sexta-feira, 6 de abril de 2018

Capoulas Santos quer reverter "secundarização" dos cereais


Recuperar a cerealicultura em Portugal, nomeadamente, nas zonas de agricultura em extensivo, através da definição de uma estratégia desenvolvida por técnicos do ministério e por organizações de produtores de cereais é o objetivo do Ministério da Agricultura.


Ana Teresa Alves


Capoulas Santos: é fundamental "olhar de forma diferente" para a cultura de cereais
Capoulas Santos: Plano de Ação vai recuperar as culturas de cereais
   

Capoulas Santos, Ministro da Agricultura, revelou à Voz da Planície que é fundamental "olhar de forma diferente" para a cultura de cereais e recuperá-la, dada a sua importância, não só para a "vitalização" e sustentabilidade dos territórios de sequeiro, assim como, para o abastecimento do país.

O Ministro da Agricultura que criar condições e aumentar a produção cerealífera e, neste sentido, tem em marcha um Plano de Ação que espera, em breve, levar a Conselho de Ministros e que contará com apoios comunitários, estando, também, dependente do desfecho das negociações da nova PAC.

Capoulas Santos assegura que este Plano de Ação vai reverter a situação de secundarização em que as culturas de cereais caíram, devido às políticas nacionais. 

Marcelo apoia valorização e renovação da agricultura

RTP
03 Abr, 2018, 20:40

Marcelo apoia valorização e renovação da agricultura

O Presidente considerou um erro a desvalorização da agricultura, num passado recente.


https://www.rtp.pt/noticias/economia/marcelo-apoia-valorizacao-e-renovacao-da-agricultura_v1067830



quinta-feira, 5 de abril de 2018

Fim das quotas leiteiras não teve os efeitos positivos esperados, admite Governo


3/4/2018, 17:58

O secretário de Estado da Agricultura e Alimentação disse que o fim do regime das quotas leiteiras não conseguiu obter os efeitos positivos previstos, "originando uma diminuição brusca dos preços".


O secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Vieira, disse esta terça-feira que o fim do regime das quotas leiteiras não conseguiu obter os efeitos positivos previstos, "originando uma diminuição brusca dos preços".

"A abolição das quotas leiteiras [em 2015] introduziu uma pronunciada liberalização no mercado que, conjugada com a menor procura mundial, esteve na génese da difícil situação atravessada pelo setor na União Europeia ao longo de 2015 e 2016, não se concretizando os efeitos positivos com o fim do regime de quotas leiteiras, originando uma diminuição brusca de preços no ano 2015", disse Luís Vieira, em Lisboa, durante o fórum "Leite- Produto Nacional de Excelência".


No entanto, o governante assinalou uma "recuperação significativa" dos preços do leite na União Europeia (UE), aproximando-os aos máximos de 2008 e 2014, "tendo como consequência uma maior estabilidade e equilíbrio do mercado, não se prevendo para o corrente ano, grandes alterações a nível dos preços". Luís Vieira notou ainda que o setor do leite defronta-se hoje com um conjunto de desafios como "a necessidade de reforço da posição da produção na cadeia de valor agroalimentar", a aposta na inovação e conhecimento ao nível dos processos, produtos e formas de comercialização, bem como o aumento do consumo do leite.

"É de assinalar o facto de um número crescente de consumidores manifestar a necessidade e interesse em conhecer a informação relativa ao país de origem dos géneros alimentícios que consomem, em particular, do leite e produtos lácteos", sublinhou. O secretário de Estado da Agricultura e Alimentação defendeu ainda a necessidade de combater alguns "preconceitos" relacionados com o consumo do leite, que assentam "em pressupostos injustificados e pouco consistentes", realçando que "fundamentos científicos continuam a aconselhar o leite e os produtos lácteos, enquanto alimentos saudáveis de uma dieta diversificada".

De acordo com os dados disponibilizados pela Confagri — Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, em 2017, a produção de leite em Portugal atingiu as 1.864.602 toneladas, representando 1,3% da produção europeia. No período de referência, estavam registados 5.017 produtores de leite, com um efetivo de 244 mil vacas leiteiras. A produção de leite nacional, em 2017, correspondeu a 689,1 milhões de euros, o que equivale a 12% do valor da agricultura e 28% do valor da produção animal.

terça-feira, 3 de abril de 2018

Alfândega da Fé com investimentos de 20 ME no regadio


O município de Alfândega da Fé, no distrito de Bragança, tem previstos investimentos de 20 milhões de euros no regadio, com o arranque das primeiras intervenções durante o mês de abril, divulgou a Câmara Municipal.

No total, segundo a autarquia liderada por Berta Nunes, "está previsto um investimento que ronda os 20 milhões de euros e que vai permitir a concretização do plano estratégico municipal para o regadio e impulsionar a agricultura".

