terça-feira, 8 de agosto de 2017

É português o melhor moscatel do mundo. E temos mais três no top 10


O concurso Muscats du Monde elegeu um moscatel português como o melhor do mundo e ainda incluiu três outras referências portuguesas no seu top 10.

      
O melhor moscatel do mundo de 2017, segundo o concurso Muscats du Monde, é o Moscatel Roxo produzido pela adega Venâncio da Costa Lima em 2013.

Este concurso incluiu ainda mais três moscatéis portugueses no seu top 10, que inclui 16 vinhos já que "alguns estão rigorosamente empatados": o Moscatel Roxo de Setúbal Bacalhoa 5 anos, produzido pela Bacalhoa Vinhos de Portugal (12º); o Mocastel do Douro Doc Adega de Favaios 1980, da Adega Cooperativa de Favaios (13º); e o Moscatel Roxo de Setúbal Doc Pioneiro 2013, produzido pela adega Venancio da Costa Lima (15º).

O concurso Muscats du Monde, que decorreu de 5 a 6 de julho, na cidade de Frontignan la Peyrade, em França, avaliou 214 amostras de moscatéis de 25 países. O júri, composto por 55 especialistas internacionais, atribuiu 71 medalhas, 38 de ouro e 33 de prata.

No ranking total Portugal conseguiu 13 medalhas, sete de ouro e seis de prata, sendo só ultrapassado por França, que arrecadou 22 medalhas, oito de ouro e 14 de prata.

Grupo Lusiaves já contratou 69 pessoas para as 80 vagas exclusivas para a população afetada pelos incêndios


 
Leiria, 19 de julho de 2017 – O Grupo Lusiaves já recrutou 69 pessoas das 80 vagas exclusivas para a população afetada pelos incêndios, contratações que decorreram de oito sessões de recrutamento realizadas nas localidades dos incêndios. O Grupo vai continuar a recrutar, de modo a preencher as 11 vagas ainda disponíveis, sendo que todos os interessados destas regiões podem contactar a empresa por telefone ou dirigir-se aos Centros de Empregos destas localidades.
 
A presença do Grupo Lusiaves nos concelhos de Pedrogão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, no qual deu a conhecer as condições de trabalho, resultou numa primeira fase na contratação de 27 pessoas destas 69. Estes 27 colaboradores receberam já formação, com acolhimento e integração nas instalações da Marinha das Ondas e deram início às funções como operadores de produtos alimentares. As restantes 42 vagas foram preenchidas depois de mais 4 sessões de recrutamento, que decorreram na semana passada. Os colaboradores desta segunda fase iniciaram funções no dia 18 de julho. A par destas vagas, o Grupo Lusiaves disponibiliza a estes colaboradores o transporte gratuito diário, um serviço assegurado em parceria com a Transdev.
 
O Grupo já demonstrou o interesse em construir três unidades na zona afetada pelos incêndios, que levará, posteriormente, à criação de 300 novos postos de trabalho, lugares que estão reservados, a convite do Grupo, primeiramente aos colaboradores das 80 vagas, que assim passarão a trabalhar mais perto das suas casas.
 
O Grupo Lusiaves é líder do mercado avícola nacional e conta atualmente com 3.200 colaboradores diretos e 2.000 indiretos.

Mark Zuckerberg e Bill Gates descobrem o agronegócio.


 20 de julho de 2017  Start Agro

Mark Zuckerberg Bill Gates
Mark Zuckerberg e Bill Gates decidiram ver como funcionam as coisas no campo. Confira o que eles acharam da experiência  

Por Luiz Fernando Sá
Diretor Editorial da StartAgro

Ok, muitos de vocês devem estar tão familiarizados com agricultura e pecuária quanto Bill Gates ou Mark Zuckerberg. Ícones do mundo nerd, os bilionários americanos fizeram sua vida no asfalto, entre computadores. E mudaram as nossas vidas.

Eis que, de repente, os dois perceberam que há um mundão aí fora, produzindo há milênios os alimentos que a humanidade consome. Decidiram, então, ver como as coisas funcionam porteira adentro.

Coincidentemente, ambos escreveram sobre o assunto recentemente (veja aqui e aqui . No espaço de uma semana, expressaram a suas legiões de seguidores uma indisfarçável surpresa com o nível de avanço daquele povo com botinas sujas de terra.

