feito com leite de cabra e que um dia o comeu, ao engano, pensando que era feito com leite de vaca.

Era pastor de cabras quem não tinha campos seus. Porque as cabras comem tudo sem critério, giesta, tojo e silvas. Não é como as ovelhas e as vacas que precisam de prado de erva rasa. Nesse passado, era pastor de cabras quem não podia ser mais nada, comenta Joaquim Dantas. Talvez venha desse passado a dificuldade maior deste projecto de rebanho colectivo: o arranjar alguém que, em 2016, aceitasse ser pastor.

Procura-se "operador de pecuária"
Joaquim Dantas não teve grande dificuldade em comprar o rebanho de cabras. Custou cinco mil euros e veio com três cães incluídos. O problema foi recrutar quem o pastoreasse. "Há um estigma", como se fosse um voltar no tempo. A Associação Território com Vida, criada para desenvolver o projecto, desenhou uma acção de formação específica e pediu ao Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) candidatos para a potencial vaga.

Mas perceberam que tinham de dar a volta à designação do curso. Havia que "florear" o nome, "torná-lo mais poético". Não podia ser um curso para ser pastor de cabras. Ficou assim a chamar-se "Acção de Formação de Produção animal em territórios de montanha", destinada a formar "Operador/a de pecuária". "O que nós queríamos era um pastor, nunca quisemos um produtor animal em territórios de montanha", diz a rir. Já houve câmaras municipais a contactá-los para replicar o modelo, de uma delas veio a sugestão de outra a designação, "técnico de gestão de ecossistemas."

"Ninguém queria ir ao curso." Era uma formação para desempregados. Acabaram por ceder com medo de perder subsídios. "Tenho a certeza de que não havia um único com vontade de ali estar."

Os formandos não demoraram muito tempo a perceber o que encerrava a formação em "Produção animal em territórios de montanha". Uma senhora deu-se ao trabalho de fazer 20 quilómetros para ir antes fazer um curso em "vitivinicultura, para fugir ao curso que desconfiava que era uma maneira fina de se chamar a um pastor", diz.

Dos 23 formandos iniciais restaram 16 na parte de estágio, já na montanha. Aí desistiram mais três, entre eles uma das senhoras porque "os animais lhe causam alergias". "No final acho que conseguimos criar um espírito de grupo. Fazíamos umas sardinhadas no monte. Alguns ficaram tristes quando chegou ao fim." Foram consideradas aptas seis pessoas.

Foi escolhido António Martins, 48 anos, porque é pastor e algo mais, pega num martelo e resolve problemas. Foi quem construiu o abrigo de cabras, quem faz reparações quando é preciso. Era o pastor mais multifacetado. Começou em Março.

O recém-pastor deixa claro, no monte, entre os assobios que usa para juntar as cabras neste dia de chuva, que este não é um emprego de sonho: "Não se arranjando melhor... Não estava na minha ideia voltar a isto. Sou pedreiro. Era e sou. Agora virei pastor." Mas já tinha cuidado de animais na infância.

Toda a vida trabalhou na construção civil na zona de Lisboa, com 20 anos, a ajudar a pôr de pé vivendas, prédios, a ponte de Santarém. Há uns dois anos, quando estava mais tempo parado do que a trabalhar, mas à mesma com a renda para pagar, voltou a casa dos pais, numa freguesia vizinha de Rio Frio. Ali ao menos não pagava pelo alojamento. Nem a mãe achou boa ideia ele ser pastor, não gosta que António ande sozinho pelos montes. "Tem medo que eu me perca no monte. Nunca me perdi em lado nenhum."

 
O lugar de Grijó tem apenas 19 habitantes, dois deles vivem metade do ano em França NELSON GARRIDO
O desafio para Joaquim Dantas foi criar um posto de trabalho de pastor, uma profissão antiga, com condições laborais de século XXI. Os animais precisam de ser apascentados todos os dias, incluindo fins-de-semana, feriados, férias. Os pastores antigamente nunca tinham descanso. Quem é que aceita trabalhar "de domingo a domingo?".

"Há que criar conforto. Quero que o Sr. António tenha um horário." Para que António tenha os fins-de-semana, costuma ser Joaquim e as duas estagiárias pagas pelo IEFP, Andreia Barreiro, uma geógrafa de 22 anos, e Marina Amorim, 23 anos, com formação em Informática de Gestão, a resolver o problema. Estão a construir uma vedação para que possam soltar as cabras sem pastor ao fim-de-semana.

