quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Culturas de regadio com boas previsões de produção apesar do clima


Apesar das condições meteorológicas, o INE aponta para aumentos de produção de fruta, amêndoas bem como na vinha e olival, em outubro de 2017. A seguir Plano de Regadios é "grande aposta" na competitividade da agricultura portuguesa -- ministro 

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou hoje os dados das previsões agrícolas de outubro de 2017, que apontam para aumentos de produção de fruta, amêndoas bem como na vinha e olival, apesar das condições meteorológicas. De acordo com o documento, as condições climáticas não comprometeram a campanha nos pomares de pomóideas (maçãs e peras). 

A produção da maçã deverá fixar-se em 300 mil toneladas, enquanto a da pera deve rondar as 165 mil toneladas, o que corresponde a aumentos respetivos de 25% e 20%, face a 2016. O kiwi deverá atingir um valor recorde de 31 mil toneladas, potenciado pela entrada em produção de novos pomares, o que se traduz numa previsão de subida de 10 mil toneladas, face ao ano anterior. "A produção de amêndoa também deverá atingir níveis que já não eram alcançados há muitos anos, mais 282% quando comparada com a média dos últimos cinco anos", lê-se no documento. 

Em 2017, a produção de amêndoa deve fixar-se em 22 mil toneladas, face às nove mil toneladas verificadas em 2016. De acordo com as previsões do INE, deverá registar-se também um aumento de 10% da produção de vinho, face a 2016 para 6,39 mil hectolitros, que, conforme indica o instituto, deverá ser de qualidade superior, tendo em conta o estado das uvas vindimadas. No que se refere aos olivais, "a produção deverá ser próxima do normal, com os olivais intensivos a compensarem a menor produtividade dos tradicionais", refere o INE. No olival para azeite prevê-se um aumento de 1%, o que aponta para produtividades globais próximas da média dos últimos cinco anos. 

Verifica-se que "nos olivais regados foi possível conduzir à maturação de grande parte da carga das árvores", enquanto nos olivais de sequeiro, que representam três quartos da área total desta cultura, "a escassa precipitação de setembro e outubro, aliada às elevadas temperaturas, conduziu a situações de perda da produtividade e afetou, negativamente, o conteúdo oleico das azeitonas", conforme indicam os dados estatísticos. Prevendo-se assim que a cultura da azeitona para mesa em 2017 seja de 1.900 quilos por hectare e da azeitona para azeite de 1.580 quilos por hectare. Afetados pela falta de precipitação, os soutos devem registar um decréscimo de 15%, face à campanha do ano anterior, com as castanhas a apresentarem menores dimensões. 

Desta forma, em 2017, a cultura de castanhas deve fixar-se em 23 mil toneladas, face às 27 mil toneladas registadas no ano anterior. Já no que se refere às culturas temporárias de primavera e verão, os dados destacam a produção de tomate para indústria, que apresentou uma previsão de subida para 1,68 milhões de toneladas, face aos 1,59 milhões registados em 2016. A falta de água na bacia hidrográfica do Sado e a consequente diminuição da área semeada levaram a que a produção de arroz fosse 10% inferior à média verificada entre 2012 e 2016. Em 2016, a cultura de arroz fixou-se em 169 mil toneladas, em comparação com as 161 mil toneladas previstas para 2017. 

Os dias quentes e secos favoreceram a colheita do milho de regadio, que aumentou 5%, passando de 693 mil toneladas em 2016, para uma previsão de 727 mil toneladas para 2017. "O índice meteorológico de seca PDSI1 ['Palmer Drought Severity Index'] revelava que, no final de outubro, todo o território de Portugal continental se encontrava em situação de seca, aproximadamente 25% em seca severa e 75% em seca extrema (classe de seca mais grave", refere o INE. A mesma fonte conclui que o cenário de seca teve "impactos substanciais", quer sobre as culturas instaladas, quer sobre a programação da ocupação cultural do ano agrícola, que tem agora início.

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