sábado, 25 de junho de 2016

Meteorologia, divisas e referendo britânico condicionam mercado internacional de cereais

  21-06-2016 
 

 
Esta semana é importante para o mercado internacional de cereais, no arranque do desenvolvimento das culturas de soja e milho dos Estados Unidos e também da colheita na Europa e dos trigos nos Estados Unidos.

A meteorologia, as divisas, a procura e também o referendo britânico na próxima quinta-feira e que implica muito na cotação do euro, são factores que condicionam a situação do mercado internacional dos cereais nos próximos dias, de acordo com a avaliação de Toño Catón, director das Culturas Arvenses das Cooperativas Agroalimentarias de Espanha.

Nos Estados Unidos, a meteorologia prevista para as próximas duas semanas aponta para que uma quarta parte do cinturão de milho possa apresentar défice hídrico e altas temperaturas nas zonas de milho e soja. Na Europa, a qualidade dos trigos é boa. Segundo a France Agrimer, 75 por cento do trigo está em uma condição de boa a excelente, mas ainda abaixo da semana anterior, que registava 79 por cento.

No Brasil, o aumento da cotação do real em relação ao dólar, de 20 por cento desde o início do ano, leva os preços brasileiros a perderem competitividade. Para além disso, a meteorologia adversa reduz a produção. De acordo com os últimos dados, a seca no Centro-Oeste do Brasil reduziu a colheita de cereais em 6,5 por cento, menos 13,5 pontos percentuais (p.p.), até as 195,9 milhões de toneladas, que é a maior descida desde 1990. Em 2015, registou-se uma colheita recorde de 209,4 milhões de toneladas.

O Brasil vai colher 96,8 milhões de toneladas de soja, menos 0,4 por cento; 47,6 de milho, menos 14,1 e 10,9 milhões de toneladas de arroz, menos 11,6 por cento. Estas três culturas representam mais de 92,5 por cento da produção agrícola de grão.

Na Argentina a situação é semelhante em relação ao ocorrido com os preços no Brasil, assinala Catón. Os preços de exportação argentinos de farinha de soja subiram cerca de 50 por cento desde as inundações de Abril.

Fonte: Agrodigital

Portugal já tem organização de produtores de pistácio


por Ana Rita Costa- 22 Junho, 2016

A empresa de consultoria Espaço Visual criou a Fruystach, a primeira organização de produtores de pistácio portuguesa que nasce com a missão de comercializar, distribuir e dar assistência técnica aos associados produtores de pistácio. De acordo com a empresa, a decisão de criar esta organização é fruto do crescimento que a cultura tem tido no país.

Nesse sentido, e com o objetivo de "criar emprego e riqueza nas zonas mais desfavorecidas do interior de Portugal, combatendo, assim, a desertificação", a empresa de consultoria vai promover sessões de esclarecimento sobre a cultura em Elvas e na Guarda. Em Elvas, a sessão está agendada para dia 23 de junho, na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal; na Guarda será no dia 5 de julho, no Auditório da Câmara Municipal.

"O clima das regiões mais interiores de Portugal é particularmente atrativo para o desenvolvimento da cultura do pistácio, dado que este fruto se dá bem em zonas muito frias no Inverno e muito quentes no Verão. Trata-se de um investimento que pretende travar a desertificação do interior do país, dinamizar a economia local e regional, criar riqueza e emprego", defende José Martino, CEO da Espaço Visual.

O CEO da Espaço Visual pretende arrancar já com as primeiras plantações de pistácio e atingir uma meta de 3000 hectares dentro de dois anos. "Este é um negócio altamente rentável, que implica um baixo investimento e baixos custos de produção", diz o consultor.

Para além disso, José Martino garante que o escoamento da produção está assegurado para a União Europeia, onde "a procura supera em muito a oferta". Na perspectiva do CEO da Espaço Visual, "para suprir as necessidades dos mercados da União Europeia será necessário plantar mais 120 mil hectares."

Quando em plena produção, o pistácio pode gerar um rendimento superior a 10 mil euros por hectare.

Deputados provam azeite nacional na Assembleia da República


Jun 22, 2016

A 23 de Junho, os deputados da Assembleia da República  e outros parceiros e agentes do sector oleícola estão convidados para uma degustação de azeites nacionais e de outros produtos da Beira Baixa. A ideia é promover a Bienal do Azeite 2016, que acontece entre 1 e 3 de Julho, em Castelo Branco, e a marca Azeites de Portugal.

A iniciativa, promovida pela Câmara Municipal de Castelo Branco, em parceria com a Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI), a Casa do Azeite e a Confraria do Azeite, contará com a presença de Hortense Martins, Eurico Brilhante Dias, Manuel Frexes e Álvaro Baptista, deputados eleitos pelo ciclo eleitoral de Castelo Branco.

A Bienal do Azeite 2016 tem como tema "O azeite na Dieta Mediterrânica". A 5.ª edição da Bienal do Azeite terá um espaço aberto dinamizado pelos agentes do sector, os restaurantes locais são desafiados a utilizar, de forma criativa, o azeite nas ementas disponíveis durante o fim-de-semana. Haverá ainda momentos de debate e animação.

O evento «assumirá um papel de aglutinador na aproximação dos distribuidores nacionais ao tecido empresarial da região, convidando-os a visitar o evento, a conhecer os produtores e as suas marcas. O programa detalhado será revelado ao longo dos próximos meses», explica a organização.

Plantas portuguesas a desabrochar pela Europa


21.06.2016 às 17h52
 
A Raiz da Terra manda, por encomenda, plantas bebés para a Península Ibérica, Holanda, França e está a conquistar a Alemanha e Inglaterra
D.R.
Raiz da Terra é o nome da empresa que já produz 3,5 milhões de plantas ornamentais por ano, 80% das quais para o mercado externo

RUBINA FREITAS
Quando um amigo holandês desafiou José Martins a dedicar-se à propagação de plantas ornamentais, alegando as boas condições climatéricas e de mão-de-obra, o jovem engenheiro florestal riu-se. Mas "por brincadeira", juntou-se a dois sócios para plantar a semente do que viria a ser a 'Raiz da Terra', em Vila Praia de Âncora, no norte litoral do país. Estávamos em 1998.

"Metemos a cabeça no cepo", ironiza. "Quando se começa é preciso ter alguma irresponsabilidade", prossegue. "Comprámos umas estufas velhas e durante três anos adquirimos muito conhecimento na área das plantas ornamentais, mas também perdemos muito dinheiro", confessa. Foi o momento crucial. "Ou fechávamos ou avançávamos para uma coisa mais séria", explica.

Está fácil de ver a opção tomada. Numa fase inicial, a exportação para a Holanda era o único mercado, mas depois resolveram que era tempo de chegar a Portugal. "Os padrões exteriores são muito mais elevados, o que foi bom, porque quando entramos em Portugal e Espanha as coisas foram mais fáceis", assume.

