quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Trabalhadores da DAI suspendem contratos de trabalho de forma voluntária

por Ana Rita Costa- 16 Agosto, 2016

Depois de ter colocado 90 dos seus trabalhadores em 'lay off', a DAI – Sociedade de Desenvolvimento Agro-Industrial, refinadora de açúcar de Coruche, entrou num processo de revitalização. Já esta terça-feira (16 de agosto) o jornal Público revela que os trabalhadores da empresa estão a suspender os seus contratos de trabalho de forma voluntária para poderem ter acesso ao subsídio de desemprego.

A empresa terá avançado com o 'lay off' de forma a evitar o despedimento dos seus colaboradores, enquanto aguarda por investimento para reconverter a unidade de produção. Francisco Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Coruche (CMC), revelou ao jornal que existe já um investidor nacional "experiente" e "do ramo da alimentação" que está a tentar reunir "os 30 milhões de euros de que a empresa necessita para retomar a sua atividade".

Criada em 1993, a DAI nasceu com o objetivo de produzir açúcar a partir de beterraba sacarina, produção que diminuiu quando em 2007 lhe foi reduzida a quota de produção no âmbito de medidas adotadas pela Comissão Europeia para reduzir a produção de açúcar. Depois de negociar com Bruxelas, "a DAI conseguiu que lhe fosse atribuída uma quota de 65 000 toneladas por ano para refinação de açúcar de cana para assegurar a continuidade da unidade", contava recentemente o Jornal de Negócios.

Ainda assim, e depois de um investimento de 12 milhões de euros, a empresa tem-se visto a braços com algumas dificuldades em obter cana-de-açúcar "a preço competitivo e proporcional com o nível interno", o que terá conduzido a empresa para a situação atual.

INCÊNDIOS: MINISTRO DA AGRICULTURA ANUNCIA APOIOS DISPONÍVEIS

NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL

O Ministro da Agricultura anunciou esta tarde que "os agricultores e os produtores florestais afetados pelos incêndios poderão contar com o apoio do Estado na recuperação dos prejuízos". Capoulas Santos explicou que "o Governo dispõe dos meios e da base legal para avançar com esses apoios no âmbito do PDR 2020, através da medida vocacionada para o restabelecimento do potencial produtivo e através da medida de restabelecimento da floresta afetada por agentes bióticos e abióticos ou por acontecimentos catastróficos".
O titular da pasta da Agricultura explicou aos jornalistas que "estão incluídos, na primeira medida, os equipamentos, infraestruturas, instalações e animais perdidos" e na segunda medida " serão apoiadas operações de remoção de material ardido, operações de combate à erosão e de prevenção da contaminação das linhas de água por material carbonizado".
No total há um envelope financeiro de 22.5 milhões de euros de onde sairão os apoios à reposição do potencial produtivo, vocacionadas para a agricultura, e outro de 117 milhões para apoiar a recuperação da floresta, não havendo ainda uma estimativa consolidada do valor dos prejuízos, cujo apuramento vai fazer-se ao longo dos próximos dias.
O Ministro explicou que "os serviços do Ministério da Agricultura estão no terreno precisamente a fazer essa avaliação", sendo que "os agricultores e os produtores
NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL
florestais terão de apresentar os respetivos prejuízos devidamente comprovados e candidatar-se aos apoios".
O Ministro quer abrir as candidaturas "ainda durante a primeira quinzena de setembro", dependendo depois dos proprietários a apresentação dos comprovativos de despesa "tendo em vista o reembolso no âmbito da candidatura aprovada".
Capoulas Santos lamentou os prejuízos e informou que "estes apoios são a fundo perdido, num montante que cobre 85% do valor global não coberto pelo seguro – no caso dos agricultores e dos produtores florestais que fizeram seguros – e 50% do valor global do prejuízo, quando não seguro".
Relativamente a medidas futuras, no âmbito da Reforma Estrutural da Floresta que o Governo está a preparar, o Ministro da Agricultura remeteu os jornalistas para depois do início dos trabalhos da Comissão Interministerial criada recentemente pelo Conselho de Ministros "precisamente para esse efeito", ressalvando, mais uma vez, "a urgência de avançar com medidas de reordenamento da floresta e de identificação da propriedade".
Lisboa, 17 de agosto de 2016