O montante engloba a requalificação do regadio já existente na área da barragem da Esteveínha, com o início das obras previsto para este mês, e a nova barragem para regar o planalto de Vilarchão-Parada no valor de mais de 14 milhões de euros, incluída no pacote anunciado recentemente pelo Ministério da Agricultura para o distrito de Bragança.

Segundo o município transmontano, o contrato para as obras de requalificação do circuito hidráulico da barragem da Esteveínha já foi assinado e contempla "um investimento de cerca de um milhão e 200 mil euros que arranca já em abril".

Esta intervenção irá "permitir a requalificação das condutas de água que abastecem a barragem e permitem regar os mais de 270 hectares de terrenos inseridos nesta área de regadio".

O projeto, da responsabilidade da DGADR - Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, está inserido no Programa Nacional de Regadios e será financiado a 100% pelo PDR (Programa de Desenvolvimento Rural) 2020, informou ainda a autarquia.

A intervenção vai incidir sobre a requalificação integral das condutas de abastecimento da bacia da Esteveínha, permitindo, segundo a informação municipal, "melhorar a condução da água para a barragem e um maior aproveitamento dos recursos hídricos".

Os trabalhos contemplam também a instalação de contadores nos pontos de rega de forma a evitar desperdícios de água e melhorar a eficiência e gestão do regadio.

O próximo ano é a data apontada para o início da construção do novo aproveitamento hidroagrícola de Vilarchão-Parada, que já tem parecer favorável por parte do PDR2020.

"São cerca de 14 milhões e meio de euros para fazer nascer uma nova barragem no concelho que há muito era desejada pelos agricultores do planalto Vilarchão-Parada", segundo a autarquia.

Este novo aproveitamento hidroagrícola "vai permitir criar um perímetro de rega de quase 500 hectares e criar um impulso à produção agrícola no concelho".

No município estão ainda previstas outras intervenções para beneficiação dos regadios, nomeadamente a reabilitação das barragens da Camba e Salgueiro, reforço do sub-bloco da barragem da Burga, a criação de um novo perímetro de rega em Santa Justa, o plano estratégico de regadio da Serra de Bornes e o aproveitamento da água da albufeira do Sabor para rega.

No total, a autarquia contabiliza "um investimento na ordem dos 20 milhões de euros" na beneficiação dos regadios de Alfândega da Fé.

Bloco quer ouvir Capoulas Santos no parlamento sobre PAC pós 2020


O Bloco de Esquerda (BE) requereu hoje uma audição parlamentar com o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, sobre a discussão da nova Política Agrícola Comum (PAC) para depois de 2020.

"Está em curso, na União Europeia (UE), a discussão da nova Política Agrícola Comum (PAC), para depois de 2020. Trata-se obviamente de um debate importantíssimo -- por aí irá passar o futuro da agricultura e do desenvolvimento rural no nosso país e durante os próximos anos. [...] A PAC é a mais importante política comunitária, por conseguinte, a Assembleia da República não pode nem deve manter-se arredada do acompanhamento destas negociações", lê-se no requerimento enviado ao presidente da Comissão de Agricultura e Mar.

De acordo com o BE, na base das discussões em Bruxelas está um relatório da Comissão Europeia, emitido em novembro, que contém as linhas orientadoras da próxima PAC, tendo já começado as negociações para revisão.

No entanto, o grupo parlamentar aponta que, até ao momento, não são formalmente conhecidas as posições do Governo.

A 19 de março, Capoulas Santos admitiu, em Bruxelas, a existência de divergências entre os Estados-membros sobre "questões sensíveis" da reforma da PAC, destacando a "fricção" em torno da convergência dos apoios aos agricultores.

Em declarações aos jornalistas à margem de um Conselho de ministros da Agricultura da União Europeia, o ministro da Agricultura apontou que em causa estão os apoios aos agricultores por hectare, matéria na qual persistem grandes assimetrias entre os Estados-membros, apesar de ter sido iniciado na anterior reforma da PAC um processo de convergência que Portugal quer ver continuado.

IPMA diz que Portugal “já não se encontra em seca meteorológica”


Apenas uma pequena região no sotavento algarvio ainda se encontra na classe de seca fraca. Também o ministro da Agricultura já tinha admitido que os solos tinham recebido água suficiente e, como tal, está a prever um "bom ano agrícola"


Portugal "já não se encontra em seca meteorológica". A garantia foi dada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) depois de ter revelado que foi o segundo mês de março mais chuvoso desde 1931, ou seja, em 87 anos. "O valor médio da quantidade de precipitação em março, 272 mm, foi cerca de quatro vezes o valor médio mensal e foi o segundo março mais chuvoso desde 1931, com um valor muito próximo de março 2001", refere o IPMA.

