quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

O Daesh destruiu a agricultura do Iraque e deixou os campos minados

À medida que vai perdendo terreno, o Daesh deixa no Iraque uma agricultura devastada, como é o caso da província de Ninive, conhecida como o celeiro do país. 

O exército expulsou os jihadistas da parte oriental de Mossul, capital da província e das aldeias à volta como Qaraqosh, Baashiqah e Omar Qapchi.

Mas o terror e a má gestão do Daesh destruiram os agricultores como Sami Yuhana, que vendia 100 toneladas de trigo por ano até ao momento em que os combatentes lhe encostaram uma pistola à cabeça e lhe confisacaram as terras da aldeia cristã de Qaraqosh. 
"Como é que vou ser capaz de reconstruir isto outra vez?A nossa esperança é que as organizações internacionais nos ajudem, porque do governo não temos qualquer esperança. Se me quiserem dar alguma compensação vão ter que compensar muita gente, de Bassorá a Duhok", afirma.

Só a província de Ninive produzia 1,5 milhões de toneladas de trigo por ano – cerca de 21% da produção total do Iraque. Com o Daesh a produção caiu para 300 mil toneladas.

Estima-se que cerca de 70% dos agricultores fugiram com a chegada do Daesh à região e os que ficaram foram obrigados a pagar taxas enormes, como Abdel Salam Younis, agricultor de Omar Qapchi: 
''Tinham aqui uns escritórios onde íamos pagar o zakat (o imposto islâmico), não podíamos escapar. Se não pagássemos iam atrás de nós faziam-nos pagar uma multa e depois prendiam-nos", conta.

Mas o Estado Islâmico (Daesh) não conseguiu gerir a agricultura: pagava uma tonelada de trigo a 188 euros aos agricultores, enquanto o governo a pagava a 565 euros. Para além disso, os combatentes confiscaram 1,1 milhões de toneladas de trigo dos silos do governo e venderam 40% das máquinas agrícolas para se financiarem.

Mas aos estragos nas instalações agrícolas, como os canais de irrigação, junta-se um outro problema mais preocupante, como explica o presidente da associação dos agricultores de Baashiqah., Aref Hassan: "Esperamos que as organizações internacionais e os organismos de desminagem limpem os terrenos agrícolas de todos os explosivos e minas. Esta área estava na primeira linha da batalha contra o Daesh e está pejada de minas. Os agricultores não podem voltar às suas terras".

Uma situação que promete durar numa altura em que, segundo a FAO, 2,4 milhões de iraquianos não têm acesso a alimentação suficiente.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Preço do azeite pago ao produtor dispara 70% em Itália


No mercado italiano, onde se praticam os preços mais elevados por cada quilo de azeite extra virgem pago à produção, a subida de preços acelerou em Novembro. Espanha, Grécia e Tunísia acompanham.

Isabel  Aveiro Isabel Aveiro ia@negocios.pt
10 de fevereiro de 2017 às 16:58

O valor do preço pago ao produtor por cada quilo de azeite virgem extra em Itália chegou ao final de Janeiro de 2017 mais caro em 70% do que um ano antes. As contas são do Conselho Oleícola Internacional (COI), do qual Portugal é membro. Foram divulgadas esta semana, com base nos movimentos semanais de preços em Jaén (Espanha), Bari (Itália), Chania (Grécia) e Sfax (Tunísia).

"Os preços no produtor em Itália começaram a aumentar em meados de Agosto [de 2016], acelerando na primeira semana de Novembro, quando ultrapassaram a barreira de cinco euros por quilo, e chegando a 5,9 euros por quilo no final de Janeiro de 2017, para um aumento anual de 70%", diz a última análise estatística do Comité.

Os preços pagos aos produtores, por azeite virgem extra, em Espanha – o maior produtor e consumidor da União Europeia – atingiram "3,64 euros por quilo no final de Janeiro de 2017, o que representa um aumento de 10% comparando com o mesmo período do ano anterior".