E depois, "um pastor hoje tem mais que se lhe dia". Tem de saber, por exemplo, responder às perguntas dos turistas sobre as espécies que se encontram pelo caminho. Essa será a fase seguinte. Dar formação a António Martins para que saiba dizer aos turistas o que se vê nas serras escarpadas por onde seguem as cabras da raça serrana e bravia.

A calças Lois e o walkman
Joaquim Dantas, 48 anos, conhece bem aquela serra. É do lugar ao lado de Vila Franca, ao lado de Grijó, onde vivem umas 35 pessoas. Houve um tempo em que "o meu mundo não ia muito além da última serra que via, a serra Amarela. Para lá da serra não sabia o que havia".

Os pais eram agricultores, tinham quatro vacas. A ele cabia-lhe voltar da escola, soltá-las, esperar que pastassem e recolhê-las por volta das 21h-22h. Andavam muitas crianças na escola primária, mas só uma dúzia dos seus colegas não emigraram e apenas dois ou três filhos de agricultores foram estudar para "a vila", Arcos de Valdevez, que fica a 14 quilómetros de distância. Era preciso andar dois quilómetros a pé e depois apanhar uma camioneta onde hoje continua a haver uma paragem mas onde já não há miúdos à espera.

A "vila" metia medo. Era um sítio grande, com adolescentes da idade dele mas que tinham electricidade em casa e viam televisão. Ele tinha vergonha de dizer que vigiava vacas, que estudava a candeeiro de petróleo. A electricidade, e a televisão, só chegou aonde vivia em 1982, quando já tinha 14 anos. "Os da vila falavam de coisas que eu nem imaginava."

Um dia no liceu surgiu a notícia de um concurso nacional do Instituto Português da Juventude, Descobre a tua Terra, e ele decidiu que ia concorrer falando do lugar de Vila Franca. Com o texto sobre o seu lugar ganhou. "A aldeia algum encanto teria." O prémio era um cruzeiro às ilhas gregas. E ele que nunca tinha ido a Lisboa ou ao Porto.

Pensou que se na vila já era diferente por ser da aldeia o que faria com os outros concorrentes, miúdos da cidade. Antecipou o "estigma do provinciano". Ia tentar não fazer má figura. Tinha de se modernizar à pressa, ri-se a contar.

Modernidade era para si, na altura, usar jeans. "Um dos meus sonhos era ter umas calças de ganga." Comprou um par, umas Lois, e um walkman. Se não se integrasse podia ficar a ouvir música sozinho. Lá foi, modernizado. A mãe recomendou-lhe que tivesse cuidado com as passadeiras e que não aceitasse nada de estranhos.

Na viagem, os outros falavam com grande entusiasmo de uma coisa que ele não sabia o que era. "Devia ser divertimento", pelo tom. Não deu parte fraca. Quando pararam em Barcelona e foram todos ao tal Mcdonalds imitou os outros. "Ninguém percebeu que eu não sabia. Fiz de conta."

 
Muitos dos habitantes de Grijó continuam a ter hortas.
Acabou por se licenciar em Gestão no Porto e por passar 15 anos da sua vida em departamentos financeiros de empresas naquela cidade, a vida em torno de números e papéis. Quando vinha a altura de a empresa ser auditada chegava a fazer duas directas seguidas. E isso começou-se a notar. Começou a sofrer de taquicardia e era internado por uns dias até o ritmo cardíaco voltar ao normal. Ainda foram umas três ou quatro vezes, a seguir a auditorias. Decidiu "regressar".

Ainda instalou um gabinete de contabilidade em Arcos de Valdevez, mas depois começou a olhar para o sítio de onde tinha saído com outro olhar. A achar piada ao que era tão natural que não se percebia que era único, "a curiosidade em torno de coisas que nos diferenciam no mundo", e que já estava no texto que lhe ganhou o cruzeiro às ilhas gregas. Como o pão, mais propriamente a broa de milho de Arcos de Valdevez. Joaquim restaurou uma escola primária abandonada, onde se ensinou a fazer a tal broa, que conseguiu que fosse incluída no catálogo internacional Slow Food, e mais tarde transformou-a em alojamento local.

Nos seus dias matuta em formas de não deixar morrer lugares rurais como aqueles. Como é que se atraem pessoas para as aldeias? Passam-lhe várias ideias pela cabeça. Será que pessoas que são mendigos nas cidades não aceitariam viver de forma digna nestes lugares? Não sabe. Ao todo a freguesia terá 500 pessoas, perde 250 pessoas de censo a censo. "Há freguesia para 15 anos..."