A ocorrência de valores muito elevados da quantidade de precipitação em todo o território do continente, tiveram como consequência o final da situação de seca meteorológica que se verificava desde abril de 2017", salienta. Apenas uma pequena região no sotavento algarvio ainda se encontra na classe de seca fraca, diz o IPMA.

Além disso, março deste ano foi mais frio desde 2000. "O valor médio da temperatura máxima do ar, inferior ao valor normal em cerca de 2.6 °C, corresponde ao valor mais baixo desde 2000", salienta, explicando que ao longo do mês os valores de temperatura do ar estiveram "persistentemente inferiores" aos valores médios.

Bom ano agrícola

O ministro da Agricultura já tinha admitido que, os solos tinham recebido água suficiente, afastando o cenário de seca no país e, como tal, considerou que "existem boas condições para um bom ano agrícola". Ao mesmo tempo, Capoulas Santos, referiu que, as albufeiras estão com níveis de capacidade suficientemente tranquilizadores para garantir uma época agrícola normal".

Ainda assim, afirmou que existem duas exceções. "Existem dois problemas ainda no baixo Alentejo. [As albufeiras de] Monte da Rocha e Campilhas estão com 20 e pouco por cento da sua capacidade. Portanto, chove normalmente, menos nessa região", destacou. "Com exceção de alguns setores, como o do arroz e da pecuária, na generalidade das outras produções tivemos bons resultados. Em alguns até espetaculares, como o caso do azeite em que a produção aumentou cerca de 80%", sublinhou. 

Agricultura: Searas estão a recuperar, laranja do Algarve vem mais pequena


As chuvas de Março trouxeram boas notícias para os agricultores, embora o excesso de água nos terrenos possa começar a prejudicar as culturas da Primavera-Verão em algumas zonas do país. As necessidades de água e de ração para alimentar o gado são também cada vez menores.

Filomena  Lança Filomena Lança filomenalanca@negocios.pt
03 de abril de 2018 às 12:48

As searas estão a registar uma "recuperação substancial do seu desenvolvimento" e o mesmo acontece com os prados, pastagens permanentes (semeados e naturais), bem como com as culturas forrageiras anuais, destinados à alimentação do gado. Nas culturas de Primavera-Verão as perspectivas também melhoraram, esperando-se um acréscimo de área em algumas culturas, como a da batata, e nos pomares do Algarve a laranja promete vir com boa qualidade, ainda que de calibre reduzido.

A avaliação é do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP) do Ministério da Agricultura e decorre a auscultação de um painel de agricultores representativos de cada actividade realizada até 15 de Março. Esta segunda-feira, refira-se, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) actualizou o índice meteorológico da seca a 31 de Março e afastou de vez o fantasma da seca que assombrava o país desde Abril de 2017.

Depois de em Fevereiro o país estar ainda com quase 10% do território em seca severa, Março trouxe a tão esperada chuva e alguma normalidade à agricultura. Em meados do mês, de acordo com o ministério de Capoulas Santos, os cereais de Outono/Inverno estavam no seu normal ciclo produtivo, enfrentando-se apenas duas situações de excepção: um certo atraso a Norte, devido às baixas temperaturas, e "princípio de asfixia radicular em culturas instaladas em solos mais delgados no Alentejo", já que em algumas zonas os níveis de chuva já eram superiores aos que os solos podiam absorver, tornando-se a água excessiva para as plantas.

A chuva atrasou também algumas culturas de Primavera-Verão, com o teor da água nos solos a condicionar a preparação para sua instalação, bem como a realização de sementeiras e plantações, e a possibilidade de utilização de máquinas. "De referir algumas situações particulares, como as plantações de batata de regadio já efectuadas, que permitem prever a manutenção ou mesmo acréscimo de área", sublinha o Ministério da Agricultura.

 

As condições climatéricas, com chuva e ventos fortes provocaram também alguns danos nos pomares de ameixeira e pessegueiro da região centro e Lisboa e Vale do Tejo, e nas maçãs e pêras do Alentejo que estavam a florir antes de tempo e que registaram queda da flor. "No Algarve, os pomares de citrinos apresentam bom aspecto e vigor vegetativo, boa qualidade dos frutos, mas calibre reduzido", sublinha o Ministério da Agricultura.

Com a melhoria registada nos prados e pastagens as necessidades de ração para alimentar o gato têm sido cada vez menores e o mesmo acontece com o abeberamento, que já está também a realizar-se sem dificuldades devido à "reposição significativa de água nas pequenas barragens e charcas".