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Seleção genética e rebanhos

Bill foi ao Outback australiano. Zuck, a um rancho de criadores de gado no estado americano de Dakota do Sul. O fundador da Microsoft ficou impressionado ao ver como os pecuaristas australianos fazem a seleção genética de seus animais e, com isso, aumentaram exponencialmente a produtividade dos rebanhos, obtendo mais carne sem precisar de mais áreas para pastagens. Gates até postou um vídeo sobre isso em seu blog. Confira abaixo:



O garoto do Facebook fez um trocadilho com as iniciais de inseminação artificial, as mesmas de inteligência artificial: "Ficou claro para mim que IA significa algo muito diferente aqui", relatou, antes de admitir o quanto desconhecia da quantidade e da dimensão dos desafios enfrentados pelos produtores em sua jornada para alimentar o mundo. "Eles nem sempre recebem reconhecimento por isso, mas nós dependemos do trabalho que eles fazem", escreveu Zuck.

E o Brasil?

Não é preciso ser bilionário para ter experiência semelhante à que ambos tiveram. Muito menos viajar mundo afora. Pelo interior do Brasil há exemplos tão bons ou ainda melhores que os visitados por eles. Nós, brasileiros, podemos ser bons em muitas coisas. Mas nesse negócio de produzir alimentos com alta produtividade estamos entre os melhores.

E temos tudo para sermos líderes globais no desenvolvimento de novas tecnologias para o setor. O que Bill viu na Austrália, por exemplo, é feito há décadas pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), sediada em Uberaba.

O melhoramento de nosso rebanho bovino, seja de corte ou leiteiro, tem sido feito a à base de muito investimento. Se hoje o país é o principal produtor mundial de proteína animal, o crédito deve ser dado aos pecuaristas.

Apoio a iniciativas

Após a visita aos criadores australianos, Gates enxergou potencial de utilizar o modelo de melhoramento genético na África. Através de sua fundação, propõe atuar junto aos países subsaarianos para transformar o rebanho local a partir de cruzamentos industriais com espécies mais produtivas de outras regiões.

Significa inseminar vacas já adaptadas às condições climáticas dali com sêmem de animais com características específicas para gerar mais carne e leite. Ele está certo. Já testamos no Brasil.

Cidade e campo unidos

Zuck e Bill prestam um grande serviço ao mundo ao compartilharem essas experiências. Ajudam a reduzir o fosso que se abriu entre as populações urbanas e o grande contingente de pessoas que atuam no agronegócio. O desconhecimento ajuda a fomentar mitos e a generalizar questões que, na maior parte das vezes, são localizadas.

Agricultores e pecuaristas são frequentemente vistos como vilões, conservadores e atrasados, devastadores de florestas e poluidores de rios. Trata-se de uma visão parcial e incorreta. Para cada caso negativo – eles existem de fato – contam-se dezenas, centenas, milhares de produtores que seguem à risca a legislação ambiental, são responsáveis no uso de químicos e, na medida do possível, buscam aplicar em suas lavouras o que há de mais avançado em tecnologia.

Economia e sustentabilidade

Não o fazem apenas porque são bonzinhos, mas porque é economicamente mais indicado. Menos agroquímico na plantação é menos custo na planilha. Maior produtividade por hectare é melhor resultado no balanço.


Zuck e Bill também não olham para a zona rural apenas por curiosidade. O mundo da tecnologia entendeu nos últimos anos que o agronegócio é uma nova fronteira para o desenvolvimento de ideias disruptivas e potencialmente lucrativas.

Novo consumidor

Os "city boys", como se autodefiniu Gates, já perceberam que o interesse dos consumidores urbanos em saber a origem e cada passo dos alimentos que estão adquirindo vem crescendo rapidamente. Quem vai buscar e entregar tanta informação?

As tecnologias de rastreamento e processamento de dados. Os produtores, assim, também devem ficar atentos. O mercado pagará um prêmio a quem fizer seu trabalho corretamente. E punirá com preços mais baixos aqueles que não estiverem ligados nos desejos do consumidor.

YEP, estes jovens produtores são uns azeiteiros de primeira


20/7/2017, 15:071.951

A paixão pela terra e pelo azeite de terroir uniu nove produtores do líquido que nasce em olivais de Trás-os-Montes. Os YEP querem promover o que de melhor se faz na região, mas também no país.