Hoje a Raiz da Terra manda, por encomenda, plantas bebés para a Península Ibérica, Holanda, França e está a conquistar a Alemanha e Inglaterra. "Nós só trabalhamos a planta pequena, fazemos a reprodução, são os nossos clientes que fazem a engorda, as põem em vaso e depois em hortos e jardins", esclarece. "Se isto fosse um aviário, fazíamos o pinto do dia", clarifica.

A água em abundância e a proximidade ao mar são mais-valias que contrariam o reverso desta história, que é o facto de se tratar de uma zona de minifúndio. Ainda assim, não há queixas. A empresa dispõe de 2.5 hectares de área coberta, 1.5 hectares de ar livre e 10 hectares de plantas mãe. São 3,5 milhões de plantas por ano, de cerca de 800 variedades, 80% das quais para exportação. "Em termos de produção é uma chatice esta variedade toda, mas como tocamos vários mercados é uma mais-valia", conta. Best seller? A camélia, mais conhecida entre nós como japoneira. A Raiz da Terra dá trabalho a 23 pessoas, entre elas três técnicos superiores. "É uma empresa jovem, com a média de idades a rondar os 30", revela o engenheiro florestal.

Além das plantas ornamentais, a empresa está a chegar agora aos pequenos frutos, aproveitando "a moda". José Martins quer consolidar os mercados existentes e não fecha a porta à entrada noutros mercados europeus, deixando assim a velho continente mais florido com semente nacional.

Nasceu entre kiwis, cresceu entre kiwis e não se farta deles



20.06.2016 às 16h360

 
Kiwi Greensun soma 176 hectares de produção. Empregam 55 pessoas no cultivo, 25 no armazém

JEAN-PIERRE MULLER

A história de um miúdo que ia a conferências e palestas sobre um fruto pouco conhecido em Portugal e como mais tarde se tornou um dos maiores produtores na Península Ibérica

RUBINA FREITAS
Se encontrar kiwis portugueses hoje não será tarefa difícil, na década de 80 do século passado as coisas não eram assim. E é precisamente por essa altura que começa esta estória que chega a 2016 com uma produção de 4500 toneladas deste fruto rico em vitamina c.

Comecemos pelo início em Bragança. O pai de Vítor Araújo não estava contente com a vida agrícola nas suas terras em Trás-os-Montes e decide mudar-se para Felgueiras, onde adquiriu uma propriedade que tinha uma vacaria e ainda produção de vinho verde. Numa sessão de apresentação de novos produtos, conheceu o kiwi e teve a visão dos empreendedores.

Vítor Araújo acompanhava o pai nessas conferências e cresceu a ver a teimosia do pai para fazer o fruto vingar. Começou com dois hectares e sem sucesso imediato. Mas insistiu e a pouco e pouco os kiwis impuseram-se às vacas e as uvas.

O filho cresceu neste ambiente e não foi surpresa quando optou pela Escola Agrícola de Santo Tirso. Na hora de entrar para Universidade a ideia era clara e óbvia: Engenharia Agrícola, mas a média trocou-lhe as voltas. Vítor Araújo ainda fez o primeiro ano de Gestão. "Não me dizia nada", conta. Então o pai sugeriu arrendar-lhe em 1993 um terreno com 16 hectares do fruto que seria o negócio da família até hoje. Daí a comprar terras foram mais meia dúzia de passos até que, em 2004, realiza o sonho de ter o seu próprio armazém, controlando assim todos os passos da produção.

Nascia a Kiwi Greensun, em Guimarães. "Até 2003 éramos só produtores, o volume de produção era já grande e surgiu a ideia de criarmos a Kiwi Greensun. Dessa forma podíamos colher os nossos kiwis, metê-los nas câmaras frigoríficas e ir vendendo ao longo do ano durante o período de conservação de sete a nove meses, entre novembro e abril." Leu bem, é possível conservar kiwis - que são frutos de cultura permanente colhidos entre setembro e novembro - durante tanto tempo.

Começou com uma capacidade de 1500 toneladas em armazém, mas pouco depois alavancou a produção própria ao fazer sociedade com a família Cordeiro, que também estava no ramo. Somam 176 hectares de produção. A aposta foi bem sucedida tanto que duplicaram a capacidade de armazenamento. Não contentes, passaram também a receber fruta de outros produtores. Juntos são 260 hectares. Empregam 55 pessoas no cultivo, 25 no armazém.

Os kiwis saem da unidade refrigerada e entram numa linha de triagem, onde cada fruto é selecionado de acordo com o calibre e embalado para o cliente final. 70% da produção é exportada, sobretudo para Espanha.

Vítor Araújo mantém a paixão do miúdo que ia a conferências ouvir sobre um fruto verde de que pouco se sabia por cá. É consumidor inveterado. "Compro muitos kiwis para saber como anda a concorrência", assume.

Retira exemplares das cinco variedades de kiwis que tem armazenado para "ver como se comportam". O kiwi corre nos genes e já tem três críticos em casa. "Os meus filhos comem desde que o pai descasque", ri-se. "Só não gostam dos amarelos", termina.

Água do Alqueva dá vinho com sabor a piratas e navios afundados



17.06.2016 às 13h253
 
O projeto do vinho de água passa por recuperar uma "história antiga, em que barcos que se afundavam com vinhos revelaram, depois, ter vinhos extraordinários"
D.R.
Há um produtor português que está a submergir vinho, numa espécie de armazém subaquático, para lhe dar características únicas. Chama-lhe vinho de água

RUBINA FREITAS
Mais de doze mil garrafas de vinho foram retiradas do Alqueva em abril, onde estiveram durante vários meses, e já estão ser enviadas um pouco por todo o mundo. O Vinho da Água, um lote de Conde D'Ervideira Reserva Tinto 2014, é a mais recente aposta da Ervideira e nasce de uma mistura produzida a partir da seleções dos melhores lotes das castas Touriga Nacional, Aragonez, Tinta Caiada, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon, mas com sabor a histórias de piratas e navios afundados.

E está a gerar muita curiosidade entre os amantes do néctar. "Os nossos clientes estão curiosos, querem testar este vinho", afirmou o diretor executivo da Ervideira, Duarte Leal da Costa, realçando que, neste primeiro ano, vão ser lançadas no mercado "cerca de 32 mil garrafas". Já há encomendas da Bélgica, Luxemburgo, Alemanha e Suíça, Finlândia, Hong-Kong e Brasil.

E o que levou a empresa de Évora a apostar em mergulhar vinhos no Alqueva? A resposta à inovação é trazida pelo passado. "O projeto é recuperar uma história antiga, em que barcos que se afundavam com vinhos revelaram, depois, ter vinhos extraordinários", relatou aos jornalistas o diretor executivo da empresa, em outubro, aquando da submersão de várias destas caixas recheadas de garrafas de vinho. As características que este processo fornece ao vinho não se conseguem obter no envelhecimento em cave, segundo a Ervideira, que realizou vários testes para verificar a evolução.