Na semana passada, Capoulas Santos afirmou que os recursos hídricos de que o país já dispõe fazem antever "o exercício de uma actividade agrícola quase normal", assinalando que "o pior que nos poderia acontecer agora", seria que "a chuva continuasse de tal modo persistente que viesse causar dificuldades às culturas de primavera-verão que vão iniciar-se dentro de pouco tempo, como o tomate e as hortícolas". Continuando a situação climática "nestes termos", então "poderemos vir a ter um ano agrícola normal", concluiu o ministro da Agricultura.

A 31 de  Março, segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), das 62 albufeiras monitorizadas pelo Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH), 33 tinham já apresentam disponibilidades superiores a 80% do volume total. Apenas três apresentavam disponibilidades inferiores a 40% e situavam-se todas 3 na bacia do Sado : Fonte Serne estava a 39%, Campilhas a 26%, e Monte da Rocha, também a 26%.

Por outro lado, os armazenamentos por bacia hidrográfica estavam, no final de Março, a níveis superiores à média de armazenamento para este mês, com excepção apenas para as bacias do Mondego, Ribeiras do Oeste, Sado, Guadiana e Ribeiras do Algarve.

Economia cabo-verdiana cresceu 3,9% em 2017


A economia cabo-verdiana cresceu 3,9% em 2017, ligeiramente acima do ano anterior. No entanto, este crescimento ficou abaixo das previsões do Governo, que apontavam para 5,5%

A economia cabo-verdiana cresceu 3,9% em 2017, ligeiramente acima do ano anterior, mas longe da previsão de 5,5% do Governo, apontam dados preliminares das contas nacionais anuais divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde (INECV). Segundo os dados do INECV, no acumulado dos quatro trimestres de 2017, o crescimento da economia cabo-verdiana situou-se nos 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB), contra os 3,8% registados no ano anterior.

O crescimento do PIB registado pelo INECV aproxima-se das previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), que apontavam para 4%, e do Banco de Cabo Verde, que previu uma evolução da economia no intervalo entre 3% e 4%. A proposta orçamental do Governo para o mesmo ano estimava um crescimento na ordem dos 5,5%.

O crescimento da economia foi penalizado sobretudo pela quebra de 22% registada no setor agrícola nesse ano (+7,7% em 2016) e impulsionado pelo crescimento de 22,8% (4,9% em 2016) no setor da eletricidade e água, de 15% no alojamento e restauração (4,2% em 2016), de 14,3% (9,7% em 2016) na indústria transformadora e de 8,4% (2,5% em 2016) nos impostos. O INECV divulgou também as contas do terceiro trimestre de 2017, que revelam um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,7%, menos 0,2 pontos percentuais do que no trimestre anterior (4,9%), mas acima do crescimento de 3,8% registado no trimestre homólogo de 2016.

Nos dois primeiros trimestres de 2017, a economia cabo-verdiana registou crescimentos de 3,1% e 2,9%, respetivamente. Segundo o INECV, o crescimento do PIB no quarto trimestre resultou essencialmente do aumento do consumo final das famílias (6,9%) e das exportações (17%). Por setores, a agricultura (-44%) registou "um comportamento negativo", tendo sido o setor secundário (indústria transformadora, construção e produção de eletricidade e água) o que mais contribuiu para o crescimento do último trimestre do ano.

Cabo Verde atravessa um período de seca severa, com consequências na agricultura e criação de gado, e tem em fase de implementação um programa de mitigação dos efeitos da seca e do mau ano agrícola.

PAC pós 2020 quer setor agrícola inteligente e resiliente


O secretário de Estado da Agricultura e Alimentação disse hoje que um dos objetivos da Política Agrícola Comum (PAC) pós 2020 deve ser a promoção da inteligência e resiliência do setor.

 PAC pós 2020 quer setor agrícola inteligente e resiliente

 
"A PAC pós 2020 terá como objetivos promover um setor agrícola inteligente e resiliente -- papel das intervenções do primeiro pilar e da necessidade de os pagamentos diretos serem simplificados -- [...]; reforçar a proteção do ambiente e a ação climática - uma PAC ambiciosa - [...] e reforçar o tecido socioeconómico das zonas rurais, reconhecendo os problemas estruturais de muitas zonas", disse Luís Vieira, em Lisboa, durante a sua intervenção no fórum Leite - Produto Nacional de Excelência.

De acordo com o governante, a nova PAC será definida através de um plano estratégico "que integra o primeiro e segundo pilares", orientado para resultados por Estado-membro.

"Será uma PAC com uma maior ambição em termos ambientais e climáticos [...], ao nível de medidas de mercado não são esperadas alterações, prevendo-se estabilidade nos mecanismos existentes", disse.

Já no que se refere aos pagamentos diretos, Luís Vieira garantiu que haverá maior "subsidiariedade, não se prevendo cofinanciamento", sendo, por outro lado, previsível que "o nível dos pagamentos ligados se mantenha ao nível atual".