O COI salienta contudo que, ainda em Espanha, "se comparado este preço com o preço mais elevado [atingido no passado], na terceira semana de Agosto de 2015 (de 4,23 euros por quilo), representa um decréscimo de 14%".

Na Grécia, os preços mantiveram-se estáveis, de meados de Agosto até ao final de Outubro de 2016. Mas, salienta o organismo especializado, "como noutros mercados, [os preços] aumentaram no final de Janeiro de 2017 para atingir 3,46 euros por quilo no final de Janeiro de 2017, o que é um crescimento de 17% comparado com o mesmo período do ano anterior".

Em África, o quarto maior produtor, a Tunísia, também viu os preços aumentarem, depois de algumas semanas de estabilidade relativa. O aumento foi claro, diz o COI, a partir da terceira semana de Janeiro, atingindo 3,88 euros por quilo no final de 2017, para uma progressão de 18% numa base anual".

A Bloomberg recordava esta quinta-feira que o tempo "errático" sofrido em Espanha e Itália, os dois maiores produtores mundiais de azeite, poderá fazer voltar a recuar a produção na campanha de 2016/2017. Só a Itália prevê que a queda possa ascender a cerca de 50% da média anual.

No azeite refinado, os preços pagos ao produtor seguiram a mesma tendência: subiram 15% em Itália (3,62 euros/kg); e 11% em Espanha, para 3,54 euros/quilo – o que aliás coloca uma questão adicional, porque significa que azeite virgem extra e azeite refinado estavam, no final de 2017, com uma diferença de 0,10 euros por quilo no mercado espanhol, no produtor. 

Em Itália, a diferença estava, no final do mês passado, em 2,28 euros/quilo entre extra virgem e refinado.

Consumo duplica na China

Enquanto a oferta nos principais produtores do mundo de azeite sofre com as alterações climáticas – como aliás, o COI já tinha alertado em Novembro passado, em Lisboa – a procura não pára de aumentar nos não produtores, segundo o COI.

Com dados relativos a azeite e óleo de bagaço de azeitona, a China começou o ano da campanha oleícola (que compreende os 12 meses entre 1 de Setembro e 31 de Agosto do ano seguinte) a quase duplicar as suas compras ao resto do mundo.

Mostram os dados do COI que nos meses de Outubro e Novembro de 2016, a China importou 8.375 toneladas, um crescimento de 98,6% de azeite e óleo de bagaço de azeitona.

Os EUA aumentaram as compras em 5% no mesmo período, para 29.150 toneladas. No outro lado do Pacífico, o Japão importou mais 17%, para 5.987 toneladas de azeite e óleo de bagaço de oliveira (sub-produto extraído do bagaço da azeitona, que não pode ser vendido como azeite).

O Brasil – fundamental para os produtores de azeite portugueses – comprou mais 16% do que em Outubro e Novembro de 2015 (para 6.844 toneladas). Na Rússia, adianta o COI, as vendas tinha aumentado 20% até Outubro de 2016 (para 2.085 toneladas).


Portugal deve completar Natura 2000 e poupar água na agricultura


6/2/2017, 15:40

Portugal deve completar o processo da Natura 2000, em terra e no mar, definir "claramente" objetivos de conservação, disponibilizando as medidas e recursos necessários.

Portugal deve completar o processo da Natura 2000, em terra e no mar, definir "claramente" objetivos de conservação, disponibilizando as medidas e recursos necessários, e aproveitar o "significativo potencial de poupança" de água na agricultura.

O país "tem de concluir o processo de designação Natura 2000, em terra e no mar, e pôr em prática objetivos de conservação claros", com as medidas necessárias, e "disponibilizar recursos adequados para a sua aplicação", salienta a análise do cumprimento da política e regras ambientais europeias, por cada Estado membro, divulgada esta segunda-feira pela Comissão Europeia (CE).