Os YEP são "jovens" transmontanos produtores de azeite, que se uniram para ajudar a promover o azeite de terroir.
© DR

São jovens, transmontanos e azeiteiros (de quem produz ou vende azeite). Os YEP – Young EVOO Producers, sendo que EVOO é a sigla inglesa para "Extra Virgin Olive Oil", nasceram no final de 2016 com a missão de promover a diversidade dos azeites. Em causa estão seis produtores e nove associados concentrados na região de Trás-os-Montes, mas nem por isso o projeto deixa de ambicionar projeção e dimensão nacional.

Francisco Ataíde Pavão, um dos produtores, é quem explica ao Observador que os azeites daquela região em particular são mais amargos e picantes. Características que os diferenciam no panorama nacional. E é precisamente essa a intenção dos YEP. Uma das máximas que une o grupo é a ideia de que o azeite que nasce da paixão e do esforço destes produtores seja o reflexo do terroir, que é capaz de variar muitíssimo dentro de uma mesma propriedade.


O grupo YEP foi criado no final de 2016. © Divulgação

Os nove jovens — ainda que alguns o sejam somente de espírito — produzem apenas azeite virgem extra, com Denominação de Origem Protegida, e com base em variedades nacionais. A concentração de esforços assenta na vontade de, em última análise, pôr os portugueses a consumir aquilo que lhes é tradicional. Apenas o "melhor azeite" que conseguem produzir tem direito a entrada a pés juntos no grupo, assegura Francisco Ataíde Pavão, também ele presidente da CVR de Trás-os-Montes.

"Todos temos as mesmas variedades de azeite, mas cada referência YEP diz respeito a um azeite diferente. Os seis azeites são completamente distintos", continua Pavão, reforçando a ideia de que, apesar de o azeite estar na moda e representar uma cultura importante, há muito trabalho a fazer. "Demorámos anos e anos para ter um guia de azeite", afirma, referindo-se ao livro lançado no final do ano passado pelo jornalista Edgardo Pacheco.


Os seis azeites — 2A Tua, Caixeiro, Casa de Santo Amaro, Casa de Valpereiro, Mont'Alverne e Magna Olea — são realmente muito diferentes entre si, não só na experiência gustativa, mas também pelas histórias que o nome e o design de cada garrafa contam. Se o 2A Tua, por exemplo, diz respeito a um projeto particularmente recente, o Mont'Alverne é o resultado da paixão de um biólogo marinho que resolveu dedicar-se à produção de azeite, algo que já é feito há seis gerações na família. Também o Magna Olea, projeto que uniu pai e filha, é exemplo de dedicação e soma por isso distinções de alto gabarito. É caso para escrever que… YEP, eles sabem o que fazem.

Morreu Maria Teresa Eugénio de Almeida, uma mecenas apaixonada pelo Alentejo

Morreu Maria Teresa Eugénio de Almeida, uma mecenas apaixonada pelo Alentejo
Condessa de Vilalva tinha 95 anos e uma vida dedicada à herança mecenática do marido, com quem em Évora criou a Fundação Eugénio de Almeida.
 
ISABEL SALEMA 15 de Julho de 2017, 15:36 actualizado a 15 de Julho às 17:32 

A influência de Maria Teresa Eugénio de Almeida, conhecida como condessa de Vilalva e que morreu sem descendência, tornou-se muito relevante depois da morte do seu marido, que teve lugar logo em 1975. A Fundação Eugénio de Almeida (FEA), cujo projecto mais recente foi a criação, em 2013, de um centro cultural dedicado à arte contemporânea, o Fórum Eugénio de Almeida, é uma importante proprietária de património histórico em Évora, detendo monumentos como o Paço de São Miguel, as Casas Pintadas, o Palácio da Inquisição (onde é o fórum), mesmo ao lado do Templo de Diana, e ainda o Convento da Cartuxa, além de 6500 hectares de terra no concelho, onde é produzido vinho sob a marca Cartuxa, origem da maior parte do financiamento da instituição. A fundação tem igualmente património em Lisboa, nomeadamente a Casa de Santa Gertrudes, ao lado da Fundação Calouste Gulbenkian, cujos jardins lhe são contíguos.