"Quanto à convergência interna dos pagamentos base, não é previsível uma pressão para uma uniformização do nível unitário dos pagamentos", sublinhou.

No que concerne ao desenvolvimento rural, conforme indicou o secretário de Estado, é "previsível" a manutenção dos apoios "à modernização das explorações e à introdução de inovação no setor", nomeadamente, através "de apoios à agricultura de precisão".

"Neste novo quadro de políticas que podem integrar a futura PAC, o setor do leite e laticínios tem condições para melhorar o seu desempenho, procurando o aperfeiçoamento contínuo das explorações, designadamente através da utilização da inovação e conhecimento, ao nível dos processos dos produtos e da utilização de novas tecnologias", apontou.

Agricultura perdeu cem mil mulheres desde chegada da troika


Mecanização de trabalhos agrícolas é a razão do abandono. Em seis anos desapareceu metade da força de trabalho feminina

A crise deu à agricultura um estatuto de boa alternativa de vida para os desempregados. Mas a realidade é bem assim. Apesar de ter sofrido altos e baixos desde 2011, ano da chegada da troika, a mão-de-obra agrícola está a baixar, contrariando a melhoria dos números do emprego em Portugal. E as mulheres estão a ser as mais penalizadas: saíram 101,4 mil mulheres (-51%) da agricultura nos últimos seis anos - são agora 96 800. É a primeira vez que a fasquia fica abaixo das cem mil.

"Com o desenvolvimento industrial e depois dos serviços, a maior parte da população não se encontra já no setor primário. A população empregada na agricultura está a diminuir no nosso país; é um sinal de progresso", explica Amarilis de Varennes, presidente do Instituto Superior de Agronomia (ISA). O aumento do emprego dos últimos anos foi, na verdade, feito muito à custa das contratações nos serviços, comércio, hotelaria e restauração, à boleia do boom do turismo.

Amarilis de Varennes explica que "cada vez mais a agricultura é realizada por máquinas, por vezes sem necessitar sequer de condutor. A apanha da uva ou azeitonas, por exemplo, pode ser hoje totalmente mecânica, para não falar de culturas de cereais. Assim, cada vez são necessárias menos pessoas, mas muito mais qualificadas. Vão cada vez mais controlar máquinas através de aplicações informáticas em vez de se dedicarem a duro trabalho manual". No caso das mulheres, o problema foi amplificado Em 2011, as mulheres eram 40,9% dos trabalhadores agrícolas; em 2017, representavam 31,8%.

Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal, considera que a quebra da mão-de-obra é uma realidade comum aos países desenvolvidos, onde a mecanização e as inovações tecnológicas estão cada vez mais associadas à produção. "Apesar de atravessarmos um período de recuperação da atividade, considerando que nos anos mais recentes se tem verificado um particular desenvolvimento da maquinaria dedicada às colheitas (olival, vinha, pomares, etc.) e que é precisamente esta a área de atividade agrícola que emprega mais mulheres, é possível que as estatísticas reflitam essa realidade", conclui. E o facto é que a redução da mão-de-obra agrícola em nada tem comprometido a produção agrícola, que até tem aumentado, bem como as exportações, que estão a subir acima dos dois dígitos - 11,7% em 2017.

João Dinis, dirigente da Confederação Nacional de Agricultura, assinala ter sido determinante "o desaparecimento de milhares de pequenas explorações agrícolas no país, de agricultura familiar, que se repercutiu em quem nelas trabalha, que são as mulheres". Acrescenta que, no ano passado, "houve o efeito da seca e dos incêndios que pode ter contribuído para o afastamento da atividade".

Para o futuro não há uma tendência definida. No ISA, 60% dos alunos são do sexo feminino. "A profissão ao mais alto nível atraiu mulheres e temos um crescente número de alunas com licenciatura ou mestrado a tornarem-se empresárias na área da agricultura lato sensu, incluindo enologia, produção sem terra, etc. Portanto, não há desinteresse das mulheres pela área, mas não querem ser cavadoras... e não precisam de o ser", considera Amarilis de Varennes.

Ana Paula Vale, diretora da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima, relata uma situação diferente: "Aqui na escola, predominam os homens." E prossegue: "A agricultura familiar, muito dependente da mulher, está a desaparecer e, pelo contrário, estão a surgir muitas empresas, mais inovadoras e mecanizadas, geridas por homens."

Mas o declínio da população agrícola não se traduz necessariamente no abandono de terras. "É mais nas zonas rurais longínquas, porque, nas zonas periurbanas, há falta de terras", refere Ana Paula Vale. E dá o caso de Ponte de Lima, onde foi preciso criar uma bolsa de terras, para acudir à procura de jovens agricultores. Apesar das dificuldades, a terra ainda é um sonho para muitos.