Seladas, lacradas e acondicionadas dentro de caixas de grande dimensão, as garrafas estagiaram vários meses neste "armazém debaixo de água", como lhe chama Duarte Leal da Costa, mesmo junto à Marina da Amieira. As águas do Alqueva vão continuar a receber garrafas. No dia em que as primeiras foram retiradas das profundezas, outras ocuparam o lugar estando prevista uma rotação de 32 mil garrafas. Ou seja, vai-se transformar o fundo da albufeira numa espécie de armazém subaquático com um mínimo constante de 15 mil, estando já a ser testada a mesma solução nos vinhos brancos. Para isso vão colocar na água três ou quatro mil garrafas para depois se analisar o resultado.

Sumos naturais com ADN português


16.06.2016 às 17h360

 
O mercado das bebidas naturais enfrenta o problema da conservação

A procura de sumos naturais é cada vez maior, mas o mercado tem dificuldade em dar resposta devido à conservação. Português encontrou solução

RUBINA FREITAS
Comprar um sumo num supermercado e ter a sensação de que foi acabado de espremer, mas sem que lhe tenham sido adicionados químicos. É mais ou menos este o objetivo da Chinova Bioworks, empresa que está a ser desenvolvida na Irlanda por um português de 24 anos em parceria com dois canadianos.

Chama-se Emanuel Dinis é mestre em Ciências Biomédicas e está a estudar um conservante orgânico para bebidas naturais, que prolonga a sua validade sem alterar o conteúdo nutricional, sabor ou cheiro. O objetivo? Nada mais, nada menos do que revolucionar o "mercado de bebidas naturais", que enfrenta o problema da conservação, uma vez que estes produtos "não contêm qualquer tipo de químico para os proteger contra a deterioração", o que leva a que tenham curta validade e obrigue à conservação no frio.

"Uma das grandes preocupações das pessoas nos dias de hoje é a saúde e bem-estar e, por isso, cada vez mais procuram produtos totalmente naturais, frescos e com elevado valor nutricional, o que levou a um crescimento brutal no sector de bebidas naturais", explicou em entrevista recente. E é esta a génese da ideia, onde se pretendem que todos ganhem. Com este produto, o sector de bebidas naturais prolonga a validade destas bebidas e diminui o risco de perder dinheiro devido ao curto prazo de validade. Desta forma, as empresas ganham, mas também o cliente final, o consumidor, pois tem um produto 100% natural, fresco, seguro e saboroso", referiu.

A versão inicial do produto já tem cliente, uma empresa de bebidas japonesa, que foi selecionada para fazer parte do IndieBio 2016, considerado "o maior programa de aceleração de empresas da área da biotecnologia de toda a Europa".

Gastronomia com pica. A urtiga quer voltar à mesa


15.06.2016 às 14h051

 
"O sabor da urtiga fica entre o espinafre, a couve ou os brócolos, com um ligeiro efeito de formigar na boca"

Confraria da urtiga está empenhada em trazer de volta a planta para os pratos dos portugueses. Come-se em doces e salgados

RUBINA FREITAS
Se para a maior parte das pessoas a urtiga traz más memórias de infância, em Fornos de Algodres, capital da urtiga, a coisa pica de outra maneira. Há desde 2009 uma confraria empenhada em incentivar a utilização daquela planta na alimentação.

Sim, a urtiga come-se e não é de hoje. A planta chegou a estar a par da rúcula, acelga e beldroegas, em destaque na cozinha tradicional portuguesa. Diz quem sabe que tem mais vitaminas e minerais do que os espinafres e os brócolos e é rica em ferro. É mais fácil de cozinhar do que apanhar, já que é preciso luvas. A única parte da urtiga que se aproveita para a cozinha é a sua folha, uma vez que os caules são fibrosos. O seu sabor fica entre o espinafre, a couve ou os brócolos, com um ligeiro efeito de formigar na boca.

Se ainda não está convencido talvez seja de provar a última iguaria feita com a planta. São as queijadas de urtiga, confecionadas por Amélia Reis, 70 anos, residente na aldeia de Juncais, a partir de uma receita que tem como ingredientes açúcar, farinha, leite, ovos e urtiga."A ideia nasceu do nosso grão-mestre da confraria. Uma vez que eu era confrade, um dia ele lançou-me o desafio de arranjar um bolo onde se pudesse adaptar a urtiga. Então eu, com uma receita que tinha, comecei a fazer experiências", contou Amélia Reis. O próximo passo é a sua legalização e colocação no mercado. Esta iguaria vem-se juntar à alheira de urtiga, que já está a ser comercializada.

O grão-mestre, Manuel Paraíso, garante que a urtiga dá para tudo: sopa, peixe, carne, queijos e até bombons ou cerveja artesanal. Se quiser experimentar é ir pelos campos, colher umas folhas e testar umas receitas.

Portugueses descobrem doença de plantas na Europa


14.06.2016 às 18h440
 
As Canna Indica são das preferidas pelos horticultores devido ao fácil cultivo

Investigadores descobrem - pela primeira vez em território europeu - fungo que causa doenças em plantas ornamentais e lançam alerta para a disseminação. É o primeiro de 30 artigos que publicamos como parte da edição 2016 do Prémio de Produção Nacional, um projeto de promoção da agricultura em Portugal, apoiado por Expresso e Intermarché

RUBINA FREITAS
É uma investigação que fala português mas com importância para toda a Europa. Uma equipa que envolve investigadores, docentes e também estagiários do Centro de Investigação em Agronomia, Alimentos, Ambiente e Paisagem (LEAF), do Instituto Superior de Agronomia (ISA) e da Direção Regional de Florestas e Conservação da Natureza da Madeira, revela, pela primeira vez, a presença do fungo Puccinia thaliae na Europa e faz soar campainhas.

O estudo foi publicado no fascículo de junho de 2016 da revista "Plant Disease", uma das mais importantes da especialidade. Esta investigação alerta para o perigo da disseminação desta doença na Europa, continente onde, até agora, não havia sido assinalada, mas também no norte de África. Apesar de o fungo não ter sido detetado em Portugal continental, os investigadores recomendam atenção.

Este fungo foi identificado em 2015 na ilha de São Miguel e na ilha da Madeira causando ferrugem em plantas de Canna Indica, avançou o ISA, em comunicado. "Nos Açores, a incidência da doença foi elevada, com a maioria das plantas que exibem sintomas da doença, e a severidade foi maior parte alta, com a superfície de muitas folhas em cada planta coberta com massas de esporos", lê-se no estudo. "Na Madeira, a incidência foi baixa, com apenas algumas plantas que apresentam sintomas, mas a gravidade foi moderada, com algumas folhas por planta exibindo cobertura parcial ou quase total em pústulas", precisa.