Foi na Casa de Santa Gertrudes, onde vivia, que Maria Teresa Eugénio de Almeida morreu esta sexta-feira, não tendo sido divulgada a causa da morte. Se a casa, de que a viúva de Vasco Vilalva tinha o usufruto vitalício, pertence à fundação alentejana, parte do grande jardim foi adquirido pela Gulbenkian há já uma década, com o objectivo de ampliar os serviços da fundação.

Rui Vilar, na altura à frente da Gulbenkian, explica que no mesmo ano em que esse negócio foi concretizado a Gulbenkian criou o Prémio Vasco Vilalva. "A compra foi acordada com a condessa de Vilalva tendo em vista a criação do prémio em memória do marido e dedicado ao restauro do património", diz o administrador não-executivo da Fundação Calouste Gulbenkian. Essa relação de vizinhança, que sempre foi a melhor, acrescenta Vilar, vem muito de trás, do início da Gulbenkian, quando a fundação lisboeta comprou os terrenos do Parque de Santa Gertrudes para aí se instalar.

Rui Vilar define Maria Teresa Eugénio de Almeida como "uma grande figura da sociedade portuguesa", que continuou a obra do marido, sublinhando a importância da vida da fundação no Alentejo: "Era uma grande senhora, uma pessoa culta e viajada, sempre atenta ao que estava a acontecer. Era elegante consigo própria e elegante nas relações que tinha com os outros."

Depois das dificuldades do pós-25 de Abril, em que a fundação viu terras e edifícios ocupados na sequência da Reforma Agrária, a FEA retomou a normalidade no início dos anos 80, tendo Maria Teresa Eugénio de Almeida ocupado o cargo de administradora durante duas décadas. Mas a presidência da fundação ficou nas mãos da arquidiocese de Évora, conforme os estatutos definidos pelo fundador, cargo neste momento ocupado pelo cónego Eduardo Pereira da Silva. 

"Era uma pessoa com uma energia muito grande e uma personalidade muito marcante. Quer como viúva do fundador, quer como administradora, colocou muita intensidade nos seus desempenhos", afirma a secretária-geral da fundação, Maria do Céu Ramos. "Teve acesso a experiências raras para a sua geração, como o [Concílio] Vaticano II [que modernizou a Igreja Católica], e isso fazia dela uma pessoa singular."

Maria Teresa Eugénio de Almeida ficou no conselho de administração da FEA até 2000. Nos anos 90, foram públicas algumas desavenças internas na instituição, com a viúva a queixar-se em tribunal, mas nos últimos anos a tensão tinha diminuído e a relação normalizou-se. 

"O marido morreu muito cedo e ela tem um papel na manutenção do património e no desenvolvimento da fundação", argumenta Joaquim Caetano, conservador do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA). O ex-director do Museu de Évora conheceu Maria Teresa Eugénio de Almeida quando investigou, ainda enquanto estudante universitário, os tectos pintados a fresco do Paço de São Miguel, feitos por Francisco de Campos no século XVI, um trabalho realizado nos anos 80 em parceria com José Alberto Seabra Carvalho, actual director-adjunto do MNAA. "Ela entusiasmou-se bastante pelo trabalho e publicou um obra feita por estudantes. Esse interesse pelo património próprio era raríssimo na altura em Portugal. Partilhou com o marido essa paixão por Évora e pelo património da cidade."

"A visão dela era a visão dele", diz José Maria de Sousa Rego, amigo e familiar da condessa de Vilalva. "Ele herdou propriedades imensas e considerava que essa riqueza tinha de ser posta ao serviço dos valores que defendia, os valores da cultura, do património, da educação e dos princípios cristãos". Vasco Vilalva morreu demasiado cedo e é certo, acrescenta, que Maria Teresa Eugénio de Almeida não teve a preparação do marido, engenheiro de formação, mas levou a peito algumas responsabilidades e envolveu-se na vida da fundação depois do 25 de Abril. "Manteve a simplicidade e a austeridade que os dois tinham como casal e fez questão de conduzir as coisas de maneira a que a fundação tivesse continuidade e garantindo que não era interrompida."

Um dos seus projectos mais emblemáticos, lembra Sousa Rego, foi o que envolveu o Convento da Cartuxa e a sua devolução aos monges que o tinham habitado durante séculos, expulsos com a extinção das ordens religiosas no século XIX. O monumento, em que os Vilalva chegaram a residir quando estavam em Évora, foi recuperado para o regresso dos monges, sendo a sua preservação uma das missões da fundação. Com o maior claustro do país, reflecte uma espiritualidade que diz muito sobre a relação única que a FEA estabeleceu com o património em Portugal.