Portugal também é aconselhado a "fortalecer o desenvolvimento de capacidades para melhorar a gestão dos sítios Natura 2000 e os regimes de proteção das espécies", garantindo a sua integração em outras políticas, da agricultura, silvicultura, pescas, energia, clima, ao ordenamento do território e do espaço marinho, com os respetivos fundos. Para os especialistas da CE, é essencial continuar abordagens de execução "inteligentes e racionalizadas", em especial nos licenciamentos de sítios e espécies, "assegurando o conhecimento e a disponibilidade de dados".

Na água, em Portugal, cerca de 80% do total do consumo é utilizado na agricultura e pecuária e, embora a quantidade tenha sido reduzida nos últimos anos, "há ainda um significativo potencial de poupança de água, relacionado com uma melhor política de fixação do preço", defende a CE. Apesar da melhoria ao longo dos anos, com o papel "fundamental" do financiamento comunitário, o relatório refere que "a aplicação incompleta da diretiva levou a várias decisões do Tribunal de Justiça da União Europeia contra Portugal, incluindo sanções financeiras", sendo, por isso, necessários "esforços suplementares".

Os planos de gestão das bacias hidrográficas (PGBH) portugueses, um requisito da Diretiva-Quadro Água, "apresentam deficiências que resultam em incertezas quanto ao estado e à eficácia dos programas de medidas", salienta a CE, exemplificando com os problemas na monitorização, nas metodologias para a avaliação do estado e na ligação entre as pressões e as soluções definidas.

A CE considera que "seria altamente aconselhável desenvolver uma abordagem de infraestrutura verde aos níveis nacional, regional e local", incluindo nas zonas urbanas, coordenada com avaliações dos ecossistemas e dos serviços prestados pela natureza, e pela sua restauração, a partir dos elementos disponíveis, como a Rede Ecológica Nacional (REN) ou os planos de ordenamento do território.

Na área da proteção do meio marinho, a sugestão é prosseguir o trabalho para melhorar o bom estado ambiental, colmatar as lacunas de conhecimentos ou apostar na coerência dos métodos de vigilância da região marinha. Em 2016, 20,6% da área terrestre de Portugal estava coberta pela rede Natura 2000, acima da média de 18,1% na UE.

Nota à comunicação social discussão pública da reforma da floresta chega ao fim com ampla participação


Terminado o período de discussão pública da Reforma da Floresta, em que o principal objetivo era divulgar as propostas do Governo e submetê-las à apreciação da sociedade civil para recolha de contributos, o Ministro da Agricultura regista com apreço o elevado grau de participação dos cidadãos e das entidades representativas do setor neste debate.

Foram recebidas mais de 600 participações por escrito, cerca de metade das quais foram remetidas por produtores e operadores florestais, associações e organizações representativas do setor, confederações agrícolas e organizações ambientalistas. As restantes participações foram enviadas por cidadãos, municípios e especialistas académicos.

O Governo levou igualmente a cabo um amplo programa de debate público descentralizado, que abriu com um debate parlamentar sobre a Reforma Florestal e que se estendeu a todo o país, através de 7 iniciativas regionais, que contaram com a participação de mais de mil pessoas, as quais colocaram questões e apresentaram contributos.

Toda a informação recolhida vai agora ser criteriosamente analisada, para que o Governo possa equacionar as alterações a fazer aos diplomas previamente aprovados. Esta análise será levada a cabo pela Comissão Interministerial que preparou a Reforma da Floresta e que é composta por 8 Ministérios: Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural (que coordena), Finanças, Justiça, Economia, Ambiente e Ordenamento do Território, Defesa Nacional, Administração Interna e Ministro Adjunto.