A Canna Indica, bem como outras espécies e híbridos do mesmo género, são plantas ornamentais provenientes de regiões tropicais e subtropicais da América, com várias espécies naturalizadas em outras partes do mundo, incluindo as regiões de clima temperado. São bastante populares por tudo o mundo e normalmente não apresentam importantes problemas fitossanitários, o que faz com que sejam uma das preferidas pelos horticultores devido ao fácil cultivo.

Usar caroços de azeitona para fazer crescer tomate



24.06.2016 às 14h320
 
Paulo Maria investiu €80 mil para instalar uma caldeira, que destrói tudo o que possa ser considerado biomassa, neste caso caroço de azeitona

Um agricultor de Torres Vedras está a usar caroços de azeitona para fazer crescer tomate em estufas aquecidas a biomassa. E o que ganha com isso? Antecipa a colocação do produto no mercado, a um preço mais competitivo

RUBINA FREITAS
Os pais de Paulo Maria queriam que ele estudasse mais uns anos, mas o rapaz queria seguir as pisadas familiares e trabalhar no campo. Bateu o pé, saiu da escola cedo e hoje aos 48 anos garante que continua a fazer o que gosta.

E o que é isso? Plantar. Sobretudo tomates na região de Torres Vedras, que permite duas culturas ao ano. Das 2,5 toneladas produzidas o ano passado na Hortomaria, sociedade que fundou em 1997, depois de vários anos a solo, duas toneladas foram de tomate, o resto ficou para a curgete, alface e feijão-verde.

Os pais já eram agricultores, mas foi Paulo Maria que iniciou a produção em estufa. "Era tudo primitivo", recorda. A rega era através de um rego. Aprendeu tudo sobre a arte, introduziu sistemas de regas mais modernos, apostou na tecnologia mais eficaz e hoje está a testar a produção de tomate em estufas aquecidas a biomassa.

Com as alterações climáticas, os riscos próprios da agricultura e as oscilações do mercado, sentiu a necessidade de inovar em Portugal para ter produção a ser comercializada em abril, altura em que Espanha é o único país da Europa a ter produção. "Se não tivermos estufas aquecidas, não temos produção ainda nessa altura e só teremos em maio ou junho, quando os preços já são mais baixos, porque a maior parte dos países europeus já está a produzir e os preços não suportam os custos de produção", explica o agricultor, esclarecendo que isso já não acontece com a segunda cultura em setembro, uma vez que na Europa não se consegue produzir nessa altura devido às altas temperaturas, atenuadas junto à costa portuguesa. "Estamos pertinho de Santa Cruz, conseguimos temperaturas melhores", assume.

Ao fim de um ano de experiências, o horticultor garante que "é possível antecipar a produção um mês", conseguindo assim preços mais competitivos. A experiência é para repetir. "Temos de fazer contas para ver se compensa o investimento", assegura. E a qualidade? "É ótima, porque no fundo estamos a dar condições ideias para a planta crescer", revela. "A temperatura ideal é de 23 graus, abaixo de 12º não cresce e temos isso em janeiro e fevereiro, muitas vezes menos", clarifica.

O investimento, de cerca de 80 mil euros, consistiu em instalar uma caldeira, que destrói tudo o que possa ser considerado biomassa, neste caso caroço de azeitona, que vem de Beja. Ao longo da estufa, instalou tubos de plástico que transportam o ar quente até junto do pé da planta.

A HortoMaria fechou 2015 com um volume de negócios de €2,4 milhões, tem 12 hectares de estufas e emprega entre 35 a 40 trabalhadores nas épocas de maior produção. O produto é vendido em exclusivo para uma organização de produtores que trata de escoar o produto. Mais de metade vai para o mercado externo, sobretudo Espanha e Inglaterra, existindo ainda um leilão diário do produto.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Agro.Ges diz que vai acompanhar saída do Reino Unido da UE de “muito perto”


24 Junho, 2016

O mundo acordou esta sexta-feira (24 de junho) em choque com o resultado do referendo aos britânicos que vai ditar a saída do Reino Unido da Europa a 28. A decisão de saída da união britânica da União Europeia já levou à demissão do primeiro-ministro David Cameron e começa-se agora a avaliar que outras consequências poderá o mundo sofrer.

Num comunicado publicado pela Agro.Ges, Francisco Avillez refere que "os impactos que tal decisão acarretará para a Europa e para os restantes Estados-Membros, bem como para o próprio Reino Unido, estão ainda longe de se conhecer em toda a sua amplitude".

A empresa refere, no entanto, que irá "acompanhar muito de perto  o processo de saída  negociada do Reino Unido  da União Europeia, nomeadamente nos aspetos que possam vir a ter maior incidência no setor agrícola".

Leia a opinião de Francisco Avillez:

Mais de metade dos portugueses comem fruta e legumes diariamente



 24 Junho 2016, sexta-feira  

Mais de metade, cerca de 55,1% da população portuguesa, consumiu, em 2014, legumes ou saladas diariamente, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
frutas 
Segundo o "Inquérito Nacional de Saúde 2014", realizado em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), 4,9 milhões de portugueses, com 15 ou mais anos, consumiram, em média, 1,8 porções de legumes ou saladas por dia.
«As mulheres faziam-no mais frequentemente, 60,7% do que os homens, 48,8%, sendo também mais frequente o consumo diário de legumes ou saladas pela população entre 55 e 74 anos, 60,8%», refere o inquérito realizado em todo o país, entre setembro e dezembro de 2014.
Apenas 37,5 pontos percentuais (p.p.) dos jovens entre 15 e 24 anos consumia diariamente legumes ou saladas, refere o estudo, observando ainda que um por cento da população disse não ter consumido estes alimentos.
Em relação ao consumo de fruta, o inquérito refere que cerca de 6,3 milhões portugueses, 70,8 p.p. ingeriram, em média, 2,3 porções diariamente, sendo este consumo menos frequente entre os jovens, dos 15 a 24 anos, e mais frequente a partir dos 45 anos.
A publicação "Inquérito Nacional de Saúde 2014" está organizada em três áreas temáticas: estado de saúde, cuidados de saúde e determinantes de saúde.
Fonte: Lusa 

CDS apresenta proposta legislativa para reduzir acidentes com tractores


por Ana Rita Costa- 22 Junho, 2016

O CDS-PP entregou um projecto de resolução na Assembleia da República que defende a adoção de medidas legislativas para "reduzir o elevado número" de acidentes mortais com tratores agrícolas. De acordo com a Lusa, no primeiro semestre deste ano, a GNR já registou 28 mortos e 12 feridos graves em Portugal como resultado de acidentes com tractores agrícolas.