"Preço da carne não compensa"

Licenciada em Engenharia Agrícola e com mestrado em Engenharia Agronómica, Teresa Gonçalves tornou-se empresária agrícola em 2001, em Vila Pouca de Aguiar, com produção de leite de vaca, que depois evoluiu para a criação de vacas da raça maronesa. Neste ano, vendeu o negócio. Apesar da sua "paixão" pela agricultura, sempre teve necessidade de ter outra atividade: "Não consigo viver como gostaria." O que a levou a afastar-se? "Foram as dificuldades por nunca poder ter férias nem fins de semana, o clima terrível e esse efeito reflete-se em maiores gastos, a burocracia com a sanidade animal e o custo das rações e dos combustíveis - o preço da carne não compensa -, tudo isso pesou na decisão."

"Não se vive apenas do campo"

Aos 31 anos, Sílvia Martins é produtora de mirtilos, na aldeia de São Cristóvão, perto de Viseu, mas como a plantação só dá rendimento durante quatro meses por ano, e "quando tudo corre bem", tem outras ocupações. Mudou-se para Coimbra, onde estuda e trabalha, e reserva os fins de semana para a agricultura. É técnica de segurança no trabalho, coordena a formação da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), em Coimbra, e está a concluir a licenciatura em Agricultura Biológica. "Não há condições para viver só da agricultura, mesmo recorrendo à mão-de-obra familiar, como é o meu caso. Não consegui emprego em Viseu. Tenho de ser multifunções, mas ainda acredito na agricultura."

"Só é rentável com apoios"

Dez anos de farmacêutica, em Lisboa, não a convenceram. Um mestrado em Empreendedo-rismo mudou-lhe o rumo da vida. Maria Milheiro regressou ao Fundão e integrou uma empresa do pai, dedicada maioritariamente à produção de milho. Agora, está no início de um projeto de um cerejal. Em nome individual tem uma exploração biológica de oliveiras. Vive da agricultura. "Sim, é possível, mas é ingrato e só é rentável com apoios, sobretudo os cereais". Ingrato, "porque há coisas que não dependem de nós, como o tempo". E deu o exemplo do cerejal onde, "numa das quintas, 90% não vingou, atrasando a produção num ano, com todos os custos inerentes. Já no milho, o preço depende da bolsa".

A prevenção que ainda falta na nossa floresta


António Cláudio Heitor
1/4/2018, 0:29432

Caímos no ciclo vicioso da "economia do mato": promovemos o seu crescimento pois não invertemos o abandono das actividades rurais; e em seguida pagamos para cortar esse "mato abandonado".

Estou cada vez mais convencido que continuamos a afastarmo-nos da raiz do problema: aumentar o investimento na "prevenção". Esta prevenção não pode apenas significar o "corte de mato" e as discussões infindáveis sobre "alturas, distâncias, datas e coimas".

A "prevenção necessária" passa pela promoção efectiva das actividades económicas de base rural, garantindo por esta via a redução do combustível. Uma boa parte da prevenção, senão mesmo a mais importante, só será garantida se contrariarmos o abandono agrícola e florestal das nossas regiões rurais.

A abordagem económica do problema, que continua em falta, foi substituída pela resposta convencional do aumento dos subsídios ao corte de mato. Caímos no ciclo vicioso da "economia do mato": promovemos o seu crescimento pois não invertemos o abandono das actividades rurais; e em seguida pagamos para cortar esse "mato abandonado".

É fundamental recentrar as questões agrícolas e florestais nas pessoas, nos agricultores e nos proprietários, promovendo actividades económicas que produzam com valor acrescentado e que mantenham a qualidade dos recursos que estamos a gerir.

Esta dificuldade em perceber a raiz do problema da prevenção, está também patente nos relatórios dos incêndios de 2017, que apesar de muito válidos e úteis para esta minha análise, centram o binómio combate vs. prevenção na "estatística da biomassa e do clima" e secundarizam o ponto fulcral do problema, as pessoas e as suas actividades económicas.

Ao mesmo tempo que nos mostram as várias faces do falhanço das políticas públicas de Desenvolvimento Rural, as suas análise e conclusões destes documentos acabam por esquecer as diferentes realidades e especificidades do abandono da actividade rural, razão principal para esse falhanço.

As questões de economia florestal são tratadas de forma simples e artificial, reduzindo-os à simples escolha da espécie, como se o rendimento resultante dessa escolha não fosse também determinante para a decisão.