A ideia do rebanho surgiu não para atrair, mas pelo menos para manter os poucos que aqui continuam a viver. Via que o "maior drama é ter as silvas quase a entrarem-lhes pela casa", a vegetação a crescer de forma desmesurada, pessoas envelhecidas sem forças para controlar o mato a crescer nos baldios, terrenos que não são de ninguém e são de toda freguesia. As cabras, o que elas comem, atrasam incêndios, estava comprovado.  

"Isto já é obra delas. Isto era um matagal" e mostra como até a giestas já altas elas chegam. Calcam-lhes o pequeno tronco, que é como se fosse uma miniárvore, e trazem-nas para baixo para as devorar. E também comem silvas com espinhos e tojos, vegetação que é "como se fosse petróleo". O último incêndio em Grijó foi em 2009.

A prevenção de incêndios era o grande objectivo que consta da descrição do projecto que lhes valeu o primeiro prémio e os 25 mil euros: "Aproveitar os recursos abandonados ou pouco explorados, neste caso o pastoreio em 400 hectares de terrenos baldios e minimiza-se o risco de incêndio diminuindo a carga combustível no território."

Mas na formação dada pelo Instituto de Empreendedorismo Social aos candidatos dos dez projectos finalistas do concurso da Gulbenkian, Joaquim Dantas ouviu falar, pela primeira vez, do conceito de "externalidades positivas" dos projectos de economia social. Ele estava mais habituado à linguagem do lucro e da gestão. Na prática, são coisas boas que acontecem por causa dos projectos, mas que não estavam previstas. Como a animação trazida pelas cabras que Albertina da Cunha passou a ver através dos seus binóculos, as vantagens do aceno de um pastor vindo de fora, o orgulho de ver turistas nacionais e estrangeiros a parar para fazer perguntas e de ver chegar tanta gente para lhes verem as cabras.    

Comissão defende a aplicação da etiquetagem COOL pela França

Maio 25
11:04
2016

A Comissão Europeia defende que a França tem toda a legitimidade em utilizar o sistema de etiquetagem denominada COOL, que impõe a origem de todos os componentes dos produtos lácteos, ou dos preparados e transformados de carne.

As autoridades francesas dizem que vão pôr em marcha este programa, sendo que, inicialmente, terá um período experimental até 31 de Dezembro de 2018.

Antes de 2018, a França fará um relatório pormenorizado à Comissão sobre os efeitos da aplicação do sistema, o que irá permitir a tomada de futuras medidas comunitárias.

No entanto, esta decisão não está a ser pacífica em França, com a associação dos industriais de carne a opor-se, invocando o acréscimo de custos que tal medida acarreta.

A discussão está ao rubro no interprofissional francês INAPORC, com a produção a defender a etiquetagem e a indústria a ameaçar abandonar o INAPORC, o que seria o fim do Interprofissional francês.


Imagem - 20minutes.fr 


Cerca de 10% dos pagamentos da PAC em 2016 vão para ajudas ligadas

Maio 25
11:07
2016

Segundo os últimos dados publicados, cerca de 4,15 mil milhões de euros a ser despendidos, em 2016, nas ajudas directas, vão para ajudas "ligadas" à produção agrícola.

Este montante corresponde a 9,92% do orçamento total e está dependente dos programas voluntários utilizados pelos países.

O sector que tem mais ajudas ligadas é o leite, em que 19 dos 28 Estados Membros utilizam esse programa. Este sector cobre, por si só, 30% das ajudas ligadas.

De referir que, em 2013, só 2,2 mil milhões de euros eram utilizados em ajudas ligadas, pelo que este valor duplicou em 2016.

As ajudas aos jovens agricultores ascenderam a 1,23% do total das ajudas.

Presidente da República acredita que crise do leite e dos suínos é temporária e destaca crescimento da agricultura

06-06-2016 
 
 
O Presidente da República disse, em Santarém, que o diploma que promulgou durante a noite, abrindo linhas de crédito para suinicultores e produtores de leite, «vai responder a uma situação transitória, temporária» de um sector que está a crescer.

Marcelo Rebelo de Sousa visitou no sábado, dia 4 de Junho, demoradamente a 53.ª Feira Nacional da Agricultura/63.ª Feira do Ribatejo, parando para falar com produtores e para provar as muitas «tentações» presentes no certame.

«Tudo é bom e é impossível não provar um pouco de tudo», disse aos jornalistas, no final da visita que marcou a abertura do certame, que decorre no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, até ao próximo dia 12.