"Grande parte desses acidentes acontece em propriedades particulares, sendo que destes a maioria resulta de morte por esmagamento por falta de estruturas de proteção homologadas", refere o documento do CDS entregue à Assembleia da República e citado pelo Notícias ao Minuto.

O CDS quer, assim, que o Executivo crie um programa de "renovação e reequipamento das explorações agrícolas, que incluam o veículo trator, com dotação orçamental para concretização e suporte de tais medidas".

Para além disso, o partido quer uma lei que torne obrigatória a inspecção periódica para os tractores que circulem na via pública, assim como a instalação de arco de proteção em todos os tratores anteriores a 1994 e uma maior aposta na formação sobre condução e operação de tractores.

Abertas candidaturas para pequenos investimentos no território do GAL APRODER


por Ana Rita Costa- 21 Junho, 2016

Estão abertas até ao próximo dia 12 de agosto as candidaturas à ação 10.2.1.1 – Regime simplificado de pequenos investimentos na exploração agrícola para o território de influência do GAL APRODER, nomeadamente nos concelhos da Azambuja, Cartaxo, Rio Maior e Santarém, com exceção de parte do núcleo urbano da cidade de Santarém.

De acordo com a Consulai, são elegíveis investimentos entre os 1000 euros e os 40 mil euros e, para serem elegíveis, os beneficiários deverão:

Ter recebido pagamentos diretos de valor superior a 5 mil euros no ano anterior ao da apresentação da candidatura;
Não ter atingido um volume de negócios superior a 50 mil euros no ano anterior ao da apresentação da candidatura;
Não exercer atividade agrícola há mais de um ano ou serem jovens agricultores em primeira instalação, com candidatura aprovada no PDR 2020.
As candidaturas apresentadas devem ter como principais objetivos a melhoria a promoção da melhoria das condições de vida, de trabalho e de produção dos agricultores, assim como a contribuição para o processo de modernização e capacitação das empresas do setor e da transformação e comercialização de produtos agrícolas.


10 928 hectares entram em exploração na região de Alqueva


por Ana Rita Costa- 21 Junho, 2016

A EDIA vai apresentar no próximo dia 24 de junho, no salão Polivalente de Pias, no concelho de Serpa, os Aproveitamentos Hidroagrícolas de Caliços/Machados, Pias e Moura Gravítico, integrados no subsistema de rega do Ardila. No total, são cerca de 10 928 hectares, constituídos por 123 km de redes secundárias de rega, uma estação elevatória, 232 hidrantes equipados com 463 bocas de rega e 58 km de rede viária.

De acordo com a EDIA, "os blocos de rega de Caliços/Machados beneficiam uma área com 4 664 hectares, distribuídos por quatro sub-blocos, localizados a Sul da cidade de Moura e a nordeste da vila de Pias."

Já o Perímetro de Rega de Pias abrange uma área com 4 600 hectares e é dividido em cinco sub-blocos, enquanto o Perímetro de Rega de Moura Gravítico domina uma área com cerca de 1 664 hectares.

"Estes novos perímetros de rega, que beneficiam mais de 800 proprietários de 1 636 prédios rústicos, entram em exploração na atual campanha e, à semelhança do sucedido nos perímetros em exploração aquando da sua entrada em funcionamento, não serão cobrados os volumes de água utilizados já que este 'ano zero' é considerado o ano de testes", acrescenta a EDIA.

Alqueva terá já nesta campanha de rega cerca de 120 mil hectares de área servida com as respetivas infraestruturas, completando-se assim a instalação da primeira fase do Sistema Global de Alqueva, enquanto se preparam os projetos para a instalação de mais 47 mil hectares, correspondentes à área de expansão a executar até 2020.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

El Niño provoca níveis históricos de CO2 em 2016


Valores são registados no observatório de Mauna Loa

No ano anterior apenas três meses tinham registado valores inferiores às 400 partes por milhão

Pela primeira vez em cinco milhões de anos, o nível de concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera estará acima das 400 partes por milhão (em cada milhão de moléculas atmosféricas, 400 são de CO2) durante todo o ano.

Os dados registados no observatório havaiano situado no vulcão Mauna Loa refletem um crescimento simbólico, embora não tenham um significado particular para a física do sistema climático, anuncia o Instituto de Meteorologia inglês.

"A concentração atmosférica de dióxido de carbono tem aumentado ano após ano devido às emissões humanas, mas este ano receberá um estímulo extra garantido pelo recente El Niño", comenta Richard Betts, autor do estudo publicado na Nature Climate Change que avança estes números.

O El Niño - um fenómeno que afeta a distribuição de temperatura da água do Pacífico - tem tornado os trópicos mais secos e quentes e limitado a capacidade florestal de eliminar dióxido de carbono da atmosfera.

Estas condições provocam, ainda, enormes incêndios por todo o mundo que contribuem para a acentuação da concentração de CO2 na atmosfera.

Em 2016, o nível médio de CO2 será 404,45 partes por milhão. Setembro será o mês com concentração mais baixa (401,48). O nível máximo foi registado em maio (407,7 partes por milhão).

É improvável, segundo o Instituto de Meteorologia inglês, que os níveis diminuam nos próximos anos, embora certas áreas do planeta, como o Alasca, registem valores inferiores.

Cientistas querem criar árvores mil vezes mais potentes na remoção de CO2 da atmosfera



O material pode ganhar diversos formatos  |  BLOOMBERG

Material inovador pode sugar o dióxido de carbono do ar

Desde a revolução industrial, muitos milhões de toneladas de dióxido carbono CO2 foram lançadas para a atmosfera. Um problema herdado e agravado todos os anos que os investigadores do Centro para as Emissões Negativas de Carbono da Universidade do Arizona estão a tentar resolver: estão a trabalhar numa resina que consegue "aspirar" o CO2 em pequenas concentrações.

Este material, que já está comercialmente disponível, só consegue agarrar o dióxido de carbono quando seco - quando está molhado, liberta o gás.

Os investigadores querem, por isso, utilizar a resina inovadora para acumular o CO2 em armazéns subterrâneos, que poderá ser usado em estufas ou na alimentação das algas responsáveis pela produção de biocombustível.

A resina poderá ser, também, usada para construir árvores sintéticas capazes de remover mil vezes mais dióxido de carbono do que as árvores reais do mesmo tamanho, segundo os investigadores. Os cientistas estão ainda a tentar transformar a resina em tapetes que limpam a atmosfera, avança a Bloomberg.

"Hoje estamos a extrair carbono do solo. Depois, convertemos essa energia em algo útil. Por fim, há um terceiro passo que ignoramos, isto é, não limpamos o que acabámos de sujar", explica Klaus Lackner, diretor do centro. É isso que quer mudar.

Os críticos temem, no entanto, que o foco neste tipo de projetos prejudique os esforços políticos no sentido de diminuir o consumo de combustíveis fósseis. O dióxido de carbono é um dos principais gases de efeitos de estufa na origem das alterações climáticas causadas pela humanidade.