A análise da questão produtiva está ainda incompleta por não considerar a vertente "organização": continuar a afirmar que a pequena dimensão (e o cadastro) são a razão para não haver actividade económica, é não querer resolver o problema. Existem diversos modelos de organização à disposição que permitem e/ou facilitam o acesso ao mercado de agricultores/explorações com dimensão reduzida. Só precisamos de investir no seu desenvolvimento e não desenvolver novos modelos.

Fica muito claro para mim que, mesmo depois de ler os relatórios, continuamos a afastar a vertente produtiva e económica do debate e das soluções, o que significa que iremos apenas avolumar o dilema de "ter que cortar mato e não termos dinheiro para o fazer". Constato também que o País optou por não investir na organização dos proprietários rurais e das suas actividades económicas.

Fica assim cada vez mais óbvia a necessidade em retomar a Extensão Rural como ferramenta de ordenamento do Mundo Rural, pois sem agricultura, silvicultura e pecuária o melhor Plano não passará disso mesmo … um simples Plano que apenas serve para justificar as más decisões políticas.

Técnico Florestal da CONFAGRI – Confedeação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, CCRL

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Governo paga mais de 37 ME em março aos agricultores


O Ministério da Agricultura Florestas e Desenvolvimento Rural anunciou hoje que procedeu, este mês, ao pagamento de 37,3 milhões de euros aos agricultores portugueses.

"O Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural procedeu ao pagamento de um montante global de 37,3 milhões de euros aos agricultores portugueses, através do IFAP -- Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas", informou o ministério, em comunicado.

Este valor inclui 13,5 milhões de euros "que constituíram o pagamento final aos agricultores afetados pelos incêndios de 15 de outubro, após a realização das ações de controlo".

O restante valor foi pago no âmbito do Fundo Europeu de Garantia Agrícola (FEAGA) e do Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER), mais precisamente, no Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020).

Através do FEAGA foram pagos 1,9 milhões de euros no âmbito do novo regime da vinha e 1,2 milhões de euros na área da promoção de vinho em mercados países terceiros.

No que concerne ao PDR 2020, as medidas de investimento correspondem a 16,9 milhões de euros, a florestação de terras agrícolas 1,3 milhões de euros e as medidas agroambientais 2,5 milhões de euros.

Agricultura biológica em Portugal ocupa 6,9% da Superfície Agrícola Utilizada em 2016


A agricultura biológica ocupou em Portugal 6,9% da Superfície Agrícola Utilizada (SAU) em 2016, enquanto em Espanha atingiu os 8,5%, segundo revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

No total da SAU, a área dedicada à agricultura biológica em Portugal, entre 2007 e 2016, atingiu 4,3% em 2009, o valor mais baixo da série, conforme indica o documento "Península Ibérica em números", publicado na página do INE.

Por sua vez, Espanha teve o valor mais baixo em 2007 (4,0%) e mais elevado em 2016 (8,5%).

Já no que se refere à população empregada no setor da agricultura, silvicultura e pesca, o INE indica que, em 2016, "os valores registados foram de 4,5% em Portugal e 4,2% em Espanha", relativamente ao total da população empregada nos dois países.

No período de referência, o valor mais elevado, dentro da União Europeia, ocorreu na Roménia (20,7%) e o mais baixo no Luxemburgo (0,9%).

Seca: Ministro da Agricultura diz que solos já receberam água suficiente


29 mar 2018 13:43

À margem de uma visita às instalações da Casa dos Animais, em Monsanto, Lisboa, no âmbito da campanha de sensibilização contra o abandono dos animais de companhia, Capoulas Santos disse que "os solos receberam água suficiente" pela chuva recente e que "as albufeiras estão com níveis de capacidade suficientemente tranquilizadores para garantir uma época agrícola normal".

No entanto, ressalvou, existem duas exceções.

"Existem dois problemas ainda no baixo Alentejo. [As albufeiras de] Monte da Rocha e Campilhas estão com 20 e pouco por cento da sua capacidade. Portanto, chove normalmente, menos nessa região", destacou.

Ainda assim, o governante mostrou-se convicto de que "existem boas condições" para que Portugal tenha "um bom ano agrícola", algo que "já tinha sucedido no ano passado, apesar da seca".

"Com exceção de alguns setores, como o do arroz e da pecuária, na generalidade das outras produções tivemos bons resultados. Em alguns até espetaculares, como o caso do azeite em que a produção aumentou cerca de 80%", sublinhou o ministro Capoulas Santos.

O ministro do Ambiente disse, na semana passada, que as barragens do sul estavam a encher a ritmo "bastante lento", apesar de no norte a situação estar quase regularizada.

No sul, embora esteja a haver "encaixes de água a cada dia", ainda há situações preocupantes, como a da barragem de Monte da Rocha, no concelho de Ourique, que abastece "um conjunto vasto de habitantes", e que ainda está com apenas 9,6 por cento da capacidade.