Lembrando que visitou a feira em 2015, ainda antes de anunciar a sua candidatura à Presidência da República, Marcelo notou o «salto impressionante» do certame, «sinal do crescimento da agricultura portuguesa».

Sobre o diploma para apoio aos produtores de leite e aos suinicultores, o Presidente afirmou que ele vai responder a uma situação que disse esperar ser «transitória, temporária» de dois sectores da agricultura que vivem momentos de dificuldade.

«Mas em geral a agricultura está a crescer. Ouvimos isso em todos os "stands", da fruta, dos vinhos, do azeite. A crescer cá dentro, mas sobretudo em exportação, e isso é uma boa notícia», declarou.

O diploma que entra agora em vigor cria duas linhas de crédito garantidas, dirigidas aos produtores de leite de vaca cru e aos produtores de suínos, aprovadas pelo Governo a 12 de Maio, no valor de 20 milhões de euros.

A primeira linha de crédito, designada Linha Tesouraria, tem como objectivo apoiar encargos de tesouraria dos produtores, e a segunda, denominada Linha Reestruturação, visa apoiar a reestruturação de dívidas com instituições de crédito ou com fornecedores, relacionadas com a actividade desenvolvida pelos produtores.

Logo à chegada à feira, Marcelo tinha à sua espera um pequeno grupo de famílias de suinicultores, envergando "t-shirts" brancas pedindo "Coma o que é nosso" e em defesa da "carne portuguesa". O certame conta com a presença de um milhar de expositores de toda a fileira agrícola, tendo este ano como destaque a fruta portuguesa.

Fonte: Lusa

Comissário Andriukaitis não põe de parte a desinfecção dos frangos no matadouro


Maio 24
11:54
2016

O Comissário Vytenis Andriukaitis foi bem claro, ao afirmar que não põe de parte a possível autorização do uso do ácido clorídrico na desinfecção das carcaças de frango no matadouro.

Também afirmou a sua possível discussão nas negociações comerciais com os Estados Unidos (TTIP), país onde esta técnica é utilizada.

A sua preocupação move-se somente em defesa da saúde pública e, se este método se mostrar mais eficaz para evitar problemas de contaminação nos frangos, como a salmonella ou a campylobacter, está disposto a ponderar avançar com a autorização.

Esta discussão está longe de ser pacífica, com os produtores a pedirem que seja proibida a importação de carne de frango dos Estados Unidos tratada com este produto e a opinião pública muito dividida.

Existem muitos consumidores que recusam totalmente a ideia de comprar frangos desinfectados previamente.

A discussão está muito longe de ter um fim à vista.

Presidente da República afirma que a FNA é um sinal claro do crescimento da Agricultura portuguesa

53ª Edição da Feira Nacional de Agricultura



 

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, inaugurou hoje, dia 4, a 53ª Feira Nacional de Agricultura / 63ª Feira do Ribatejo, que decorre no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, de 4 e 12 de junho.

Durante duas horas, o Presidente da República, acompanhado pelo Ministro da Agricultura, Capoulas Santos, visitou vários espaços, provou inúmeros produtos e cumprimentou os muitos visitantes que se deslocaram ao primeiro dia da maior e mais antiga feira do setor Agrícola, este ano associada à temática da "Fruta Portuguesa".

No final da visita, em declarações à Comunicação Social, o Presidente da República afirmou que "a FNA é um sinal claro do crescimento da agricultura portuguesa e um setor em franco crescimento" e anunciou que "com o objetivo de colmatar os problemas de exportação, que alguns nichos ainda sentem, recebeu ontem do Governo um diploma legal que prevê a abertura de linhas de crédito para produtores de leite e suinicultores".

A programação da FNA de 2016 é a mais completa e ambiciosa de sempre, prevendo-se uma adesão de cerca de 180 mil visitantes e 40 mil profissionais.

Com uma área útil de 33.115 m2, a FNA apresenta inúmeros motivos para uma visita de lazer ou de negócio. Para as famílias que procuram descontração e animação, o evento oferece gastronomia de qualidade, artesanato e vários espetáculos ao vivo. Para os profissionais, que pretendem desenvolver negócios e parcerias, a FNA é o mais importante ponto de encontro da Agricultura nacional, indispensável para trocar experiências, debater e refletir sobre o futuro do setor.

 

Para informações detalhadas sobre o programa completo da FNA 2016 consulte: http://feiranacionalagricultura.pt/