Torres Vedras: Fórum debate “horticultura sustentável” e o “uso responsável de fitofarmacêuticos”



 17 Junho 2016, sexta-feira  

A semelhança de anos anteriores, a AIHO – Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste vai participar na Feira anual de São Pedro a decorrer em Torres Vedras, entre os dias 23 de junho e 3 de julho de 2016.

No dia 28 de junho, irá decorrer pelas 15h00, no Pavilhão Multiusos da Expotorres, o Fórum Tecnologia e Horticultura, com o tema "Horticultura Sustentável. O Uso Responsável de Produtos Fitofarmacêuticos". Um evento que terá como media partners a Revista AGROTEC e o Portal Agronegócios.

A implantação da Lei 26/2013, pouco consensual entre operadores agrícolas, técnicos e demais agentes económicos, que por questões profissionais ou outras, tem de seguir as normas e regras impostas pela referida lei, tem trazido alguma indignação ao meio rural.
Este Fórum tem, assim, como objetivo clarificar questões ligadas a aplicação de produtos fitofarmacêuticos e à referida lei, salienta a AIHO.

A iniciativa irá debater, entre outros, os seguintes temas: "implicações do uso de produtos fitofarmacêuticos na exploração agrícola", "Constrangimentos da aplicação da lei 26; usos menores e autorizações extraordinárias", "Fiscalização e aplicação de coimas", "Segurança alimentar e produtos fitofarmacêuticos", "Inspeção de pulverizadores", "Produtos fitofarmacêuticos e a sustentabilidade agrícola" e "Rega eficiente na horticultura".


O bem-estar das galinhas pode passar pela tecnologia


Produzido por Julián López Gómez

09/05 11:25 CET  

Julián López Gómez, Euronews: "Estamos numa quinta inteligente equipada com câmaras, sensores e microfones. O equipamento não faz, apenas, parte do sistema de segurança. Foi instalado por investigadores europeus a pensar no conforto das galinhas e, claro, na produtividade."

Nesta quinta existem 20 mil galinhas. Todas sob vigilância. As câmaras e os microfones detetam os movimentos, a distribuição no espaço e enviam sinais de alerta aos criadores caso seja detetado um comportamento anormal.


Julián López Gómez, Euronews: "Como pode a informação obtida a partir do sistema aumentar o conforto dos animais, a produtividade e a competitividade?"

"As câmaras e os microfones permitem-me detetar em tempo real se os animais estão em estado de stresse. Por isso, posso encontrar soluções mais rapidamente e de forma mais eficiente sem que tenha de estar aqui dentro em permanência" refere Twan Colberts, criador de galinhas.

Etólogos, especialistas em bioengenharia e veterinários participam num projeto de investigação europeu que permite obter informações suplementares sobre o comportamento animal

Movimento rápidos e caóticos podem indicar problemas relacionados, por exemplo, com a temperatura ambiente.

"Se um comedouro em linha ficar bloqueado, como este que vemos na imagem, as aves vão deslocar-se de um ponto para o outro. Neste momento, por exemplo, podemos ver que as aves se estão a movimentar rapidamente. Não sabemos o que está a acontecer. Estamos muito perto da porta de entrada e, é possível, que nos estejam a ouvir falar e que tenham ficado assustadas" refere Luc Rooijakkers, responsável do projeto.

Algumas das plataformas de teste de algoritmos e ferramentas informáticas foram desenvolvidas na Universidade de Leuven em colaboração com cerca de duas dezenas de parceiros. Os investigadores garantem estar em condições de identificar os problemas em 95 por cento dos casos.

"A distribuição das galinhas no espaço depende de fatores como o clima, a temperatura, a qualidade do solo, entre outros. Temos dados sobre o que numa determinada exploração agrícola deveriam ser os níveis para médios dos diferentes fatores que combinados afetam o comportamento animal. Quando fazemos as nossas previsões, podemos identificar com precisão o verdadeiro problema com que se deparam os animais na quinta" refere Alberto Peña Fernández, biocientista e assistente de investigação na Universidade de Lueven.

A plataforma, também, inclui um sistema que permite detetar precocemente problemas respiratórios, entre eles estão sintomas como a tosse.

O suinicultor John Verhoijsen lembra que "o tempo de visita ronda em média os 10 minutos" e que este sistema de monitorização permite obter "um exame completo de saúde 24 horas por dia, sete dias por semana. Nesse sentido posso ser mais reativo e, eventualmente, conter a propagação da doença."

Outras câmaras permitem conhecer o peso dos animais antes e depois de serem alimentados. O controlo da traçabilidade do processo e a segurança dos produtos são duas das mais-valias, mas não são as únicas

Para Daniel Berckmans, Professor, na Universidade de Leuven e coordenador do projeto – em inglês – "um dos próximos grandes passos é fazer chegar a internet a todas as quintas europeias. No futuro, os criadores não vão vender apenas carne ou animais, vão vender informação e isso vai originar mais informação tanto na cadeia alimentar como para o consumidor"

Maior transparência e uma capacidade de resposta quase automática. Sistemas como estes já foram instalados em 20 locais diferentes e o balanço é, até ao momento, positivo.

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Ministro da Agricultura apoia suinicultores, mas diz que têm de cumprir regras ambientais


22/6/2016, 23:29

O ministro da Agricultura disse que está ao lado dos suinicultores, que têm passado por "momentos muito difíceis", mas salientou que têm de cumprir a legislação ambiental.

O ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, disse esta quarta-feira que está ao lado dos suinicultores, que têm passado por "momentos muito difíceis", mas salientou que têm de cumprir a legislação ambiental como todos os outros produtores.

À chegada ao Mercado de Sant'Ana, em Leiria, onde se realiza a Gala Porco d'Ouro, Capoulas Santos foi abordado pelo deputado do Bloco de Esquerda, Heitor de Sousa, que se encontrava com cerca de 20 pessoas a protestar contra os impactos ambientais das suiniculturas.

"A minha presença aqui foi a convite dos suinicultores, que têm atravessado momentos muito difíceis, com quebra de rendimento continuado durante vários meses. Felizmente parece estar a ser ultrapassada. Houve uma recuperação, depois de um conjunto de medidas e com uma nova situação de mercado. Há dois meses que os preços vêm a crescer sustentadamente – cresceram cerca de 60% -", salientou o ministro.

Capoulas Santos considera que esta recuperação dá "algum alívio", apesar da "acumulação de prejuízos da qual os produtores ainda não se libertaram".

"A minha presença aqui visa também dar-lhes uma palavra de estímulo, mas como quaisquer outros produtores têm de respeitar as regras ambientais que estão plasmadas na legislação nacional e comunitária. Se queremos empresas que deem rendimento e que sejam sustentáveis, queremos por outro lado que elas não se façam à custa ambiental desnecessária e incomportável", frisou o governante.