"O solo estava muito seco e absorveu muita água", referiu o ministro.

"A água vai ser cada vez mais escassa. Agricultores, industriais e cidadãos urbanos têm mesmo de consumir menos água", defendeu.

João Pedro Matos Fernandes salientou ainda que a campanha contra o desperdício é "independente do nível de água nas albufeiras".

Seca: Chuva repôs níveis das barragens e evitou "catástrofe" no Alentejo


A chuva deste mês repôs os níveis das barragens no Alentejo e evitou uma "catástrofe" na agricultura, devido à seca, mas esta água deve ser "usada eficientemente", alertou hoje o responsável regional da Agência Portuguesa do Ambiente.

"Foi uma bênção que caiu do céu" e, "neste momento, as disponibilidades hídricas são maiores para a agricultura, mas não são ilimitadas", disse à agência Lusa André Matoso, diretor da Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Alentejo, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Com a seca, continuou, o abastecimento humano, considerado prioritário, não estava em risco, mas, se a região tivesse "continuado naquele cenário" que estava a ter "até final de fevereiro, certamente haveria zonas em que não se poderia regar".

As "grandes povoações", afirmou, "não iriam ficar sem água para abastecimento", mas a agricultura e o abeberamento de gado iriam sofrer "uma repercussão muito grande".

"Essa catástrofe [para a qual] estávamos a caminhar, felizmente, está completamente ultrapassada. Esta água está reservada, está armazenada e, agora, é saber geri-la e usá-la com parcimónia", continuando "a regar como se houvesse pouca para que ela dure mais tempo", frisou.

André Matoso explicou à Lusa que a queda de precipitação verificada desde o dia 28 de fevereiro e ao longo deste mês não foi "normal" no Alentejo e teve um efeito "particularmente importante" para a região, que está "em seca desde 2015".

"Em 10 dias deste mês, choveram dois meses de março seguidos na região", ou seja, "choveu o dobro do que chove num mês de março normal", indicou, acrescentando, também como exemplo, que na zona de Portalegre, no dia 28 de fevereiro, quando começou a mudança climática, "choveu mais do que em todo o mês de janeiro".

Este março "húmido" e com "precipitação muito abundante", destacou, foi "muito importante para tudo", não só "para o abastecimento humano, regadio, abeberamento do gado e fauna cinegética", mas também "do ponto de vista ecológico, das linhas de água, da vegetação e dos ecossistemas ribeirinhos".

As albufeiras alentejanas tiveram, obviamente, uma evolução "muito favorável", assinalou o responsável regional da APA, aludindo à Barragem do Monte Novo (Évora), cujo nível "nem chegava aos 30% no fim de fevereiro e que atingiu o máximo da sua capacidade, a 10 de março", encontrando-se, desde essa data, "a descarregar".

A albufeira do Monte da Rocha, em Ourique (Beja), que "era a situação mais gravosa", com 8% de água em fevereiro, está, esta semana, "com 26,4%", um nível também superior ao do ano passado, na mesma altura, quando atingia os 20%, disse.

Outra das barragens da região mais afetadas pela seca, a da Vigia, em Redondo (Évora), acrescentou, estava a 15% da sua capacidade, em fevereiro, e tem hoje "quase 43% de armazenamento", o que é igualmente superior ao mês homólogo de 2017 (35,7%).

"O Alqueva também ganhou muita água", atingindo quase os 80%, e "o mesmo aconteceu com as albufeiras de Pego do Altar e Vale do Gaio", no concelho de Alcácer do Sal (Setúbal), que "já estão com mais de 50% das suas reservas hídricas", indicou André Matoso.

Ainda assim, o diretor da ARH insistiu nos alertas: "Pelo facto de as albufeiras e os aquíferos estarem a evoluir favoravelmente, não podemos esquecer o passado recente. Agora que a água cá está, temos de a preservar".

Multa à Celtejo por poluição substituída por uma repreensão escrita


 29.03.2018 13h49

A Celtejo já não vai ter de pagar a multa, decretada pela Inspecção geral do Ambiente, pelo incumprimento dos limites de descarga de efluentes no rio Tejo.

O tribunal decidiu, num dos processos de contraordenação de que a empresa foi alvo, substituir a coima por uma admoestação por escrito.

Dois dos cinco processos levantados contra a empresa já estavam decididos administrativamente, sendo que num deles foi aplicada uma coima de 12.500 euros e no outro, ainda a aguardar decisão do Tribunal, de 48.000 euros.

A Celtejo recorreu judicialmente da decisão. E a primeira destas multas acabou por passar a ser apenas uma repreensão.

Em janeiro foram impostas pelo Governo restrições de descargas no rio à Celtejo, depois de ter aparecido um grande foco de poluição no Tejo, na zona de Abrantes.