Só após a incorporação das alterações que se entenderem pertinentes é que os diplomas seguem de novo para aprovação final em Conselho de Ministros. Dos 10 diplomas submetidos a discussão pública, alguns ainda terão de passar pela Assembleia da República, tendo em conta a natureza das matérias que abordam. É o caso, por exemplo, dos seguintes:
 Novo quadro de incentivos e isenções fiscais e emolumentares para o setor florestal
 Revisão do Regime Jurídico das Ações de Arborização e de Rearborização
 Criação do Banco de Terras e do Fundo de Mobilização de Terras
 Criação do Sistema de Informação Cadastral Simplificada

Lisboa, 02 de fevereiro de 2017

Nota à comunicação social detetado caso isolado de gripe aviária no algarve


Foi hoje confirmado no Algarve um caso de gripe aviária por vírus influenza A do subtipo H5N8 (de alta patogenicidade) numa garça-real (Ardea cinerea). Na sequência da deteção deste caso foi aumentado o nível de alerta para a doença e foram já reforçadas as medidas de proteção e vigilância na região conforme indicado no Aviso n.º 12/DGAV de 31 de janeiro, publicado há instantes.

Neste contexto, foi já proibido o comércio de aves em mercados rurais, largadas de pombos, de espécies cinegéticas criadas em cativeiro e caça com negaças vivas. Foi igualmente dirigido um apelo aos detentores de aves em capoeiras domésticas para não realizarem movimentações desses animais. Adicionalmente, foi comunicada às Autoridades Europeias (Comissão Europeia) e Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) a ocorrência deste caso.

Foram ainda efetuadas comunicações às Autoridades competentes para a Saúde Humana (DGS) e para a Gestão da Atividade Cinegética e Património Natural (ICNF) e ao Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente da GNR (SEPNA/GNR).

A Direção Geral de Alimentação e Veterinária mantem um dispositivo de vigilância sobre os efetivos avícolas em risco (aves de capoeira domésticas na região do Algarve) e procederá à atualização das medidas em caso de eventuais sinais de propagação da doença.

A estirpe do vírus influenza A do subtipo H5N8, sendo de alta patogenicidade para as aves, não foi até ao momento encontrada em seres humanos.

Lisboa, 31 de janeiro de 2016

Portugal apoia erradicação da pobreza através da agricultura com 5 milhões de euros

COMUNICADO

O Ministro da Agricultura anunciou hoje o apoio de Portugal no combate à fome
e à pobreza nos países da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
através da disponibilização de fundos no montante de 5 milhões de euros.
Capoulas Santos anunciou a medida em Uberaba, no Brasil, onde decorre a I
Conferência Internacional CPLP para o Desenvolvimento Económico e
Erradicação da Pobreza através da Agricultura, uma iniciativa que teve início
hoje e se prolonga por mais dois dias, ao longo dos quais deverão ser
identificadas as prioridades de ação conjunta.

Capoulas Santos diz que se trata do "contributo nacional para fazer face a este
enorme flagelo" ajudando a "combater a fome e a má nutrição, naturalmente
através de projetos que ensinem a pescar e não que entreguem o peixe, como
se costuma dizer". Ao longo deste ano "serão abertas candidaturas no âmbito
das medidas destinadas à Cooperação Transnacional, medidas integradas no
PDR2020 – Programa de Desenvolvimento Rural, que se destinam a apoiar
projetos de desenvolvimento e ações concretas que envolvam os atores deste
programa, os GAL – Grupos de Ação Local em articulação com os países da
CPLP", explicou ainda o Ministro.

O passo seguinte será "trabalhar com cada um dos países para a definição de
prioridades e para a definição das regras, neste caso nos âmbitos nacionais e
comunitários, que estão submetidas dentro do plano de desenvolvimento
rural", sublinhou o titular da pasta da Agricultura.

 Lisboa, 13 de fevereiro de 2017

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Praga que ataca culturas de milho "alastra rapidamente em África"




 06.02.2017 11h46
SIC
A comunidade científica lançou um alerta para a necessidade urgente de travar o avanço de uma praga que está a ameçar, de forma fulminante, as culturas de milho no continente africano. Trata-se de uma lagarta que se está a transformar num dos maiores perigos para a segurança e comércio alimentar, avisa o Centro Internacional de Biociência Agrícola.