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O funeral de Maria Teresa Burnay de Almeida Bello Eugénio de Almeida, nascida a 16 de Setembro de 1921, realizou-se na tarde deste sábado, em Lisboa. 

O conselho de administração da Fundação Eugénio de Almeida anunciou, em comunicado, que "será respeitado luto institucional pelo período de uma semana, durante a qual ficam suspensas todas as actividades programadas [da fundação]".

Posto Apícola será Laboratório Nacional de Referência da Qualidade do Mel

COMUNICADO
Lisboa, 17 de Julho 2017

Posto Apícola será Laboratório Nacional de Referência da Qualidade do Mel
A Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP) e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) unem esforços para divulgar as Boas Práticas junto dos apicultores portugueses e pretendem criar um Laboratório Nacional de Referência da Qualidade do Mel.

No âmbito do protocolo de colaboração técnico-científica, assinado a 13 de Julho na sede da CAP, as duas entidades comprometeram-se a revitalizar o Posto Apícola, uma estrutura de investigação, experimentação, formação e divulgação, situada na Tapada da Ajuda, em Lisboa, que será um polo dinamizador do setor apícola.

«A partir desde momento os apicultores portugueses e o setor apícola em geral têm no Posto Apícola um centro de apoio para atualizar conhecimentos e melhorar a sua atividade», afirmou Manuel Gonçalves, presidente da FNAP, que realça a juventude e a dinâmica do setor da colmeia em Portugal, que conta com mais de 45 técnicos especializados no apoio aos apicultores.

O presidente do INIAV explicou que o Posto Apícola procurará concentrar todas as estruturas de apoio à produção de mel e outros produtos da colmeia, entre as quais, o laboratório de referência de sanidade apícola e, futuramente, o Laboratório Nacional de Referência da Qualidade do Mel, para análises físico-químicas, polínicas e sensoriais. «O protocolo que hoje assinamos com a FNAP enquadra-se na estratégia do INIAV de estabelecer parcerias com as organizações de cúpula do setor primário, com vista a transferir conhecimento da investigação para os utilizadores finais, estou muito satisfeito com mais este passo», afirmou Nuno Canada.

Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAP-Confederação dos Agricultores de Portugal, manifestou satisfação pela escolha da sede da CAP para a assinatura do protocolo e disponibilidade em apoiar: «no âmbito das atividades da CAP será com muito gosto que apoiaremos a dinamização do setor do mel, que merece uma atenção especial de divulgação e apoio aos apicultores, para que criem massa crítica e consolidem as suas posições no diálogo com os seus interlocutores comerciais», afirmou.

O protocolo tem como objetivos: dinamizar estudos, atividades e projetos no espaço do Posto Apícola, que é propriedade do INIAV; aproximar o Posto da comunidade e dos operadores da fileira apícola, na ótica da promoção do intercâmbio e transmissão de conhecimentos, contribuindo para a afirmação da sua relevância no setor apícola nacional.

O Posto Central de Fomento Apícola foi criado pelo Decreto nº20417 de 21 de Outubro de 1931 (Lei do Fomento Apícola) pelo ministro Linhares de Lima, sendo as funções alteradas pelo Decreto-lei nº 27207 de 16 de Novembro de 1936, tendo tido um papel preponderante na modernização da apicultura mobilista. É um local com um valor histórico importante e tem infraestruturas que poderão ser postas ao serviço da investigação em apicultura, nomeadamente um apiário experimental, uma melaria, oficinas de apoio e um laboratório. O apiário experimental e escola apresenta-se em socalcos, envolvido por grande diversidade de plantas melíferas. Atualmente tem 50 colónias instaladas em colmeias tipo lusitana.

A celebração do presente protocolo surge num contexto em que o setor apícola nacional apresenta uma dinâmica de crescimento e profissionalização nunca antes alcançada. Dados da Comissão Europeia, revelam que Portugal atingiu um número recorde de 700.000 colmeias, em 2016, com um crescimento de 23,5%, embora se mantenha a tendência de diminuição do nº de explorações (10.698) dos últimos anos, um sinal claro de que os apicultores portugueses estão mais profissionais e especializados.