Heitor de Sousa entregou um manifesto ao ministro, onde evidencia o "descontentamento pelo desrespeito e dano ambiental causado pela atividade suinícola, que diariamente contamina as águas do rio Lis".

"Trata-se de um problema de saúde pública. As análises que foram feitas ao rio Lis sobre a qualidade da água revelam um agravamento da qualidade das águas motivadas por resíduos", denunciou.

Capoulas Santos adiantou que o Governo defende uma "agricultura sustentável, amiga do ambiente".

"Sei que no passado o Estado já investiu valores avultados, que se revelaram um fracasso. Neste momento é uma matéria que está fora do Ministério da Agricultura. É gestão própria do Ministério do Ambiente, que naturalmente estará preocupado. É necessário encontrar rapidamente soluções que permitam minimizar e resolver este problema, que infelizmente é recorrente e incompatível com uma agricultura moderna e sustentável", sublinhou Capoulas Santos.

O ministro acrescentou que "hoje há soluções tecnológicas e existe uma legislação ambiental que é rigorosa e que tem de ser respeitada por todos".

As descargas para o rio Lis são uma situação que se arrasta há várias governações e a ETES prevista ainda não foi construída. "Infelizmente constatamos que assim é. Há que acabar com esse ciclo de uma vez por todas. Estamos a iniciar uma fase de execução de um programa do novo quadro comunitário de apoio, onde a questão ambiental tem uma grande relevância e onde espero que se encontrem soluções para este problema, que sei que martiriza estas populações há muito tempo", referiu ainda.

Cereja com pior produção dos últimos 30 anos


Primavera chuvosa determinou quebras na produção de vários frutos

A cereja deverá ter este ano a pior campanha das últimas três décadas, estimando-se uma quebra de 50% face a 2015, devido à primavera chuvosa, indicam as previsões agrícolas do INE hoje divulgadas.

Para a quebra de produtividade da cereja contribuíram decisivamente o inverno pouco frio, a que se seguiu a precipitação persistente registada na primavera, que teve o mês de maio mais chuvoso dos últimos 22 anos.

Globalmente estima-se que a produtividade da cereja ronde apenas as 1,4 toneladas por hectare, um dos valores mais baixos em 30 anos.

O pêssego é outro dos frutos afetados pelas más condições atmosféricas, prevendo-se uma redução de 20% na produtividade.

O tempo instável prejudicou também as sementeiras e plantações das culturas de primavera/verão, havendo ainda áreas consideráveis de milho para grão, arroz e tomate para a indústria por instalar à data de 31 de maio.

No caso do milho, é expectável que a área semeada seja inferior a 90 mil hectares, o registo mais baixo desde 1986, o que está sobretudo associado à descida do preço desta matéria-prima ('commodity') nos mercados internacionais, que se mantém há mais de dois anos a rondar os 150 euros/tonelada.

Quanto ao arroz, prevê-se uma ligeira redução da área semeada (-5% face a 2015), devido às dificuldades na instalação desta cultura.

Quanto às plantações de tomate para a indústria, no final do mês de maio estava ainda por instalar cerca de um quarto da área total prevista (19 mil hectares, valor semelhante ao registado em 2015).

Mais favorável é o cenário esperado para a campanha dos cereais de outono/inverno que devem registar aumentos generalizados na produtividade (5% no centeio, 15% no trigo mole, 20% no trigo duro e na cevada e 30% no triticale e na aveia).

“So Food So Good - Portugal Taste” chega à Exponor em outubro



 17 Junho 2016, sexta-feira  

A Exponor – Feira Internacional do Porto está a organizar a primeira edição do "So Food So Good - Portugal Taste", que terá lugar de 27 a 29 de outubro, em Leça da Palmeira, Matosinhos.


A Revista AGROTEC e a TecnoAlimentar são media partners do certame.

O evento dará palco aos setores da alimentação, panificação, restauração, hotelaria, turismo e afins, servindo de plataforma qualificada entre a oferta e a procura e colocando em exposição, de forma diferenciada, produtos, equipamentos e serviços, designadamente: azeite; vinho; alimentação ecológica, biológica e glúten free; água, bebidas e café; carnes e derivados; conservas; frutas e hortícolas; leite e derivados; panificação e pastelaria; peixe e derivados; serviços e equipamentos canal Horeca e para padarias e pastelarias.

O certame «aposta sobretudo num formato diferenciado com uma presença dinâmica dos expositores, combinando a componente expositiva com a demonstrativa, através do contacto direto dos produtos com Chefs de cozinha de prestígio nacional e internacional», salienta a organização.

Sobre o formato do "So Food So Good", a Exponor explica que «o desafio foi desenvolver um conceito que proporcionasse às empresas uma forma mais dinâmica e interativa de apresentar os seus produtos, um fator determinante quando se trata de uma feira do setor agroalimentar».
Sobre o interesse que a feira tem suscitado junto do setor, a Exponor adianta que «os principais players do mercado enaltecem o posicionamento, a diferenciação, a inovação e a versatilidade do formato e os operadores e produtores de menor dimensão reconhecem que o evento será um canal apropriado e com uma excelente relação investimento-beneficio em termos de contacto com os profissionais, nomeadamente do canal Horeca».
«O So Food So Good vem preencher uma lacuna do Norte do País, já que não havia até agora uma Feira que juntasse os setores agroalimentar, horeca, retalho, distribuição, padarias, pastelarias e afins», realça a organização.

A Feira será dividida em cinco espaços com animação própria: Espaço de exposição (empresas); Show Cooking Central (novas técnicas culinárias); Creative Show Cooking (criação de pastelaria e pão);Cooking Lab (novas técnicas e tendências culinárias); Food Forum (partilha de conhecimento e debate sobre as tendências do setor); Tasting Experience e o Bar & Lounge.
A iniciativa decorre entre as 10 e as 20h00 para profissionais sendo que abrirá ao público apenas no dia 29 de outubro. 