Esta organização sem fins lucrativos, CABI na sigla inglesa, considera que a sobrevivência dos produtores agrícolas está em risco dado que a lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda), oriunda do continente americano, se está a reproduzir rapidamente e poderá chegar à Ásia e aos países do Mediterrâneo.

No Brasil, por exemplo, a lagarta do cartucho é considerada uma das principais pragas que destrói a cultura do milho, causando perdas anuais de quase 400 millões de euros. Em alguns casos, o ataque desta praga chegou a destruir 60% da produção. Há muito que a sua ameaça é conhecida na América, também por afetar outras culturas, como a do algodão, soja e arroz.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação está a planear uma reunião de emergência para dar resposta a esta ameaça global. O encontro está previsto para Harare, no Zimbábue, de 14 a 16 de fevereiro.

"Esta espécie invasiva é agora uma praga perigosa que alastra rapidamente em África, em especial na África equatorial, com possibilidade de chegar à Ásia. É necessária uma ação urgente para prevenir perdas devastadoras das culturas", alertou Matthew Cock, responsável da equipa científica do CABI.


CABI
Também conhecida por lagarta dos milharais e lagarta militar, a lagarta do cartucho começa por atacar a parte central da espiga chegando a destruir a planta por completo. Os cientistas acreditam que esta praga tenha chegado ao continente africano através de produtos importados. Depois de se estabelecerem numa zona, as mariposas adultas conseguem voar grandes distâncias e a lagarta multiplica-se de forma rápida.

Jayne Crozier, responsável do CABI, refere que a presença da lagarta já foi confirmada na África Ocidental e julga-se que possa também haver registos desta praga em culturas a sul e a oeste do continente.

"A recente descoberta da lagarta do cartucho em África constitui uma enorme ameaça à segurança e comércio alimentar na região", sublinha Jayne Crozier, em declarações à BBC.


CABI
Os ataques da lagarta do cartucho intensificaram-se nos últimos anos devido à resistência aos inseticidas e também devido às recentes mudanças no modo de produção do milho.

As autoridades da Zâmbia já estão a usar aviões militares para espalhar pesticidas nas zonas afetadas.

Morreu o grande ulmeiro que recebia os visitantes da Fundação Gulbenkian



Árvore morreu vítima de doença para a qual "ainda não existe nenhum tratamento eficaz"

O anúncio foi feito esta quarta-feira pela Fundação Gulbenkian: morreu o grande ulmeiro que recebia os visitantes junto à entrada principal do edifício sede da Fundação. A árvore está a ser removida e, explica uma nota da Gulbenkian, morreu vítima de grafiose do ulmeiro, "doença que já nos anos 80 dizimou a mata de ulmeiros que existia na zona poente do jardim, e para a qual ainda não existe nenhum tratamento eficaz".


A mesma nota refere que a grafiose é uma doença que afeta grande parte dos ulmeiros, "sobretudo as árvores adultas que vivem nas cidades", sendo transmitida por algumas espécies de escaravelho que se alimentam dos ramos e troncos das árvores, construindo túneis sob a casca onde depositam os ovos, "trazendo muitas vezes esporos de fungos de árvores doentes".

"As árvores ainda vivas no Jardim Gulbenkian foram as que conseguiram resistir durante mais tempo a esta doença europeia que tem dizimado a espécie nas últimas décadas. Em Lisboa são das poucas que ainda existem, fruto do cuidado e dedicação que a equipa de jardinagem lhes dispensa, mas a idade e a poluição atmosférica não ajudam, acrescendo o facto de nesta zona do jardim disporem de muito pouca altura de solo. Este ulmeiro será em breve substituído por uma árvore jovem", refere ainda a Fundação.

"Lagarta militar" ameaça agricultura africana


Já há seis países afetados e cientistas falam de uma emergência que vai abalar a sustentabilidade alimentar

Cientistas detetaram em vários países africanos a presença de uma lagarta que destrói plantações de milho, e não só, e pedem que sejam tomadas medidas urgentes para evitar a sua propagação.

A Spodoptera frugiperda, conhecida como a lagarta militar, é original da América e representa uma grande ameaça à produção de comida, segundo o Centro para a Agricultura e Biociência Internacional (CABI). A este passo, a praga chegará à Ásia e a países do Mediterrâneo em poucos anos.

Na investigação do CABI apresentada esta segunda-feira, segundo a Reuters, é explicado que a lagarta põe em risco a sustentabilidade de países dependentes da agricultura e deverá continuar a propagar-se no continente africano.

Além de se alimentarem das espigas de milho, destruindo as colheitas, estas lagartas comem mais de 100 espécies de plantas e destroem culturas de arroz, cana-de-açúcar, repolho, soja e beterraba.

Neste momento, a lagarta já foi encontrada pelos cientistas do CABI na Zâmbia, Zimbabwe, Malawi e na África do Sul mas, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a praga está também presente na Namíbia e em Moçambique.

A lagarta militar "provavelmente viajou para África como adulta ou em ovos em voos comerciais", dentro de produtos importados, "e desde então tem-se espalhado dentro de África graças à capacidade de voo", explicou Matthew Cock, investigador principal do CABI. A traça da lagarta militar consegue voar grandes distâncias.

"São necessárias medidas urgentes para prevenir perdas devastadoras para as culturas e a subsistencias dos agricultores", continuou Matthew Cock.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura quer marcar para dia 14 a 16 uma reunião de emergência para discutir um modo de ajudar os vários países a responderem a esta praga, segundo a BBC.

Ministro da Agricultura quer consenso nacional sobre reforma da PAC


O Ministro da Agricultura anunciou hoje a criação de um "órgão" de
acompanhamento e aconselhamento do próprio Ministro, que permita
contribuir para a formulação e adaptação da posição nacional sobre o futuro da
PAC, no decurso do processo negocial que se avizinha.

Capoulas Santos explicou, na abertura do XI Congresso da Anpromis, que
pretende que "a estrutura a constituir tenha uma componente técnica
independente, com recurso aos nossos melhores especialistas na matéria e uma
componente de diálogo, e auscultação permanente do sector agrícola através
das suas organizações mais representativas". O Ministro acrescentou que tudo
fará para "reunir o maior consenso nacional possível, em torno da defesa dos
interesses portugueses, já que toda a conjugação de esforços será sempre pouca
para enfrentar com êxito os enormes desafios que teremos pela frente".

O titular da pasta da Agricultura apresentou igualmente o balanço da execução
do Programa de Desenvolvimento Rural, sublinhando que Portugal foi, em 2016,
o 1º Estado Membro da EU com maior percentagem de pagamentos do I Pilar em
31/dez (99,9%), encontrando-se na 5ª posição entre os 28, no que à execução
financeira dos programas de Desenvolvimento Rural diz respeito. Segundo o
Ministro, "isto deveu-se ao facto de termos conseguido desbloquear o PDR 2020,
que encontrámos, em outubro de 2015, sem um único projeto contratado, e
com uma execução acumulada de 12% em 2014 e 2015, trazendo-o para uma
situação em que, dos 32.213 projetos entrados, 28.488 (88%) se encontram já
analisados, dos quais 16.200 decididos e 8.494 contratados, a que corresponde
um investimento global de cerca de 1.000 milhões euros e um apoio público
(UE+OE) de quase 600 milhões euros". Capoulas Santos deu ainda nota de que
em 2016 foi batido o recorde de aprovação de candidaturas a projetos de
investimento (mais de 15.000), ultrapassando o ano 2010 (ano com melhor
registo até agora), com 10.852.

O Ministro reforçou que o Governo mantem o objetivo de equilibrar a balança
comercial agroalimentar, em valor, até 2020: "os recentes dados disponíveis
relativos a 2016, confirmam que conseguimos reduzir o deficit em cerca de 700
milhões euros, o que reforça a nossa convicção de que é realista essa meta".

 Lisboa, 02 de fevereiro de 2017