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Investigadores transformam vides e dejetos de animais em biocombustível



 16 Junho 2016, quinta-feira  ViticulturaInvestigacao & Desenvolvimento
A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) anunciou estar a desenvolver um biocombustível sólido resultante do aproveitamento de desperdícios de engaço e bagaço de uva, podas da vinha e de olival e de dejetos animais.
engaco
Segundo a universidade, instalada em Vila Real, o projeto tem já um pedido provisório de patente e prevê a produção de soluções de aquecimento como 'pellets', briquetes e estilha, compostos por desperdícios e subprodutos resultantes de exploração agropecuária.
«Quisemos desenvolver um biocombustível sólido, com elevado poder calorífico, com vista não apenas ao aproveitamento sustentável de desperdícios e subprodutos agropecuários, mas também [para] contribuir para a redução do consumo de energia primária através de fontes de energia renovável, em detrimento dos combustíveis fósseis», afirmou, em comunicado, o responsável pela investigação, Amadeu Borges.
De acordo com o investigador do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), o projeto prevê a eliminação e aproveitamento de subprodutos de exploração agropecuária como engaço e bagaço de uva, podas da vinha e de olival, dejetos de animais, entre outros, com vista à redução do impacto ambiental.
E, segundo acrescentou, este combustível sólido (estilha, 'pellets' ou briquetes) tem como principais vantagens a «valorização económica e energética» e, também, «um enorme potencial técnico, económico e ambiental».
«A UTAD quer assim constituir uma alternativa às fontes de energia que continuam atualmente muito dependentes dos combustíveis fósseis, motivo pelo qual as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera continuam a aumentar», referiu o investigador.
O responsável lembrou que, nestes últimos anos, as fontes de energia renovável se tornaram mais competitivas relativamente aos combustíveis fósseis e à energia nuclear.
Um exemplo é a biomassa - resíduos naturais e resultantes da atividade humana na agricultura, floresta, indústria da madeira e subprodutos do cultivo da vinha –, apontada como fonte de energia renovável com grande potencial e considerada uma fonte interessante de energia.
«O espetro de aproveitamento energético de biomassa é muito vasto e varia desde os biocombustíveis sólidos, para a combustão direta ou gasificação e combustíveis líquidos como óleo vegetal, bioetanol, metanol, até aos biocombustíveis gasosos como biogás ou gás de síntese», explicou.
O investigador acrescentou que, no «caso da biomassa como combustível sólido, a combustão direta tem a maior importância prática para a geração de energia térmica e elétrica».
A UTAD celebrou recentemente um protocolo com a Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC), com vista ao estudo e desenvolvimento de biocombustíveis.
A colaboração da UTAD será feita através de Amadeu Borges e vai incidir no estudo das emissões de gases nocivos ao meio ambiente, resultantes da utilização de biocombustíveis, quando comparadas com as dos combustíveis de origem fóssil, com vista ao seu melhoramento.
O investigador do CITAB vai ainda estudar a performance de motores, quando alimentados a biocombustível, e a produção de biocombustíveis gasosos. 

Viticultores franceses em guerra contra vinhos espanhóis baratos


Por Ricardo Figueira07/04 18:04 CET   | updated xx mn ago   | updated at 08/04 - 08:4114601012651460045063
 
Euro2016: Futebol com pouco álcool
13/06 15:49

Durante o ano passado, foram importados 7,2 milhões de hectolitros de vinho estrangeiro. É algo que não aceitamos, porque suspeitamos de uma fraude."
A França e a Espanha estão envolvidas numa guerra sobre o vinho. Não os vinhos bons, engarrafados, mas os de baixa qualidade e vendidos ao litro, que a França está a importar em grandes quantidades ao país vizinho.

A prática está a enfurecer os viticultores franceses, que esvaziaram o conteúdo de vários camiões-cisternas vindos de Espanha. Neste caso, pelo menos um tinha como destino a Turquia, mas muitos ficam em França.

"Durante o ano passado, foram importados 7,2 milhões de hectolitros de vinho estrangeiro. É algo que não aceitamos, porque suspeitamos de uma fraude", diz um dos participantes no protesto.

Os camiões atacados vinham de uma cooperativa na região de Toledo. Os viticultores franceses continuam na fronteira e o governo espanhol quer explicações: "Já pedimos um inquérito na Comissão Europeia contra a República Francesa, pelos atentados que os camiões espanhóis estão a sofrer. É uma situação intolerável entre dois países que são parceiros e amigos", diz o ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, José Manuel García-Margallo.

A França está a importar estes vinhos a um preço bastante mais baixo que os vinhos de mesa franceses. Muitos viticultores temem que este vinho esteja na origem de fraudes ou seja falsamente vendido como sendo de qualidade superior ou de origem francesa.

A guerra não passa pelos vinhos engarrafados e de melhor qualidade. Nesse campo, a França domina claramente o mercado doméstico.

Por Ricardo Figueira

Portugueses criam Roda da Alimentação Mediterrânea



 17 Junho 2016, sexta-feira  Hortofruticultura & FloriculturaAgricultura Biológica

Investigadores da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) desenvolveram uma Roda dos Alimentos Mediterrânica para promover e valorizar os hábitos alimentares mediterrânicos junto dos portugueses.
dieta mediterranea
Nesta adaptação, são valorizados aspetos como a cultura, a tradição e o equilíbrio, o ponto diferencial deste novo modelo em relação à Roda da Alimentação tradicional, lê-se na informação sobre o projeto na página oficial da UP.
Diferentemente do formato habitual (pirâmide), este modelo apresenta-se em forma de roda - «que reflete o prato e o convívio mediterrâneo à volta da mesa» - e evidencia os alimentos mediterrâneos mais relacionados com o padrão português, em diferentes grupos.
Pode-se identificar a azeitona e o azeite (fruto de origem e respetivo produto), no grupo dos óleos e gorduras, e a cebola, o alho, a couve-galega, os grelos, o tomate, os pimentos e as beldroegas, por exemplo, no grupo das hortícolas.
No que diz respeito ao grupo da fruta, destacam-se o melão, o figo, a laranja, a tangerina, a nêspera, e a romã, enquanto nos cereais, nos tubérculos e nos frutos amiláceos, podem ser encontrados a batata-doce, a castanha, a massa e o arroz integral.
A carne, o pescado e ovos, outro dos grupos, dá destaque ao peixe - em especial à sardinha, ao carapau, à cavala e ao atum -, nos laticínios são referidos o queijo e o iogurte, e no grupo das leguminosas é indicado que sejam todas ingeridas.
Este novo guia alimentar apresenta ainda duas mensagens relativas ao consumo de frutos gordos - havendo um apelo à sua ingestão - e de vinho - aconselha-se que seja moderado, às refeições, e proibido a crianças, adolescentes, grávidas e aleitantes.
As investigadoras da FCNAUP envolvidas no projeto, Sara Rodrigues e Bela Franchini, apelam ainda à preferência pela proveniência local dos alimentos e à incorporação de ervas aromáticas para evitar o abuso do sal.
Salientam a importância de uma gastronomia saudável, recorrendo a técnicas culinárias sadias tradicionais, como sopas, ensopados e caldeiradas, e à inserção da confeção dos alimentos no quotidiano através da partilha com família e amigos, bem como o combate ao sedentarismo.
Na criação deste novo modelo colaboraram a Direção-Geral do Consumidor e peritos de diferentes instituições e áreas, como por exemplo do design, que auxiliaram «no sentido de concretização de uma representação gráfica atrativa e clara da mensagem a transmitir».
A construção da Roda da Alimentação Mediterrânea foi iniciada em setembro de 2015.
Fonte: Lusa